Cap 5. A primeira sexta feira.

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Bruce puxou o carro e levou ele até a frente da casa da menina, estacionando frente a calçada.

Um a um todos desceram daquele veículo constrangidos pela vergonha de serem pegos, e um a um como crianças levadas Hanna pôs para dentro de sua humilde residência.

E quando se dizia humilde, queria se dizer literalmente isso.

Tinha dois andares apenas, no de baixo havia um banheiro, uma cozinha de um lado do corredor, e uma sala apenas com um tapete oval de estampa tribal no chão.

A cozinha tinha uma pequena bancada que separava o microondas, pia, fogão e geladeira de uma mesa branca de plástico, igual as quatro cadeiras que a rodeava.

Ao fundo da casa, no corredor central onde dividia os dois lados ia uma porta, onde se encontrava o fundo da casa, local esse que tinha um pequeno jardim onde flores de girassol eram plantadas protegidas apenas por uma cerca alta e branca. Talvez fosse dali que vinha o cheiro característico dessa menina, de um bom despertar ao lado de diversos girassóis. Bom, ainda naquele corredor havia também na lateral direita uma estreita escada de madeira escura, estreita o suficiente para apenas uma pessoa passar de cada vez.

— Bom, podem se sentar envolta do tapete, não tenho cadeira suficiente para oferecer para todos — a moça sorriu meio envergonhada. — Eu... vou pegar alguma coisinha para a gente mastigar.

— Não precisa... — Emily falou em baixo tom.

— Eu insisto — Hanna lhe respondeu. — Eu passei em alguns lugares hoje me preparando para dar um lanchinho para vocês de qualquer forma, você gosta de comida japonesa, não é Becky?

A morena apenas balançou a cabeça confusa por aquela moça saber desse fato. Era apenas o quarto dia de aula e as duas nunca tinham cruzado uma única palavra.

— Sabia! — Hanna disse entusiasmada. — Eu ouvi você reclamando quando eu fui no japonês — E riu.

— Então você sabia desde o início?

— Vocês são muito amadores em seguir pessoas — ela riu de forma fofa. — Alguém poderia me ajudar? Meu senhor? Bruce? Ross?

— Eu vou — Bruce falou levantando-se do chão apoiando os braços nos joelhos. — É só me dizer o que eu preciso fazer.

Bom, talvez essa fosse a ideia mais lógica, para derrubar o Bruce precisava de técnica, muita técnica, ele não era chamado pelo grupo de "brutamontes" atoa, além do mais, sua função no time era justamente derrubar os oponentes, e para isso, ser derrubado estava fora de questão.

E os dois foram para a cozinha.

— Quero comentar duas coisas — Becky. — A primeira: Essa menina é muito estranha; e a segunda: Ross, você grita que nem uma garotinha.

— Eu não grito não — a voz de Ross ficou mais fina quando tentou se defender, e isso fez o grupo soltar uma leve risada. — Droga... — amaldiçoou-se por não conseguir desmentir, se lamentando do fato.

— Estou me sentindo um lixo — Gwen proferiu —, tudo isso e na verdade estávamos comendo na mão dela o tempo todo.

— Eu sei... — de todos talvez fosse Thales o mais frustrado entre os garotos. Tinha planejado tanto, feito tanto para fazer um plano decente e um "então, a assassina já fez algum movimento suspeito" acabou com todo o esforço que tinha depositado nessa busca hoje.

O pessoal olhou para o de chapéu por um tempo em silêncio, sem saber o que dizer para o amigo frustrado, até que curiosamente a campainha da casa tocou e ouviram Hanna gritar um "já vai" bem alto.

Autumnfall (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora