Capítulo 23

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•••Denver•••

Karl senta-se me encarando fixamente analisando-me como geralmente faz. Move os olhos de um canto ao outro e eu sacudo a cabeça dando um sorriso. Um aceno logo depois o incentivando a começar logo com o interrogatório.

— Estão juntos? — sua boca se move, a sobrancelha erguida, os braço cruzados e os lábios torcidos.

— Quem?

— Você e a dona do SEA Clean oras! — bufa. — Tenho notado que tem trabalhado lá desde que ela foi internada, não me pergunta como eu soube disso, eu apenas soube — sacode a cabeça na negativa.

— Não ia perguntar e sim, estamos juntos.

— Juntos juntos ou juntos? — Uma monocelha perfeita se faz no seu rosto. Curvo os lábios e aceno.

— Juntos!

— Humm, não senti firmeza. Tinha que ser juntos juntos, dá mais certeza que é um relacionamento sério.

— Mas é um relacionamento sério, eu a pedi em namoro e eu tenho quarenta anos Karl, para mim namoro é namoro, sem meios termos.

— Entendi! E como ela está? — Volta com o foco ao tablet enquanto faz a pergunta.

— Descansando na casa dos meus pais há uma semana.

Há uma semana que Summer teve alta e fomos directo para a casa dos meus pais. No início foi um pouquinho relutante, mas quando organizei tudo no dia seguinte, suas roupas, um espaço para ela no meu antigo quarto, ela parou de pedir para voltar para sua casa. E meus pais ficaram felizes, radiantes. Afinal vão poder acompanhar o processo de desenvolvimento dos bebés até pelo menos quando ela fizer 3 meses, que será quando ela tiver o diagnóstico do desaparecimento do inchaço que nos levou ao hospital.

— Seus pais devem estar radiantes, iriam ganhar apenas netos e do nada é o pacote completo, uma nora bilionária. Não se sente mal? Sua namorada tem mais dinheiro que você! Oh, fiquei até arrepiado — faz um gesto tremendo os ombros. — Tem que me passar a receita. Também quero uma bilionária.

Solto uma gargalhada. — Você é gay Karl, esqueceu?

Karl me olha com horror e leva a mão ao peito fingindo uma feição ofendida.

— E desde quando o facto de ser gay me impede de querer boa vida? Me ofende e me toma por tolo!

— Jamais! — sacudi a cabeça. — E eu gosto da ideia de Summer ter mais dinheiro que eu, quem sabe não sou promovido a esposo troféu, nunca mais ter que trabalhar na minha vida.

Rio da sua cara de horror.

— Cala a boca, você gosta do seu trabalho.

— Gosto também de relaxar e a propósito, hoje vou sair antes do meio dia, cancele toda minha agenda depois do meio dia e avisa que irei almoçar em casa.

— Aviso para quem? — Me encarou divertido. Revirei os olhos.

— Para quem te ligar procurando por mim, oras! — Espio a tela do celular. — Tenho quinze minutos, precisa de alguma coisa mais?

— Suas assinaturas nesses papéis, são para exposição.

— Irei ler em casa, mando amanhã no seu email assinados. — Levei a pilha de papéis e coloquei na pasta.

Saio do prédio já discando o número de celular de Summer. Irei almoçar com ela e meus pais, mas não me importo de ouvir a voz dela enquanto regresso a casa. Ela atende e vamos conversando pelo menos até quando paro para atender seus pedidos.

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