Eu tinha dormido. Não sei quando nem por quanto tempo. Mas minha boca estava seca e o sol mais forte. O calor me invade e tiro minha blusa moletom. Jensen estava deitado em cima do banco de metal que ficava no meio do barco olhando pro céu, com uma mão balançando na água. Ele estava já sem camisa, que tinha perdido não sei quando. Mikaela e Jughead dormiam. Todos nós tínhamos hematomas pela pequena briga de horas atrás.
- Que horas são? - Minha costa doía pela posição desconfortável que dormi apoiada na frente de ferro.
- Não sei... Deve ter passado do meio-dia. - Ele boceja e passa a mão molhada nos olhos. - Acabei de acordar. Parece que a gente ficou boiando por ai por dias...
Olho em volta, esperando encontrar o outro barco, mas eles não estavam lá. Nem o Harold com o rifle e nem ninguém. De longe parecia que até o restaurante estava fechado. Sento rapidamente fazendo o bote balançar de um lado pro outro. O medo me invade.
- Jensen, cadê os outros? - O garoto tem a mesma preocupação, parecendo se tocar agora.
- Mikaela, acorda. - Jensen chacoalha as coxas dela.
- Jughead...- Chamo e não sou ouvida. Mergulho minha mão em concha na água e jogo nele. - JUGHEAD, eles sumiram.
- Que...? - Ele olha em volta, se dando conta que estávamos em um rio. Revira os olhos e bufa, tirando as gotículas de água com a mão. - E o quico?
- Provável que tenham morrido. - Mikaela ajeita a boina. Olhamos pra ela, sérios. - Eu disse em voz alta?
- A gente volta pra margem, se o Harold estiver no restaurante...corremos pro carro. - Pego um remo e Mikaela outro. Começamos a movimentar o barco.
- E se ele pegou os outros? Prendeu no porão ou sei lá. - Mika fala.
- Garota, você só tem pensamento ruim? - Jughead arqueia uma sobrancelha. - É óbvio que a gente vai no porão e desce o casete.
Quando chegamos à margem e atracamos o barco, andamos de ponta de pé mesmo estando na grama e nos agachamos abaixo da janela que ficava ao lado da porta fechada.
- Cadê o outro barco? - Jughead sussurra apontando pra margem avistando somente o nosso. Não é como se aquele negócio enorme tivesse criado pernas. Dou de ombros.
Nós quatro levantamos a cabeça lentamente para ver dentro do restaurante. Soltamos uma exclamação. Tanto de alivio, tanto de raiva pela preocupação que nos fizeram passar. O lugar estava vazio além dos quatro. Leonard tinha a camisa em cima do ombro enquanto varria o chão. Robin erguia algumas mesas e passava um pano em cima. Carl estava deitado no chão com o Charlie em cima dele dormindo. Enid ajustava os quadros na parede. Jensen foi o primeiro a levantar e entrar igual um furacão no lugar. O seguimos com a mesma motivação.
- Que belezura...- O loiro coloca as mãos na cintura. - A gente morrendo de preocupação, enquanto as cinderelas brincam de arrumar o restaurante.
- Vocês estavam dormindo tão bonitinhos que ficamos com pena de acordar. - Enid sorri brincalhona.
- Quase que a gente pega uma insolação. - Mikaela exagera e se aproxima de uma cadeira.
- A gente nem lembrava que dava pra pegar isso. - Carl se apoia nos cotovelos sem deixar a criança cair.
- E por que todo mundo esta agindo normalmente? - Jughead olha em volta. - Cadê aquele porra que queria meter chumbo na gente? E o barco de vocês? CADÊ O RESTO?
- Calma ai, amigo. - Robin se senta na mesa. A blusa do Carl estava amarrado em sua cintura por cima do pijama. - O tal do Harold deve ter ficado com medo e ido embora depois que ouviu que a dona, Ana-Maria, chamaria a polícia. Então a gente veio pra margem e um casal de pescadores pegou nosso barco e subiu pelo rio. A dona mandou todo mundo embora. E a gente não precisa pagar pela bagunça, igual os outros fizeram...
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PRAZER MORTAL °Riverdale
Hayran Kurgu{NECESSÁRIO LER PRAZER FATAL ANTES} Betty e Jughead finalmente chegam a Chicago.O que eles não sabem, é que terão que enfrentar novas paixões, traições, a fraternidade e as festas....e que é a vez dela de o ensinar a transar, com sua nova sede por s...