Loucuras de Agosto

Desejo

ROMANCES MENSAIS

LIVRO VIII – LOUCURAS DE AGOSTO

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CAPÍTULO XXI - DESEJO

Durante toda a minha infância, eu era conhecida pela minha impulsividade e meu comportamento violento. Não era segredo para ninguém que eu carregava o temperamento explosivo de meu pai e sempre acabava me arrependendo de minhas ações. Por causa disso, conforme fui crescendo e amadurecendo, aprendi a controlar mais as minhas ações imprudentes, principalmente quando passei a trabalhar nas Corporações Puckett.

Como a responsável pelo setor de vendas da empresa de meu pai, eu não podia me arriscar. Uma simples escolha de palavras erradas e todo o negócio trabalhado há meses poderia ir por água abaixo. Então, mesmo quando minha personalidade tempestuosa aparecia, eu dificilmente permitia perder o controle. Por mais insanas que parecessem as minhas ações, eu sempre tinha pelo menos uma leve ideia das consequências de meus atos e estava preparada para lidar com elas.

Ter o controle sobre as situações foi o que me fez chegar tão longe em um mercado tão complicado e dominado por homens sendo uma mulher jovem, mas desde que passei a me envolver com Freddie, parecia que nada mais estava sobre o meu controle. Fosse minhas ações ou minhas emoções, ao seu lado, eu me tornava aquela mesma garota impulsiva de quando eu era criança, como agora, onde me encontro na porta do box do banheiro, encarando seu corpo que parecia uma das esculturas perfeitas de artistas renascentistas.

Eu tinha ciência de que não deveria estar ali. Tampouco nua, oferecendo-me para fazer parte de seu banho. Seu rosto machucado e os hematomas espalhados pelo abdome definido serviam como um lembrete de que nada de bom acontecia com Freddie quanto ele se envolvia comigo, que eu sempre seria a causa de seus traumas físicos e psicológicos. No entanto, indo completamente contra qualquer razão que ainda me restava, eu avanço para dentro daquele minúsculo box de banheiro.

Os olhos castanhos escurecem e passeiam pelo meu corpo, como se estivesse me devorando apenas com o olhar. Meu coração parece uma bomba-relógio prestes a explodir. A adrenalina percorre minhas veias e o desejo parece se tornar ainda maior. Minhas mãos ansiavam por deslizar pelos músculos trabalhados de Freddie, sentir o calor de seu corpo contra o meu, experimentar mais uma vez seus lábios em um beijo lascivo.

Nossos olhos se encontram mais uma vez. A tensão entre nós é quase palpável. Engulo em seco e respiro fundo. Era tarde demais para voltar atrás. Eu o queria. Queria sentir todo o prazer que somente ele foi capaz de me proporcionar. Era loucura. Eu tinha plena consciência disso. Eu me sentia como se estivesse prestes a pular de um avião sem paraquedas. Ainda assim, nada nunca pareceu tão deliciosamente excitante.

- Eu sei que é loucura, mas você aceita companhia? – Questiono, dominada pelo desejo e a incerteza do que estava para acontecer.

Eu sabia que ele me desejava o quanto eu o queria, no entanto, Freddie tinha todos os motivos do mundo para me afastar. Por minha causa, ele havia se machucado, perdido o emprego, presenciado a morte de seu chefe e agora se tornou alvo do assassino de meu tio. Não seria assim tão estranho se ele decidisse manter distância.

Freddie sorri e puxo meu pulso, jogando meu corpo contra a parede do banheiro. Sua outra mão aperta minha cintura, assumindo todo o controle sobre mim. E enquanto a água do chuveiro caia sobre nossos corpos, Freddie desliza a ponta de seu nariz pelo meu pescoço, pressionando ainda mais o meu pulso contra a parede. Arfo e ofego, completamente envolvida por toda aquela intensidade.

- Será um prazer ter você aqui. – Ele sussurra, mordendo minha orelha. Suas mãos percorrem meu corpo e sua intimidade se choca contra a minha. Novamente, esqueço de como se faz para respirar. Minhas pernas estremecem e se ele não estivesse me segurando, provavelmente eu teria ido ao chão.