17° O Fim

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--- Jughead ---

Entro na Sigma Nu três e meia da manhã, mas parece que a festa tinha acabado de começar. Tento ver a loira entre a multidão, sem sucesso. Leonard chega em mim com os olhos vermelhos e um copo de bebida na mão.

- Piá do céu...agorinha brotou uma sucuri desse tamanho. - Ele abre os braços com tudo fazendo derramar metade da bebida. - A doida da mina do pau de borracha pegou ela e a sua mina o cachorro.

Fico alguns segundos tentando compreender o que acabei de ouvir. Pego o copo dele e engulo uma boa quantidade de bebida.

- Cadê a Betty?

- Tenho cara de detetive broder? - Tira e coloca o chapéu varias vezes. - Vi nada....- Começo me afastar dele. - Ah, o Jensen acabou de foder a cara do garoto que olhou torto pra ele...o abatedouro vai bombar hoje.

Desde o dia em que entrei pra minha fraternidade, ninguém me disse por que o porão era chamado de "Abatedouro" e nem o que faziam lá. Apenas disseram que no dia em que querer descontar a raiva, poderá entrar. Tirando isso, é proibido.

Concordo e saio dali. Acabo de beber e jogo o copo no chão e pego meu celular pra ligar e poder encontra-la e vejo sua mensagem. Sorrio vendo a mesma e sinto alguem acordar, dando sinal que também gostou. Tento ligar mas só toca. Vejo Mikaela, mas estava ocupada demais prendendo o Jensen contra a parede com sua língua. Alguém por trás de mim coloca as mãos em meus olhos. Pelo toque sinto que não era a Betty. Seguro as pequenas mãos e me viro vendo a Robin. Ela percebe minha cara de decepção.

- Ai seboso, a brincadeira não é assim não. - Cruza os braços. - A Betty ta no quarto com dor de cabeça...

- Valeu. - Passo pela garota e subo as escadas de dois em dois até chegar na porta, ao tentar abrir estava trancada. Bato nela.- Betty...?

Espero alguns segundos. Talvez ela não esteja ouvindo por causa da música alta e tento novamente falando mais alto. Nada. Arqueio a sobrancelha pra porta. Faz poucos minutos que ela tinha me mandado mensagem. Só se ela acabou por dormir. Robin encosta com alguns ratos congelados dentro de pacotes.

- Não vou nem perguntar....

- Por que não entrou? - Ela tenta abrir mas vê que esta trancada e fica confusa. - Ouch...BETTY, ABRE A PORTA. SEU NAMORADO TA AQUI E MINHA CHAVE TA AI DENTRO.

Pouco tempo passa até escutar a chave rodando do outro lado da porta. Betty deixa um espaço e Robin entra. Ela olhava pro chão, o lápis preto borrado e o rosto vermelho. Também tinha vomito no seu peitoral. Com certeza ela não tinha maneirado na bebida. Coloco a mão antes que ela fecha a porta.

- Oi...Tentei vir antes mas...- A loira faz força tentando fechar a porta, sem sucesso já que eu era mais forte.

- Eu to com dor de cabeça e não quero falar com você. - Sua voz estava grave. Por um momento penso que tem algo de errado.

- Tudo bem...então a gente se fala amanhã...?- Tinha saído mais como uma pergunta do que uma afirmação.

- Vai embora, Jughead. - Faz força contra a porta, mesmo sabendo que não ia fazer diferença. Percebo que ela queria chorar. Me afasto alguns passos.

- Betty...- Antes que eu pudesse acabar, ela bate a porta sem me olhar e é trancada novamente.

Passo um tempo encostado na porta, por fim decidindo que será melhor conversarmos pela manhã. Ela deve estar assim pela bebida. Fico um tempo na festa conversando com os caras e depois vou embora.

PRAZER MORTAL °RiverdaleOnde histórias criam vida. Descubra agora