30° Puta Merda.

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Em algum momento, vocês já pensaram que fazer escolhas erradas podem te ajudar a conseguir o que mais deseja?

O que eu pensei em fazer, é uma coisa ruim. Uma coisa ruim que me ajudaria em todos os pontos que preciso e que por outro lado acabaria com minha vida. Não totalmente, mas talvez por anos. Mas não, eu não roubaria nada. Eu posso fazer isso...até quando precisar e depois parar. Ninguém precisa saber.

- Já comprei alguns móveis usados. - Enid diz enquanto caminhamos pela rua Grega. Daqui uma hora eu tinha que pegar minhas coisas da Sigma Nu. - Resolvi que vou ficar mesmo naquela casa da rua da Confeitaria.

- Que bom, Enid. Fico feliz. - Mas minha voz não demonstrou tanta alegria, não que eu não esteja feliz de verdade pela minha amiga. Ela nota meu estado de deprê.

- Betty, por que você não entra em outra Irmandade? Tem uma fraternidade na rua Romana que aceita menino e menina.

- Já pensei nisso. Eu não quero mais esse lance de viver com um monte de gente. Muito estresse. - Acabo rindo.- Vou dormir no meu carro.

- Porra que vai, maluca. - Segura meu braço. Ela começava digitar em seu celular e logo o meu apita. - Te mandei o endereço do Jughead. A casa dele é boa pra passar uns dias. Dormir no carro e morar é uma merda. Acredite, por que uma pessoa experiente sabe.

- Não sei não...

- Finge que ele não ta lá. - Ela fala como se fosse fácil.

***

Enid vai resolver os assuntos dela e eu chego na Irmandade acabando de arrumar as malas.

- Garotinhas filhas da puta. - Resmungo quando faço força para fechar o zíper. Começo me lembrar das coisas que falavam pra mim. - Oh, Betty, você não conta pro Rafael que eu estou ficando com o Troy? Betty, você pode fazer os ursinhos de vodka? Betty, você ainda vende maconha? Betty, você pode roubar minha maquiagem do quarto da Carol? Betty, Betty, Betty...- Suspiro. - Betty o caralho. Cade meu cachorro? DONELL COOPER, JÁ PRA CÁ!

- Só te conheço a oito meses, mas vou sentir falta de te ter no meu quarto. - Robin se joga do meu lado. - Você é tipo a irmã que eu nunca tive.

- Não é como se eu fosse mudar de país, Robin. Vou vir estudar aqui ainda e...- Dou risada e franzo o cenho. - Acho que irmã é estranho, já que transamos algumas vezes.

Ela parece se tocar e sorri. - Então...você é a namorada que eu nunca tive. Bom, você entendeu.

- Entendi. - Puxo seu pescoço e beijo seus lábios calmamente. - Por que a gente não namorou?

Robin senta. - Eu não estou com vontade de namorar. Você ta? - Nego com a cabeça. Chamo o Don novamente.- Melhores amigas coloridas? - Estende a mão sorrindo. Pego ela do mesmo jeito.

- Melhores amigas coloridas. - O abençoado do cachorro pula correndo na cama. - Onde você tava, bituca de cigarro?

- Sabe que ele não vai responder, né gata? - A garota ri. - Merda, acabei de lembrar que eu tenho que entregar os fatos da Revolução amanhã. Te vejo na faculdade?

- Com certeza. - Coloco minha mochila nas costas e pego a mala. Olho pra garrafa de vodka cheia no criado-mudo da Robin. - Posso levar?

Ela concorda já sabendo o que eu ia fazer. Dou um longo gole, que desce pegando fogo na minha garganta. Viro um pouco do líquido pelo carpete e sorrio antes de dar outro gole. Desço as escadas, olhando tudo em volta, até as fotos que tinham na parede. Vadias falsas. Bom...com um pouco de razão, mas foda-se. As garotas estavam todas na sala. Umas conversando, outras vendo TV, fumando, bebendo e por ai vai. Pego um isqueiro que tinha na mesa ao lado de um vaso de flor. Passo os dedos pela parede enquanto a outra ia derrubando a vodka pelo chão do corredor vazio. Deixo a mala por ali.

PRAZER MORTAL °RiverdaleOnde histórias criam vida. Descubra agora