CAPÍTULO XIV

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Jimin chegou no apartamento e destrancou a porta com a chave. Encontrou Jungkook deitado no sofá, embrulhado do pescoço aos pés sob dois edredom. O dia estava fresco, mas não o suficiente para precisar de todo aquele aparato invernal. Aquele comportamento certamente devia-se a febre que tinha acometido Jeon durante aquela semana.

O geneticista parecia ter acabado de acordar, estava descabelado, com o rosto inchado e barba por fazer. Como nos dias anteriores, Jimin havia dito que iria visitá-lo após sair da academia, mas naquela noite tinha se atrasado ao buscar uma canja de galinha no restaurante caseiro que mais gostava. Fazia dias que Jungkook havia se ausentado do trabalho por causa de uma virose gastrointestinal sendo obrigado a cancelar sua participação em algumas atividades no evento científico realizado no Japão. Ele estava chateado por não cumprir toda a agenda, e só não ficou pior porque a irmã o substituiu em uma oficina em que ele participaria na Universidade de Kyoto.

— Você está péssimo! — Jimin disse assim que o viu.

— Hoje eu acordei me sentindo muito melhor! — Jeon respondeu sem muito ânimo.

O biomédico deu um passo a frente e se abaixou até o sofá para deixar um leve selar no rosto de Jungkook. A voz dele estava fraca e rouca, seus olhos aparentavam cansaço e a pele febril. Jeon havia dito que estava bem melhor, mas sua aparência apática dizia o contrário. Jimin estava um pouco inquieto, queria pedir a ajuda do moreno mas era impossível tocar no assunto com ele naquele estado. Ele foi até o balcão da cozinha e deixou as sacolas que havia trazido.

— Quer comer primeiro ou tomar banho? Você não parece que tomou um hoje?

— Eu estou fedendo? — Jeon se sentou no sofá com dificuldade, levantou os braços em seguida e conferiu o cheiro das axilas.

— Não... — Jimin respondeu sorrindo. — Mas um banho quente vai fazer você se sentir melhor.

— Tudo bem... — Jeon concordou e tentou se levantar. Jimin imediatamente veio ao seu encontro e o auxiliou a ir para o quarto.

Quando entraram no banheiro, Park ajudou Jungkook tirar o pijama que estava vestido antes de entrar no box. Jeon se sentou no banco de concreto que havia ali e deixou o loiro lavar seu corpo.

O geneticista fechou os olhos, a delicadeza das pequenas mãos de Jimin em seus cabelos lhe fizeram relaxar instantaneamente. Ele não queria admitir, mas havia sentido falta de Park durante os dias em que ficaram sem se ver.

Jeon tinha viajado para o Japão a trabalho, porém teve que voltar mais cedo do que previra por causa da virose. Romi tinha ficado no país para cumprir o restante da agenda. Ela era mais nova, mas parecia uma mãe preocupada e ligava sempre que tinha um tempo livre para saber como Jungkook estava.

Jeon sorriu ao se lembrar da mulher, ela queria saber porque ele tinha adoecido, chegou até cogitar se poderia ser a doença austríaca desconhecida de Jimin, pois os sintomas de náusea, vômitos e falta de apetite eram semelhantes.

Aquele assunto já havia roubado várias noites dos irmãos. Jungkook e Romi tinham pesquisado e até entrado em contato com seus amigos na Europa, masninguém soube informar nada sobre a tal síndrome de Gelandensprung que acometia Park.

Esse era mais dos mistérios que rondavam o biomédico que Jeon estava curioso para desvendar. No entanto, ele não tinha condições físicas para focar em absolutamente nada, nunca havia se sentindo tão vulnerável como naquele momento.

Ter Jimin lhe ajudando era desconcertante, porém muito satisfatório. Eles estavam estabelecendo uma intimidade que não era comum em relações casuais, mas para falar a verdade Jungkook já nem sabia avaliar aquele relacionamento. Park sempre estava em sua casa, tinha até mesmo uma gaveta para suas roupas em seu armário e uma escova de dente em seu banheiro.

O que esperar de um plano B 🌈 JJK & PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora