Sob o mesmo teto | jjk; kth

Saeron

— Nós... Estudamos juntos, é isso — aproximou-se, abraçando-me brevemente. — Ela queria juntar alguns amigos para um reencontro.

— Ah! Que legal, amor! Por que não participa? — Abracei-o pela cintura. — É sempre bom reencontrar pessoas que fizeram parte da nossa vida em algum momento bom — ele riu soprado e me apertou em seus braços.

— Vou pensar sobre isso — seu celular tocou novamente, anunciando uma ligação, e nos obrigou a nos separar. — Oi, Jungkook — disse assim que atendeu. — Está bem, estamos indo aí — desligou e me olhou, estava sorridente. — A louca da mãe do Jeon está nos convidando para almoçar.

— É sério? — Arregalei os olhos e ele assentiu. Um convite da mãe do Jungkook significava muita coisa. — Vou tomar um banho e já desço.

Mesmo com os protestos de Taehyung dizendo que eu demoraria e que perderíamos a hora do almoço, eu subi às pressas e tomei um banho. Procurei uma roupa que fosse comportada, mas que não me deixasse parecendo uma senhora de meia idade. A mãe de Jungkook não gostava de roupas muito reveladoras. Eu penso que me vestir para agradá-la soa nesse momento como uma gentileza por ela ter se aberto para nos receber.

O almoço foi mais tranquilo do que eu esperava. Pensei que em algum instante a minha sogra soltaria alguma piada ou diria que os dois iriam me abandonar como o seu ex-marido fez com ela, mas não. Ela sorria o tempo inteiro, perguntou como era nossa rotina juntos e até fez uma brincadeira; perguntando a Taehyung se não era irritante para ele a mania de Jungkook ficar se gabando por praticar esportes variados. Hyunae não parava de falar, estava extremamente feliz por encontrar a avó depois de muito tempo. Seojun a viu pela primeira vez e me pareceu que gostou, pois não parava de puxá-la pela saia para pedir mais biscoitos.

— Até a mãe de Jungkook nos aceitou e o meu pai não conseguiu fazer isso — murmurei recebendo a atenção de Tae que dirigia. Eu ocupava o banco do passageiro enquanto Jungkook estava no lugar atrás do meu. — Os seus pais são mais abertos, eu já tinha uma ideia de que eles poderiam aceitar com mais tranquilidade.

— Eu também — Tae riu. — Além de que a minha mãe é o elo mais forte e ela gosta de você, então é noventa por cento do caminho andado.

— Mas eu achei que era mais fácil o meu pai aceitar do que a mãe de Jungkook.

Eu não conseguia ficar indiferente a essa situação. Sabia que para ele seria difícil quando soubesse, mas esperava que depois de alguns dias ele me ligasse e dissesse que tentaria aceitar ou algo do tipo. A última coisa que eu esperava era que o meu próprio pai quisesse tirar os meus filhos de mim. Ele preferiu se afastar ainda mais e agora era bem pior; pois além das suas filhas, os seus netos não o veriam mais.

— O seu pai nem te conhece direito — Guk disse enquanto apertava os meus ombros com leveza. — Quando não há ligação é muito mais fácil de se distanciar. Seu pai aceitaria se fosse mais presente. O erro é dele, não seu.

— Concordo com Jungkook — Taehyung se pronunciou de novo fazendo-me suspirar. — Sobre o processo contra ele, eu decidi deixar de lado — me olhou brevemente. — É melhor que o seu pai fique longe, não precisamos desse contato.

— Fez bem — falei e respirei fundo, livrando-me dos pensamentos relacionados ao meu genitor. — O que faremos agora? Tem algum parque ou algum lugar que vocês queiram ir? — Perguntei para os dois mais velhos, pondo fim ao assunto.

— Parque! — Hyunae gritou, assustando-nos.

Tivemos que reclamar por ela estar prestando atenção em nossa conversa e eu acabei rindo ao vê-la fazer bico para o pai numa tentativa clara de comovê-lo. Virei-me para trás apenas para ver a reação de Jungkook e ri ainda mais ao vê-lo com o rosto quase colado na janela para não se render à manha de Hyunae. Fomos para um parque que Jungkook e Taehyung frequentavam quando eram mais novos e os dois não esconderam a animação quando pisaram no lugar.