Motivos

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO VIII – LOUCURAS DE AGOSTO

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CAPÍTULO VIII - MOTIVOS

Destranco a porta e a abro, dando espaço para Gibby e Carly entrar o apartamento, enquanto eu acendia as luzes da sala. Era um pouco mais de oito horas da noite e o cansaço do dia recheado de surpresas e emoções recaem sobre nós. Eu nunca pensei que pudesse sentir tanto medo e raiva em um único dia como hoje.

- Eu preciso de uma cerveja. – Comenta Gibby, deixando sua mochila jogada próxima a porta, enquanto seguia para a cozinha.

- Ah, eu também. Traz uma para mim, Gibby. – Pede Carly, tirando os sapatos desconfortáveis e deixando a bolsa no aparador da sala. Ela se joga sobre o sofá, coloca os pés sobre a mesa de centro da sala e liga a televisão, zapeando os canais.

- Claro, gente. Sintam-se em casa. – Ironizo, ajeitando os sapatos de Carly ao lado da porta. Pego a mochila de Gibby e coloco ao lado do aparador junto com a minha mochila. Coloco minhas chaves no porta-chaves e suspiro. Eu estava exausto.

- Que isso, cara. Nós somos de casa. – Responde Gibby, aparecendo com três garrafas de cerveja na mão. Ele entrega uma para Carly e me estende outra. Repreendo-o e ele ri.

- Amanhã nós trabalhamos. Sabe que eu não bebo quando trabalho no dia seguinte. – Resmungo e ele revira os olhos, forçando a cerveja contra mim.

- Deixa de ser chato e bebe logo. Hoje tivemos um dia difícil. Nós precisamos de álcool para recuperar as energias. – Insiste meu melhor amigo, bebendo um gole de sua cerveja em seguida.

- É, Freddie. Uma cerveja só não vai te matar. Isso vai te fazer relaxar. – Concorda Carly, lançando-me um olhar compreensivo. Suspiro e acabo bebendo um pouco do líquido amargo. Ela e Gibby trocam olhares cúmplices e sorriem. – Isso aí!

- Vocês só me levam para o mal caminho. – Brinco, sentando-me no sofá. Eles riem, mas nada dizem.

Suspiro, observando o filme que passava na televisão. Bebo mais um pouco de cerveja e penso em Sam, questionando-me como ela estaria agora. Se estaria bem. Se já dormiu. Se estava assustada. Felizmente, Adrien Rousseau não é um homem tão odioso quanto Claude Dupont. Apesar de ser um dos homens de confiança do diretor Leblanc, eu sabia que ele não machucaria Sam ou a incomodaria durante a noite.

- Eu estou com fome. – Comenta Carly, terminando de beber sua cerveja. Ela se vira para mim e me encara com interesse. – Tem alguma coisa para comer nessa casa?

- Se você fizer, tem. – Respondo, dando de ombros. – Eu fiz compras antes de ontem. A geladeira está cheia.

- Eu vou preparar alguma coisa para a gente comer. – Avisa Gibby, levantando-se. Ele segue para a cozinha com um sorriso animado. Meu melhor amigo ama cozinhar. – Vocês terão o prazer de comer da minha deliciosa e divina culinária. Então preparem seus estômagos.

- Enquanto isso, eu vou tomando um relaxante e demorado banho. Vocês sabem onde fica tudo mesmo. – Digo e me aproximo de Carly com um olhar malicioso. – Aproveita a chance única que estou te dando. Vai ajudar Gibby na cozinha e ver se consegue algum clima, porque já estou cansado de te ver choramingando pelos cantos.

- Você é ridículo, Freddie Benson. – Resmunga minha melhor amiga. Encaro-a entediado e ela não demora a abrir um sorriso animado, enquanto solta os cabelos castanhos que estavam presos em um rabo de cavalo. – Mas eu te amo muito. Obrigada.

Loucuras de AgostoOnde histórias criam vida. Descubra agora