28° Que os Jogos Comecem.

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Minhas costas doiam no banco de concreto, assim como todo o meu corpo e minha cabeça, tanto física como emocionalmente. Já era 23:49 e eu estava morrendo de fome, por que a última vez que comi foi antes de ir para boate. Estávamos na cela da delegacia de Chicago Illinois. Eram três lado a lado. Na primeira eu, Carl e Jughead e na segunda o Curtis e alguns bêbados e na terceira outros adolescentes. Mas os piores eram nós que havíamos chegado a uma hora. O rosto e corpo escorriam sangue. Meu sutiã de renda com estampa já tinha o liquido ferroso endurecido. Carl e Jughead ainda discutiam com o Curtis da cela vizinha. Enid foi deixada para ter o parto no hospital com um policial.

-...Minha melhor amiga vai ter um filho e eu não vou estar lá pra ver, porra.- O caolho chuta um dos ferros da cela com força e coloca a mão na cabeça. - E pra começo de conversa quem matou os caras foi a Betty...

Cruzo os braços e ergo ambas sobrancelhas pra ele. O Grimes passa as mãos nos olhos parecendo arrependido.

- Desculpa...Eu to estressado...- Ele me abraça. - Se você não tivesse feito, eu provavelmente faria.

- A Enid vai ficar bem...- Com certeza vai.- E o parto leva mais de uma hora...-.Carl se afasta e se senta no chão do outro lado.

Me levanto e vou até onde o Jughead mostrava o dedo do meio pro Curtis. Cruzo os braços.

- Por que você apanhava? - Pergunto seca. O rapaz se levanta do chão e se aproxima da grade lentamente, com medo que o Jughead enfie o braço pelos vãos e o esmurre.- Ele não vai fazer nada...Fala.

- Então...- Ele olha para trás e se certifica que ninguém além de nós três estavamos escutando. Sua voz sai baixa. - Eu sou traficante e não tinha nenhuma droga quando o Ronald, Emmet e o Roy apareceram, eles são meus clientes. Não fiquem tão perto das grades, isso. Meu empacotamento tinha acabado e ia recarregar semana que vem. Sabe como é, as vezes pra ter o melhor tem que esperar. Mas eles não quiseram ouvir. Já estavam chapados com qualquer outra merda. Eu gritava com raiva explicando e nada. Isso estava acontecendo na frente daquela casa. Meu outro cliente, Garry, me viu mas correu...

- O mendigo? - Carl tinha se juntado a conversa.

- Ele não é mendigo...só não se arruma direito.- Curtis sorri. Vendo que estavamos sério ele para.- Sério, o Garry é rico...

- Então não explicou pros tiras que os caras morreram pela nossa defesa, por que não queria que descobrissem que era traficante? - Jughead revira os olhos. Depois dá de ombros. - Menos mal...Agora sua morte vai ser apenas lenta.

Pego Curtis pela camisa e puxo até seu corpo ficar colado na grade de ferros frios. Os policiais ainda não tinham reparado.

- Você não precisava dizer que era traficante, idiota. - Digo entre dentes.- Só que três malucos drogados tinham te pegado e começado o açoitamento. E que a gente apareceu e te salvou. Os tiras iriam acreditar por que é bem provável de acontecer...E você não tem cara de traficante.

Curtis parece pensar com a bochecha esmagada contra a cela. Faz bico e um olhar que dizia "Eu bem que poderia ter pensado nisso." Solto o garoto e ele ajeita as roupas.

- Você também não tem cara.

- Não sou traficante. - Mostro o dedo.

- Beleza...agora tira a gente daqui.- Carl tira o tapa-olho mostrando o buraco deformado que era pra ter seu olho. - Parem de olhar, merda. Isso ta apertando...

- Vou ver o que posso fazer...- Curtis olha mais uma vez pro Carl e chama um policial.

--- Jughead ---

PRAZER MORTAL °RiverdaleOnde histórias criam vida. Descubra agora