Reagindo mal

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               Pv Lorenzo Jauregui

    Camila estava decidida a contar a seus pais sobre nosso bebê. Ela tinha razão, estava na hora, não dava pra ficar escondendo. Mas ficar com medo era natural, não era um medroso por isso. Alejandro com certeza ficaria furioso e com razão, em seu lugar eu também ficaria, mas já estava feito e eu não me arrependia de nada. Fomos irresponsáveis, mas meu filho jamais seria um erro.

Lorenzo: Pronto – a incentivei a entrar em sua casa, quando ela não se movia, ficava parada próxima a porta – Vamos, estou aqui com você.

Camila: Vamos – ela respirou fundo abrindo a porta.

    Fomos até a sala, Alê e Sinu estavam sentados, abraçados no sofá assistindo TV, enquanto Sofia estava brincando no chão, mas assim que me viu, correu para os meus braços.

Lorenzo: Oi princesinha – beijei sua bochecha.

Sofia: Oi Lolo, vem brincar comigo – falou retribuindo o beijo em meu rosto.

Lorenzo: Que beijo gostoso. O Lolo só vai conversar com seus pais e eu já volto – ela assentiu indo para o colo de Camila – Oi sogrão, oi sogra.

Alejandro: E aí meu genro – levantou e me abraçou. Só quero ver se isso vai continuar depois de saber o que vamos contar – Você está tremendo, o que houve?

Camila: Papa, mama, nós temos uma coisa pra contar pra vocês – me soltei do abraço de urso do meu sogro, pra ficar ao lado da minha namorada que juntou nossas mãos e me olhou decidida – Eu estou grávida.

    Tudo aconteceu muito rápido, eu nem consegui entender direito, só né dei conta quando estava no chão e Alejandro sobre mim, acertando forte meu rosto. Ouvi alguns gritos de Camila e Sinu, e o choro de Sofia.

    Caramba, eu devia reagir, ou deixar ele extravasar sua raiva em mim?

    Ele batia muito forte, aquilo ficaria horrível, mas eu não podia revidar, era o pai da garota que eu amava, meu sogro, não o machucaria, mesmo que ele não estivesse preocupado em me machucar. Sinto meu rosto molhar. É agora estava ficando sério, ele estava tirando sangue de mim.

Sinu: Alejandro, pelo amor de Deus para, você vai mata ele – eu então resolvi me defender, o empurrei de cima de mim. Ele caiu de lado, tentei me levantar, mas estava um pouco tonto e caí de novo, ele me abraçou por trás, levando seus braços em meu pescoço. Eu não queria, mas precisava me defender, me virei pegando seu braço, torcendo atrás de suas costas, o imobilizado.

Alejandro: Vai me bater, seu moleque, anda – gritou.

Sinu: Enzo, por favor – minha sogra pediu.

Lorenzo: Eu não vou machuca-lo – garanti já soltando ele.

Alejandro: Mas eu vou, vou te ensinar uma lição – veio pra cima de mim de novo.

Shawn: Pai, para com isso – ele conseguiu segurar a fera. Pisquei algumas vezes, pra entender quem era.

Alejandro: Você deveria me ajudar, esse ordinário, engravidou sua irmã – ele falava com Shawn, que eu nem tinha notado ele chegar.

Shawn: Não é assim que se resolve, vocês precisam conversar – ele sentou o pai no sofá.

Camila: Amor, meu Deus – ela chorava muito tocando meu rosto – Meu Deus, pai olha o que você fez.

Lorenzo: Tá tudo bem amor, tá tudo bem – eu a puxei para meu colo.

    Merda, a médica pediu pra ela não se estressar. E olha o que estava acontecendo, a confusão que tinha acontecido.

    Sinu saiu com Sofia chorosa em seu colo, levando a pequena para a casa dos Stalys. Ela já estava muito assustada.

Alejandro: Saia de perto da minha filha seu moleque – ele gritou tentando se levantar, mas Shawn o impediu.

Shawn: Pai, vamos conversar civilizadamente, ele veio até aqui com ela, então quer dizer que vai assumir sua responsabilidade, vamos ouvi-lo.

Alejandro: Não tem o que ser ouvido, ele não vai assumir nada, eu confiei em vocês e olha o que aconteceu, jogaram o futuro fora, estragaram a vida da sua irmã – ele puxou os cabelos – Tenho que pensar no que fazer...

Lorenzo: Você não precisa pensar em nada, eu vou assumir o bebê, Camila vai ter o bebê...

Alejandro: Cala a boca, você não decidi nada aqui, os dois são menor de idade, eu sou responsável por Camila, sou pai dela, eu tomo as decisões por ela.

