— Não quero — Seojun cruzou os braços e fechou bem a boca, impedindo que a colher entrasse. Isso só me fez ficar ainda mais impaciente.
— Filho, a mamãe precisa sair para trabalhar.
— Quero a omma — disse do jeito mais enrolado e manhoso que conseguia. — Dói aqui — apontou para a perna.
— Eu sei que dói, meu filho — suspirei e sentei ao seu lado. — Mas vai parar quando você começar a fazer fisioterapia — acariciei seus cabelos castanhos. — E para fazer esse tratamento você precisa estar saudável e para ficar saudável você tem que comer — beijei sua bochecha e peguei a colher novamente. — Sopa de legumes é muito gostosa, prove um pouco — insisti mais uma vez e ele finalmente abriu a boca. — Perfeito.
— Mãe! — Hyunae gritou e o barulho de seus sapatos ecoou pela casa gigante. Estávamos morando na casa do meu ex-marido há um mês. — Hora da escolinha — ajeitou a bolsa em seus ombros. Hyunae era extremamente regrada, tinha hora para tudo e gostava de cumpri-las. Jungkook, quando passava um tempo com ela, até tentava fazê-la ser negligente às vezes, mas não colava. Já era algo da natureza da menina ser assim, o que nos surpreende porque Jeon Hyunae tem apenas quatro anos.
— Ah, sim — respirei fundo e apontei para a cadeira à minha frente. — Vá comer antes.
— Já comi — disse rapidamente e eu não escondi a surpresa. — Brigitte me deu café da manhã — explicou. Brigitte era a responsável pela organização da casa de Taehyung, meu ex-marido.
— Então espere um pouco — dei mais uma colher de sopa para Seojun.
— Está melhorzinho? — Perguntou acariciando os cabelos do irmão, que rapidamente negou com a cabeça. — O que ele tem?
— Ele está bem, você sabe que o seu irmão é manhoso — ri fraco enquanto me levantava da cadeira. — Vamos?
— Eu vou! — O menor gritou esticando os braços. Seojun tinha dois anos e a manha de um bebê de seis meses.
— Você fica com a tia Hannah — apontei para a loira que cuidava dele quando eu saía. Precisávamos de uma enfermeira que ficasse sempre à disposição do menino para levá-lo onde precisasse e Taehyung arranjou uma com rapidez. — Até mais tarde — beijei sua testa e Hyunae fez o mesmo.
— Te amo, irmãozinho — sorriu apertando suas bochechas enquanto Seojun tentava se desvencilhar do contato, causando a minha risada. Hyunae tinha mania de falar tudo no diminutivo, o que a deixava ainda mais fofinha. — Mamãe, eu verei o appa hoje? — Balançou as perninhas graciosamente no banco de trás do carro.
— Se está tentando me comover sendo fofa, eu informo que você não conseguirá — ri ao vê-la fazer bico. — Jungkook está em uma sessão de fotos hoje e não terá tempo nem para comer direito, você sabe como seu pai é focado — ela bufou e cruzou os braços enquanto encarava os próprios pés.
Deixei a menina na escola, mas antes tive que insistir bastante para ganhar um beijo na bochecha e um abraço. Fui para o trabalho na velocidade máxima que o trânsito de Londres me permitia e cheguei afobada, respirando fundo e agradecendo aos céus por ter me atrasado apenas cinco minutos. Caminhei com pressa até o elevador para chegar ao andar de cima e adentrei a minha sala com pressa como se a minha vida dependesse daquilo, não queria correr o risco de encontrar o meu chefe.
— Está cinco minutos atrasada — paralisei com a mão na maçaneta da porta, já dentro da sala. Virei-me lentamente para ver Taehyung girar a minha cadeira, ficando de frente para mim. — Posso saber o motivo?
— Problemas pessoais, senhor Kim — falei rapidamente e ele riu em deboche.
— Senhor Kim... — pronunciou analisando a caneta que segurava em uma das mãos. — Preferia quando me chamava de Tae.
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Sob o mesmo teto | jjk; kth
أدب الهواة「 𝐅𝐢𝐧𝐚𝐥𝐢𝐳𝐚𝐝𝐚 」 Para o bem-estar do seu filho mais novo, (s/n) teve que voltar a morar com o ex-marido. Dono de uma postura um pouco dura e sempre muito responsável, Kim Taehyung nunca permitiria que o seu primogênito ficasse sem apoio e fe...