Depois de participar de um racha de carros, envolvendo: apostas e drogas nas ruas de Los Angeles. Savannah Boswell se muda para o Japão, a fim de morar com seu pai para evitar a prisão nos Estados Unidos.
Em Tóquio, ela conhece Han Lue, que após um...
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POINT OF VIEW
Savannah Boswell
A casa de Han era modesta, bem, aquela parte da casa. Entraram em uma porta nos fundos da oficina que os levou até uma sala grande cheia de pessoas que dançavam, bebiam e se agarravam sob uma luz neon ao som de um DJ divertido, que mandava-os jogarem as mãos para o alto e gritar "Yeah".
No instante em que a multidão os avistou, três mulheres correram em direção ao Han, que sorriu abertamente para elas. Savannah observou a cena por um momento mas quando uma delas puxou os lábios do homem para um beijo quente, seus olhos desviaram para outra parte da festa. Não sentia-se envergonhada ou algo do tipo, afinal já fora em inúmeras festas e presenciou uma centena de vezes casais se agarrarem ou transarem na sua frente, porém soou um pouco esquisito ficar olhando para Han se atracar com aquelas mulheres.
— Savy! — gritou uma voz no meio da multidão.
Era Twinkie.
Caminhou com dificuldade até ele que dançava com duas garotas altas e bonitas.
— O que foi que eu disse? Disney para adultos, irmãzinha! Isso aqui é o paraíso, olha só — gritou por cima da música envolvendo seu braço no ombro da garota e puxando-a para perto da mesa do DJ — São todas modelos.
— E alguma delas já caiu no seu papo? — brincou aceitando uma garrafa de cerveja que ele ofereceu.
— Não há nada mais que garotas curtam do que um cara que faz elas rirem. É quase certo que pelo menos nove de dez queiram ficar comigo hoje a noite.
— Deixa eu adivinhar... A décima garota sou eu? — indagou dando um grande gole na bebida gelada.
— Mas isso não significa que eu vou deixar que você passe a noite na cerveja e parada aí feito uma esquisitona, meu amigo ali Tosh, tá bem interessado em você. Na verdade desde a corrida na Garagem. — informou apontando para um garoto de cabelo raspado do outro lado da sala, que ergueu o copo com bebida em direção a eles.
— Manda ele seguir com a fila que eu não tô interessada — respondeu pondo fim na conversa.
Twinkie jogou as mãos para o alto em sinal de desistência.
O DJ mudou a música When I R.I.P do Labrinth, e a atmosfera da sala mudou completamente. Uma onda nostálgica ponderou do seu corpo, como se estivesse de volta à Los Angeles com o Cabeça em mais um final de semana. Primeiro eram as festas e após os rachas sempre sobrava um tempo na madrugada para matar a fome em um McDonald's. Que droga, como sentia falta de tudo aquilo! As vezes desejava poder voltar no tempo e fazer tudo diferente, ficar mais tempo com sua mãe e maneirar nos rachas, como ela deveria estar se sentindo naquele instante? Sozinha, com certeza. Não era surpresa quando diziam que Savannah e seu pai eram parecidos, ambos egoístas e irresponsáveis. O que sua mãe havia feito para merecê-los? Tinha largado a faculdade e o sonho de ser artista para se dedicar inteiramente a eles e o que fizeram em retribuição? Deram desgosto e a abandonaram. Aqueles pensamentos foram suficientes para o seu espírito festivo afundar, bebeu o resto da cerveja em um longo gole e saiu do local pela a mesma porta em que havia entrado.
