Covardia

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO VIII – LOUCURAS DE AGOSTO

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CAPÍTULO XIII - COVARDIA


- Você fica adorável com ciúme. É sério! – Comenta Carly, encarando-me com seus grandes olhos castanhos fixos em mim, enquanto exibia um sorriso desafiador.

Bufo irritada diante das provocações da psicóloga. Ela ri, divertindo-se com o meu mau humor. Por outro lado, eu me via sentada em seu consultório com a mente repleta de perguntas sobre a linda e adorada Hillary Leblanc. E por mais que eu tentasse justificar o meu descontentamento com a presença da garota era por seu parentesco com o diretor do hospital, eu sabia que tudo não passava das travessuras de meu coração, que parecia não entender que eu não tenho nada a ver com a vida amorosa de Freddie.

- Cadê o nerd que não chegou ainda? Ele está atrasado. - Resmungo, tentando mudar de assunto, e Carly sorri maliciosa.

- Você sabe que ele não está atrasado. Então parar de tentar mudar de assunto e admite logo o que você ficou com ciúmes ao ver que Freddie se dava tão bem com alguém tão linda e carismática quanto a Hillary. - A psicóloga se aproxima, colocando os cotovelos sobre a mesa, enquanto apoia o queixo sobre as mãos. Eu me sentia exposta diante da forma como era encarada por Carly. Suspiro frustrada e a morena sorri satisfeita ao ver que eu estava começando a ceder.

- Eu tive meu primeiro namorado aos catorze anos. Acho que você o conheceu. Damon Salvatore. - Começo e ela assente lentamente, tentando entender aonde eu queria chegar. Acomodo-me melhor na confortável cadeira que estava de frente para Carly e dou um fraco sorriso. - Ele também é um membro da família Barton, então nós tínhamos muito em comum. Nosso relacionamento em si foi maravilhoso. Damon era gentil e um excelente amigo. Com ele, pude amadurecer bastante e aprender a controlar mais o meu espírito rebelde. No entanto, antes de começarmos a namorar, Damon tinha se envolvido com algumas pessoas perigosas que, ao descobrirem que eu era alguém importante para ele, resolveram me usar para atingi-lo. Eu fui sequestrada e eles me machucaram bastante. Para me proteger, Damon terminou nosso namoro, que durou apenas alguns meses.

- Eu me lembro do Damon nas festas de aniversário do Elena. Eles viviam discutindo e eu o achava um gato. - Comenta, dando um fraco sorriso, enquanto se encosta em sua cadeira, surpresa com minha história. - Eu nem mesmo sabia que vocês tinham namorado. Eu sinto muito, Sam. Imagino o quanto deve ter sido bastante traumatizante para você passar por algo tão assustador quanto um sequestro e ainda ter sido machucada. Eles...

- Não. Eles não me violentaram sexualmente. - Respondo e ela suspira, aliviada. - E a experiência foi mais frustrante do que assustadora. Mesmo sendo alertada por Damon, eu abaixei minha guarda e acabei caindo em uma armadilha idiota. E quando ele terminou comigo, eu fiquei furiosa. Não conseguia aceitar que ele tinha me deixado em um momento em que eu estava tão frágil e por orgulho, eu não fui atrás dele, mesmo sabendo que Damon precisava de mim. Eu fui imatura e esse é um dos meus maiores arrependimentos.

- Você só tinha catorze anos. Ninguém pode te culpar por agir assim. Ainda mais depois de um sequestro. - Carly me consola, pegando em minha mão.

- Bom, depois disso, Damon passou a ficar com várias garotas sem qualquer compromisso. Nós fizemos as pazes depois de alguns meses e voltamos a ser amigos. Confesso que me senti culpada pela brusca mudança de comportamento de Damon, que era um romântico incurável e passou a ser um mulherengo. - Conto e a psicóloga me encara compreensiva. - E então, quando eu tinha dezesseis anos, Carter Ford e eu começamos a namorar.

Loucuras de AgostoOnde histórias criam vida. Descubra agora