Camila: Papa...

Alejandro: E será assim, voltaremos para Cuba, onde nunca deveríamos ter saído, você terá essa criança lá, eu vou registra-la em meu nome e no de Sinu, vou mandar você para Londres, terminar seus estudos e fazer sua faculdade – ele divagou – E você vai sumir das nossas vidas.

Lorenzo: Não vou permitir isso, meu filho terá meu nome no registro dele.

Alejandro: Você vai é sair daqui agora – me pegou pela gola da minha camisa. Shawn tentou segura-lo, mas ele o empurrou – Não se meta Shawn, não vou machucar ele, só vou colocar ele pra fora, como o cão sarnento que ele é – caminhou me arrastando até a porta – Vai embora e não volte nunca mais – gritou fechando a porta.

    Ouvi Camila gritando lá dentro, me preparei para entrar de novo, nem que tivesse que arrombar aquela maldita porta, quando senti uma mão segurando meu braço.

Sinu: Por favor, é melhor você ir pra casa, ele está muito nervoso, Camila está ficando agitada com isso e faz mal pó bebê.

Lorenzo: Ela está nervosa, preciso cuidar dela e do nosso bebê, ela precisa de mim – eu não segurava mais as lágrimas.

Sinu: Ele vai se acalmar, vocês conversam depois, eu prometo cuidar da Kaki e do bebê, mas você precisa ir, cuidar disso – tocou meu rosto que estava todo dolorido, só não doía mais que meu coração.

Lorenzo: Promete mesmo – continuei chorando, ela me abraçou – Eu quero me casar com ela – procurei o anel que estava dentro do bolso da minha calça – Somos jovens, eu sei, mas eu quero me casar com ela, ter nosso filho juntos.

Sinu: Vocês não precisam se casar só por causa do bebê Enzo, eu vou conversar com Alejandro, ele vai entender e eu vou ajudar vocês com o bebê.

Lorenzo: Não é só pelo bebê, eu quero me casar com ela, eu ia esperar mais um tempo, esperar ela ir pra faculdade, se formar, mas o destino alterou a ordem.

Sinu: Você tem meu apoio – ela falou sincera – Agora vou cuidar da Kaki e você vai cuidar desses machucado.
Lorenzo: Eu vou ligar pra ela, dizer a ela que não vou deixá-la.
Sinu: Faça isso.

    Sai dali com meu coração na mão. Eu não queria ir embora e deixar ela, meu sogro estava muito estressado, mas acho que não seria capaz de fazer mal a filha. Apesar de tudo que ele tinha dito parecia bem real. Mas não deixaria ele levar Camila e nem meu filho pra longe de mim. Eu faria qualquer coisa pra conseguir ficar com eles. Lutaria por eles com minha vida se fosse preciso.

    Entrei no meu carro,  guardei o anel que era da minha vó. Ela tinha me dado pra quando fosse me casar com a mulher que eu amasse, eu daria a ela. Aquele anel esperava por Camila.

    Peguei meu celular, disquei o número dela, chamou uma, duas, três vezes, estava quase desistindo quando ela atendeu.

Camila: Cariño, onde você está? Cadê você? – ela chorava – Ele quer me levar pra longe, eu não quero ir, não quero ficar longe de você.

Lorenzo: Eu não vou deixar Camz, eu vou lutar por você e pelo nosso filho, não chora meu amor, vai fazer mal pro nosso filhote – eu tentava acalmar ela – Eu vou pra casa do Justin, não posso ir pra casa agora.

Camila: Ele te machucou muito né, eu não vou perdoa-lo nunca.

Lorenzo: Ei, não fala assim, ele é seu pai, ficou chateado – eu não queria colocar ela contra o pai – Eu te amo Camila, você e esse bebezinho são minha vida agora, vamos ficar juntos pra sempre, eu prometo a você, isso é uma promessa.

Camila: Eu também te amo Lolo, você também é minha vida, nós amamos você.

    Um sorriso se abriu em meus lábios, ainda dolorido. Me despedi dela foi doloroso, mas ela precisava descansar. O dia já tinha sido muito agitado para minha pequena.

    Liguei para Justin, expliquei o que estava acontecendo. Ele me disse que eu podia ir até sua casa e ficar lá o tempo que quisesse.

    Minha cabeça estava cheia e doendo muito, eu pensava em muitas maneiras para conseguir ter Camila comigo. Olhei para minha aliança e sorri, se tudo desse certo teria outra na mão esquerda em breve.

    Ainda sorrindo com pensamentos em meu futuro, vi uma luz forte em minha direção e tudo de repente desapareceu.

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