Cap. 11 O futuro, novamente...

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8 de setembro de 2014, segunda-feira.

Feliz ou infelizmente, seus deveres como estudante ainda não tinham acabado e mesmo contra protestos sua avó fez Ross levantar-se da cama — sobre alguns tapas — para que o moço se arrumasse para aula.

Dizer que queria ir seria uma mentira muito grande, até porque sem a sua prima, as coisas pareciam muito ruins, tais quais nem saberia se seria capaz de se formar, pois sempre fora Paige aguentou as pontas de ensinar o burro que era a tirar as notas e, não só isso, como os almoços de domingo e as confraternizações de finais de semana e feriados seriam terríveis sem ninguém que entendesse as suas piadas.

Levantou, observando o belíssimo sol que havia no lado de fora de seu quarto e o balançar de algumas árvores sobre a forte ventania que estava naquele dia.

Podia imaginar contente as histórias que sua prima gostava, os chapéus das donzelas voando rumo ao céu, e depois de um tempo um cavalheiro, cujo qual os traços do destino — e do roteiro — estavam aptos a marcar um pequeno reencontro, uma leve troca de olhares e, quem sabe marcar um momento sublime de um romance.

Involuntariamente esticou o seu braço para fora da janela quando viu um dos chapéus de seu devaneio voando solto ao vento, segurando o mesmo.

Olhou aquilo com certa graça, pensando que sua imaginação estava muito forte aquele dia, mas logo focou um pouco mais a visão, vendo no meio da rua uma garota com um vestido bege com uma estampa floral, belos girassóis se aproximando em uma bicicleta.

Mas dessa vez não era só o seu vestido. Dava para ver na cestinha de seu veículo um vaso de plantas, e ali dentro, um belo exemplar daquela flor amarela.

Está explicado o chapéu ele pensou dando um sorriso forçado e, acenando com a mão.

Depois de vê-la, não pôde deixar de sentir alguma coisa no seu peito tirando-o daquele invólucro que tristeza ao qual seu coração estava, mas de todas as coisas, não tinha certeza se queria ver Hanna naquele momento.

Bom, não era como se ele quisesse ver alguém por mais próxima ou distante que fosse a pessoa, então não era culpa dela.

Já tinha se arrumado felizmente, então só foi dar uma batidinha leve em seu cabelo, ter certeza de que sua roupa estava minimamente alinhada e ele mesmo foi atender a porta, antes mesmo dela tocar a campainha.

Espera, ela veio me visitar ou só estava de passagem? Ross pensou antes de segurar a maçaneta, e ainda acrescentou um como ela sabe onde eu moro?

Mas a campainha tocou, viu sua avó andar até a porta para atender, mas com um sorriso ele mesmo disse que faria, então ela voltou para a cozinha, proferindo para vir logo tomar o café da manhã.

Olhou pelo olho mágico vendo quem era, e não pôde deixar de sorrir quando teve certeza de que era a garota dos girassóis.

Ela estava bem bonita essa manhã, aliás, mesmo depois de ter passado outro dia pedalando a tarde inteira não perdeu a sua beleza, e mesmo chorando, ainda era linda.

Parecia um pouco desconfortável, puxava seu vestido para baixo enquanto a outra mão ia o vaso de flor e, quando parava de puxar a roupa, ia com a mão livre para arrumar o seu cabelo para prendê-lo atrás da orelha.

Logo, depois de alguns segundos a observando, Ross abriu a porta e a viu abrir um lindo sorriso, estendendo o vaso de planta em sua direção.

— É para você — foi o que ela disse — não sei com o que as pessoas costumam a presentear as outras nessa geração, mas por favor, aceite, é do fundo do coração. Meus pêsames Ross, não sei muito, mas sei que ela era muito importante para você.

Autumnfall (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora