12• Uma Comemoração.

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- Eu não vou.- Resmungo deitada na minha cama.

- Betty, idai que o sem rola do Dexter escreveu a mesma matéria que você? Que se foda ele e leva a sua do mesmo jeito.- Robin estava sentada na beira da cama com a mão na minha perna.- Vai que é melhor.

Me espreguiço e me viro pra ela.Enrolo meus cabelos no dedo para que assim fiquem organizados.

- Robin, ele tem mais provas, ele escreveu primeiro e acima de tudo...não foi lerdo.- Olho pra cima.

- Eu não acredito.- A garota se levanta bruscamente.- Você é uma integrante da Sigma Nu...Eu posso, eu quero, eu vou.E vai desistir daquilo que você diz que sonhou por que o retardado de um moleque passou na frente? Não vai nem tentar aparecer no Sun-Times?

Fico a olhando.Abraço meu travesseiro.

- Eu sei...mas agora eu não sei se realmente quero ser jornalista.- Sopro o fio de cabelo na frente do meu rosto e me levanto.

- Ata.Dai você não consegue a matéria uma vez e desisti? - Cruza os braços.- Se fosse assim eu nunca teria entrado pra faculdade, namorado ou tentado continuar andando de bicicleta depois de cair e me ralado mais do que o caralho....- Me olha com pesar caminhando até a porta.- Espero que decida o que vai fazer.

Aperto os dentes e dou um grito no travesseiro.Merda.Mas a jovem tem razão.Durante todo o tempo que eu me troco, fico pensando no que vou fazer aparecendo no Jornal com a cara de bunda de levar um matéria ja existente.

A mulher de cabelos avermelhados, Mila Candman, estava lendo o que eu havia escrito.Seu rosto não demonstrava expressão nenhuma, estava séria, isso me deixava aflita.Minhas mãos estavam fechadas em punho fazendo minhas unhas fincarem na palma.

-...Bom, o Mow já trouxe isso pra mim.Por que eu iria querer? - Pergunta.

- Na verdade eu estava atrás...agora não importa...Só queria que desse uma olhada.- Digo com firmeza me levantando.

Eu caminhava até a porta do seu escritório.

- Eu não vou publicar.- A Candman diz decidida.Concordo sem me virar.- Sua escrita é boa e acho isso relevante, deixando o público intrigado.Precisamos de alguém que escreva os obituários ou sobre os esportes.Se fizer como merecer, pode ser remunerada e trabalhar em outra área.

Eu queria pular de alegria.Respiro fundo e me viro ainda surpresa.

- Vou ganhar uma mesa no subsolo?

- Precisa de um lugar pra trabalhar.Começa amanhã.Não tolero atrasos.

- Oh, eu não vou me atrasar.- Sorrio e saio batendo a porta e ergo meus braços, até trombar com ele.

Dexter me olha surpreso, arqueando uma sobrancelha.- Está mais do que feliz por ter perdido a matéria.

- Estou muito mais que feliz, querido.Mas acho que você não vai gostar.- O deixo ali sem nenhuma explicação.

Aham, aham, quem conseguiu? Aham, aham.Uma coreografia de dança passa em minha mente enquanto ando normalmente.

Estava com saltos curtos, mas andar tanto assim estava me deixando dolorida.E não tem como eu pedir um Uber sempre que sair, se for juntar o dinheiro que eu perdi nisso, daria pra comprar uma casa.Mas o meu próximo destino estava perto.

Entro na grande concessionária, que era rodeada por vidros para que as pessoas possam contemplar os lindos carros luxuosos que ali estão estacionados.Cada um que eu olhava, eu julgava custar mais do que qualquer órgão do meu corpo.Paro olhando um grande automóvel branco.

PRAZER MORTAL °RiverdaleOnde histórias criam vida. Descubra agora