the letters arrive

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1093 palavras

  
1971

Sirius estava usando toda força que lhe restava para não gritar pois, sim senhoras e senhores, Sirius havia recebido sua carta de Hogwarts.

Ele pensava que um ser humano não conseguiria sentir tanta felicidade assim, mas ele estava. Era surreal pensar que, sim, iria finalmente sair da casa dos seus pais e ir para o lugar que mais desejava.

Sirius saiu do seu quarto para ir até o do seu irmão.

- Regulus, Regulus, Regulus! - exclamou animado.

- Ah, hey Sirius.

- Olhe!

- Essa é… a sua carta? - questionou levantando de sua cama.

- SIM, SIM, SIM!!!

- Você vai pra Hogwarts! - Regulus gritou quase tão animado quanto seu irmão.

- Vou!

A essa altura ambos estavam pulando pelo quarto como duas crianças de 6 anos após ganhar um brinquedo. 

- Hogwarts! - exclamou Regulus de novo ainda desacreditado.

- Sim - respondeu Sirius rindo da perplexidade do seu irmão. 

- Que bagunça toda é essa?  - questionou Walburga com seu habitual tom seco a porta do quarto. 

Ninguém sabia dizer como, mas parecia que sempre que Walburga entrava em algum cômodo, automaticamente o lugar se tornava mais cinza e frio, pode parecer bobagem, mas acredite se quiser, Walburga Black é a pessoa mais severa e má que você irá conhecer. Realmente, uma megera. 

- Sirius recebeu sua carta mamãe, olhe! - exclamou Regulus apontando para a carta nas mãos de Sirius. 

Sirius esticou o braço em direção a sua mãe para lhe entregar a carta, já não estava mais sorrindo, era difícil perto de Walburga.

Walburga pegou a carta de suas mãos. Era complicado dizer se estava orgulhosa ou não, feliz ou não, pois sempre mantia a expressão rígida e fria. Sirius nunca a viu sorrir, ou chorar… na verdade nunca a viu expressar nenhum sentimento além de raiva. 

E por mais que Sirius não se importasse com a opinião de seus pais, lá no fundo, bem no fundo mesmo, ainda queria que eles sentissem nem que seja só por uma vez, orgulho dele. Mas nunca ousaria admitir isso em voz alta, claro… talvez nem pra si mesmo.

- Hm… - Walburga parecia estar escolhendo muito bem suas palavras e, Sirius estava mais nervoso a cada segundo - bom - palavra, pelo visto.

Os ombros de Sirius foram pra baixo enquanto sua mãe saía do quarto. 

Sirius estavam desapontado, com ele mesmo e com sua mãe, não recebeu nem um "parabéns". Não sabia exatamente por que estava desapontado, já deveria ter esperado. 

- Eu estou orgulhoso de você Sirius - disse Regulus baixinho como se fosse um segredo, por mais que não houvesse mais ninguém no quarto. 

Sirius olhou pra baixo para encontrar seus olhos e apenas sorriu, afinal, um sorriso vale mais que mil palavras.

{***}

- James! - chamou a Sra. Potter - James venha aqui embaixo querido.

James de 11 anos desceu as escadas correndo, ninguém entendia como ele conseguia ter sempre tanta energia. 

- Chegou? - perguntou animado.

Euphemia apenas acentiu com a cabeça sorrindo, ele correu em sua direção e a abraçou.

- Por que tantos abraços? - interrogou Fleament - Eu quero também!

Fleament os abraçou enquanto todos riam.

- Por que estamos nos abraçando? - questionou sorrindo e se separando do abraço.

- James recebeu a carta - explicou Euphemia animada.

- Ora mas isso é uma notícia maravilhosa, digo que devemos comemorar! Hm… sorvete?

- Sorvete! - gritou James.

{***}

A família Pettrigrew estava almoçando em silêncio até escutarem um barulho vindo da janela. Era uma coruja, mas isso era normal, provavelmente era o Profeta Diário.

Abriram a janela para a coruja entrar e, realmente, era o Profeta Diário, mas tinha algo a mais ali, algo que todos naquela casa estavam aguardando.

- É a carta! - berrou Peter derrubando os talheres no chão.

- É, é sim! - exclamou a Sra. Pettigrew contendo as lágrimas.

O Sr. Pettigrew não consiguiu dizer nada, apenas suspirou aliviado e sorriu para seu filho.

{***}

Remus estava em seu quarto, sentando em sua escrivaninha desanhando, e realmente tinha talento pra coisa. Sorriu consigo mesmo vendo o resultado final, quebrou um pedaço da sua barra de chocolate e pôs em sua boca.

Após alguns instantes de silêncio uma coruja entra voando pela janela de Remus o que o assusta, a coruja pousa sob sua mesa e encara Remus, esperando que ele pegue a carta para que possa ir embora. Muito lentamente Remus pega a carta e a coruja levanta vôo indo embora.

Ele olha a carta atentamente: 

       Ao Sr. Remus Lupin.
      Segundo quarto da casa, final do corredor.

Ele virou para ver o outro lado da carta e ficou tão assustado, feliz, aterrorizado, surpreendido e mais um monte de coisas que não soube descrever em palavras que acabou empurrando a cadeira sem querer, e consequentemente caiu de costas no chão. Se levantou rapidamente e exclamou:

- Eu vou pra Hogwarts! - parou e pensou por um instante - Eu vou pra Hogwarts?

Ouviu a campainha tocar e foi até a sala, lá ele viu, sim, ele mesmo, Dumbledore em pessoa estava lá, na sua casa, na casa de Remus.

- Professor Dumbledore? - questionou Hope surpresa, por mais que fosse trouxa, sabia do básico do mundo bruxo.

- Bom dia a todos - comprimentou Dumbledore sorrindo abertamente, seus óclinhos meia-lua refletindo a luz do Sol que entrava pela janela. - hoje, vim até aqui para falar com o jovem Remus.

Remus olhou assustado para sua mãe tentando entender o que estava acontecendo, mil e uma coisas já se passavam pela sua cabeça, e ele não sabia em qual delas acreditar.

- Receio que tenha recebido a sua carta? - questionou ainda sorrindo.

- Recebi sim senhor, e estou realmente muito feliz, mas acredito que não seja possível eu ir estudar em Hogwarts senhor - respondeu tristemente olhando para seus próprios pés. - eu sou um lob-

- Se for por que você é um lobisomem, não deveria se preocupar - tranquilizou Dumbledore.

- Mas… professor Dumbledore, não acho que seja seguro nem para mim nem para os outros alunos eu ir… sou um monstro - disse a última parte quase como um sussurro, ainda olhando para seus pés. Viu pela canto do olho que sua mãe o olhava tristemente.

 - Ora, mas é claro que não é! - exclamou Dumbledore descontraído. - já resolvemos tudo para você, se você quiser ir, é claro.

Remus o olhou surpreso: 

- Vou poder ir a Hogwarts? De verdade? 

- Mas é claro que sim! Encontramos você em setembro, eu espero? 

Remus olhou para sua mãe que acentiu sorrindo.

- Nos vemos lá senhor - afirmou Remus

Dumbledore sorriu e saiu da casa, quando Remus olhou lá pra fora, ele já havia sumido.

Remus voltou para o seu quarto sorrindo, pensando em como ele iria ter amigos, ter aulas legais, seria feliz.

- Feliz... - sussurrou ele. De algum modo, a palavra parecia soar muito bem.

[SENDO REESCRITA!] Onde histórias criam vida. Descubra agora