Compreensivo?

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— Pode começar a argumentar — falei enquanto sentava-me na cama.

— Não, (s/n). Eu não vou argumentar — caminhou confiantemente até mim e me puxou para cima pelo braço, obrigando-me a ficar de pé. Quem visse aquela cena de longe poderia pensar que ele iria me agredir ou algo do tipo, mas Jeon não aplicou força no ato. — Qual é a sua?

— N-não... — pigarreei. — Não estou entendendo, Jungkook — falei mais firme dessa vez. — Pode me soltar?

— Está com ciúmes da Olivia, mas voltou para o Taehyung — disse ignorando completamente o meu pedido. — O que acontece com você?

— Eu não estou com Taehyung e isso também não te interessa. Você está com a Olivia e pensa que tem o direito de me cobrar alguma coisa? Vejo que o que me disse meses atrás não é verdadeiro.

— Claro que é! Eu não estou com Olivia, já te disse isso.

— E o que essa mulher está fazendo com você aqui? — Falei mais alto. — Você quer a aproximação dela com a minha filha! Eu acho que você pensa que eu sou muito idiota, não é possível. Aquela menina que você conheceu anos atrás quase não existe mais, Jeon. Agora eu consigo ver quem está me enganando e quem não está.

— Ah, eu estou vendo que consegue — riu soprado, debochando do que eu disse. — É tão boa nisso que não percebe que Olivia está forçando essa situação toda. Ela quer ficar amiga de Hyunae, disse que não há problema algum se é minha amiga também. De certa forma eu concordo, mas a partir do momento que isso me atrapalha com você... — suspirou, desistindo de continuar. — Bom, eu não queria que Olivia viesse; mas ela insistiu muito e Hyunae acabou gostando.

— Mantenha essa vagabunda longe da minha filha.

— Não se preocupe, eu vou conversar com ela — mantive-me em silêncio e por um momento nos encaramos sem dizer nada. — Ainda gosta dele? — Me levou para mais perto dele. Jeon ainda não havia me soltado.

— Não vou mentir para você — suspirei e fechei os olhos tentando controlar o meu tom de voz para que a minha frase não saísse esganiçada. — Eu ainda gosto dele sim — o aperto de Jungkook em meus braços afrouxou. — Mas eu... Eu também gosto de você, Guk — falei mais baixo. Decidi, naquele momento, contar para ele o que sentia sobre os dois porque sabia que Jungkook era mais compreensível do que Taehyung e que ele tentaria me entender apesar de tudo.

— O quê? — Soltou-me completamente. — Você gosta de nós dois? — Gritou.

— Fale baixo, por favor — praticamente implorei ao mesmo tempo em que tentava segurá-lo. Jungkook se esquivava enquanto andava pelo quarto. — Guk, me entende. Eu fui sua namorada, fui esposa do Tae, tenho filhos com vocês e é claro que uma hora isso iria se embaralhar. Ainda mais porque eu amei tanto vocês dois.

— Isso é loucura! Você só pode estar doente, (s/n) — ele tentava se manter distante.

— Jungkook, por favor, tenta me compreender — pedi chegando mais perto dele.

— Não quero compreender isso. O que você deseja? Quer que eu e Taehyung nos relacione com você tipo aquela coisa de poliamor que o pessoal inventou hoje em dia? — Balançou a cabeça negativamente e eu me senti ainda pior. Fiz uma merda gigante contando isso a ele. Não era a hora e nem a maneira. — Não entendo como você pode gostar de dois homens. E o pior, dois homens totalmente diferentes — riu sem vontade. — Qual é a ideia? Um complementa o que falta no outro? — Aproximou-se ainda mais de mim e eu permaneci parada no lugar como se houvesse criado raízes ali. — Para você o meu jeito no sexo é agradável? Ou o Taehyung complementa essa parte? — Seu sorriso cínico acompanhado da provocação naquelas perguntas fizeram o meu rosto esquentar de ódio e sem pensar duas vezes, acertei uma tapa em seu rosto.

Sob o mesmo teto | jjk; kthOnde histórias criam vida. Descubra agora