some months at the Black's house

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||1620 palavras

É estranho o modo como a atmosfera pode mudar drasticamente de um lugar para outro. Sirius percebeu isso naquele dia.

Logo antes de exclamar "A Mui Antiga e Nobre Casa dos Black", a sensação que tinha (esquecendo o nervosismo e a tristeza por estar indo embora) era de conforto. Era uma sensação calorosa de pertencer, como se realmente pertencesse à ali. Algo misturado com nostalgia. Uma alegria e segurança que nunca pensou que sentiria. Mas assim que as chamas verdes da lareira ficaram maiores, e seu corpo começou a girar, o dizendo que estava prestes a voltar para sua casa, tudo que sentia era horror. Estava horrorizado. Durante a viagem inteira, ficou horrorizado. E quando seus pés bateram na lareira na grande sala de estar em sua casa, já não sentia mais conforto, nem nostalgia, alegria ou segurança. Não sentia nem mesmo aquela sensação calorosa de que tanto gostou. O clima na casa dos Black era mais que frio. Sempre que entrava dentro daquela casa era como se uma pedra enorme se gelo se instalasse em seu estômago. Como se sua respiração ficasse mais rasa. Como se o frio tirasse seu ar. Ele odiava isso.

Assim que sua cabeça se levantou para a sala de estar, deram de cara com os olhos negros de Walburga e Orion Black. Aqueles olhos intensos, de um jeito ruim, que sempre o julgavam. Sirius esperava de todo coração que seus olhos não fossem daquele jeito.

Quando encarou seus olhos, percebeu que algo estava errado, que ele estava errado. Ele havia alguma coisa de errado. Novamente.

E, pelo menos dessa vez, realmente não sabia o que havia acontecido.

Orion Black começou a andar em sua direção, muito lentamente fazendo Sirius estremecer. Ele parou próximo à Sirius, abriu a boca e perguntou, com tom de nojo:

— Um Potter? Seu "amigo" era um Potter?

Claro que era isso, pensou Sirius.

— É — respondeu ele dando de ombros. Qualquer um que olhasse a cena diria que Sirius estava perfeitamente calmo, o que com certeza não era verdade.

— E um lobisomem? Você tem andado com um traidor de sangue e um lobisomem?

— Como você sab- — começou Sirius, mas logo foi interrompido. Por um soco.

Isso com certeza o surpreendeu. Não por ser uma violência física, não, isso era o de menos, mas sim por Orion ter o machucado de forma, considerada, trouxa. Normalmente quando iam o punir, usavam algum feitiço mágico.

Aquilo havia doído, sem sombra de dúvidas havia doído. Mas ele não ia demonstrar, não, claro que não. Não iria se render não facilmente.

Quando estava prestes a abrir a boca para tentar perguntar, novamente, como seu pai sabia sobre Remus, Orion se virou e começou seu caminho para longe da sala. Para longe de Sirius.

— Não acha que havia decepcionado nossa família o suficiente pirralho? — questionou Walburga.

Sirius se manteu em silêncio, encarando a mulher na sua frente, aparentemente, sem medo.

— Quero que você se curve, e implore por perdão.

Sirius continuou parado em silêncio.

— Curve-se Sirius!

— Nunca.

Walburga então, retirou sua varinha de dentro das vestes e apontou-a para Sirius, que estremeceu. Logo depois ela exclamou:

— Imperio!

Sirius sentiu-se em paz. Como se nada importasse no mundo. Sua mente estava leve, e nada o preocupava. Segundos depois escutou uma voz (a de Walburga) dentro de sua cabeça.

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