Competição

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO VIII – LOUCURAS DE AGOSTO

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CAPÍTULO XXVIII - COMPETIÇÃO

Com minha caneca de café em mãos, observo o sol se pondo pela janela do apartamento. Minha mente se perdia em lembranças de minha infância e em tudo o que Sam e eu passamos para chegarmos aonde estamos. Hoje meu pai estaria completando cinquenta e cinco anos se estivesse vivo e mesmo depois de treze anos de sua morte, a saudade continuava esmagadora. Bebo mais um pouco de café e suspiro, procurando acalmar minhas emoções, que desde o amanhecer estavam à flor da pele.

Eu precisava me concentrar. Em algumas horas, iniciaríamos o plano elaborado por Beth e Sam para capturar Hugh. Ainda receoso pela ideia das irmãs, eu sabia que não adiantaria tentar convencer as garotas de pensarmos em outra solução. Teimosas como são, no máximo que aconteceria seria gastar saliva e as duas agirem por conta própria.

Afasto-me da janela e vou para o sofá, pegando o notebook que estava sobre a mesa de centro. Termino meu café e me concentro em invadir o sistema de segurança do Bankers Life Fieldhouse, o local onde o United States Figure Skating Championships seria realizado na cidade. Por ser um simples ginásio, não foi tão difícil ter acesso. No entanto, antes que eu continuasse a recolher as informações que iríamos precisar, o som agudo da campainha ecoa pelo apartamento.

- Freddie, abre a porta. Acho que a Beth chegou. – Grita Sam do quarto e eu suspiro, deixando o notebook de lado para abrir a porta.

E como Sam havia previsto, ao olhar pelo olho mágico da porta, vejo Beth e Daryl parados do outro lado da porta. Destranco a porta e abro, dando espaço para que o casal entrasse. A loira sorri com doçura e me abraça apertado com carinho.

- Oi Freddie. – Cumprimenta Beth, afastando-se de mim.

- Oi Beth. Sam está no quarto. É só seguir pelo corredor e virar na segunda porta a direita. – Oriento a garota, enquanto cumprimento Daryl com um rápido abraço.

- Obrigada. Com licença, então. – Avisa Beth, entrando no apartamento. – Eu vou ajudar a Sam a se arrumar.

- Fique à vontade. – Declaro, fechando a porta. Beth assente e segue pelo caminho que eu havia indicado. Volto minha atenção para Daryl, que parecia tenso e deslocado no meio da sala. Apesar da expressão indiferente, eu o conhecia bem o suficiente para saber que ele estava incomodado. – Você aceita um pouco de café, Daryl?

- Se não for muito incomodo. – Responde Daryl, olhando em volta.

- Por que não se senta? Eu já trago uma caneca para você com um pouco de leite e canela, como você gosta. – Digo e ele sorri agradecido, indo em direção ao sofá. Sigo para a cozinha americana, observando discretamente o homem que continuava tenso.

- Estou surpreso por você ainda se lembrar de como gosto do meu café. – Comenta o homem, encarando-me com um sorriso nostálgico.

Preparo o café para o homem e coloco mais para mim, sentindo que precisaria de ainda mais cafeína para lidar com tudo o que ocorreria hoje. Volto para sala e estendo uma caneca para Daryl, que a pega com um sorriso agradecido. Sento-me ao seu lado e o encaro por um momento.

- Você morou comigo e a minha família por quase dez anos. Não tem como eu não lembrar disso. – Respondo, bebericando um pouco de café em seguida. Analiso Daryl por alguns instantes, colocando minha caneca sobre a mesa de centro. Desvio o olhar para pegar meu notebook e voltar a fazer o que precisávamos. - Você parece um pouco insatisfeito. Está tudo bem?

Loucuras de AgostoOnde histórias criam vida. Descubra agora