euphoria

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1760 palavras.

Euforia.

Era isso que Remus sentia. Uma coisa que ele nunca pensou que um dia iria sentir.

Mas antes ele não tinha amigos. Antes ele não tinha alguém para contar. Antes ele era solitário. Antes ele era triste. Antes ele não era um Marauder.

Agora ele tem amigos. Agora ele é feliz. Ele não é mais sozinho. Agora Remus não é vazio. Não mais.

Não é incrível a sensação de voltar para o lugar que você sabe que pertence, e ainda saber que tem pessoas lá que estão esperando por você? Não é incrível a sensação de saber que existem pessoas, pessoas de verdade, que realmente se importam com você? Ele não conhecia isso antes.

Ano passado, em uma noite qualquer indo até a biblioteca, Remus conheceu 3 garotos, 3 garotos que ele nunca imaginaria se tornarem seus melhores amigos, 3 garotos que ele nunca imaginaria se tornarem sua família. Cada um com suas qualidades e defeitos. Um muito dramático. Um muito convencido. Um muito covarde. A coisa que eles tinham em comum era lealdade. Esses garotos eram: Peter Pettigrew, James Potter e Sirius Black. Eles eram completamente malucos, insuportáveis, incontroláveis e, de vez em quando, babacas. Remus os amava.

Remus os ama e nunca consiguiu se imaginar amando tanto outras pessoas e sendo amado de volta.

Remus os ama tanto… tanto, que não pode contar a verdade.

Ele confia nos garotos, claro que confia. Mas já é perigoso sem eles saberem, seria pior se soubessem. Existem coisas que simplesmente não podem ser ditas em voz alta, devemos guardá-las em lugares escuros, enconde-las de tudo e todos, nem sempre tem um motivo aparente, simplesmente é assim.

Se eles descobrirem…, pensou Remus já deitado em sua cama.

Como era possível? Se encontrava feliz, eufórico, a dois minutos atrás, e agora, estava assustado e apreensivo. É incrível o que inseguranças e pensamentos repentinos podem fazer conosco. Parece que eles aniquilam a alegria e a esperança, os tornam pó, os desentragam. Como dementadores, sugando a energia e a alegria do mundo, é por isso que Remus passava todo dia, mas ele não precisa de dementadores, não quando tem a própria mente.

Sua mente é como uma armadilha mortal, ela nunca para de funcionar, nunca para de pensar, e pensa coisas que ele não gosta. Muitas pessoas dizem para nos afastarmos de coisas e pessoas que nos fazem mal, mas como se faz para fugir da própria cabeça?

Há tanta coisa se passando por sua cabeça, barulho, caos. As vezes Remus se pega olhando para o nada, pensando em nada, mas em tudo, é tanta coisa que às vezes ele se esquece de estar ali, se esquece de existir. Ele se afoga em pensentos e emoções, e ele quer fugir disso, ele precisa fugir disso. Mas como fugir de você mesmo? Como se faz para se libertar de você?

Bem, agora já sabia que não iria conseguir dormir.

Amanhã voltaria para Hogwarts e veria seus amigos novamente, isso já era um motivo para ficar feliz novamente.

Euforia.

Guarde isso, pensou, guarde a sensação, não tem como saber qual vai ser a última vez que você irá senti-la.

{***}

— SIRIUS!

— E aí quatro olhos! — exclamou Sirius assim que avistou James.

— Como foram as férias?

— Deprimentes.

— Caramba, se continuar desse jeito vou ter que começar a convidar você para passar os verões na minha casa.

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