4.3 Rastreie Hanna Bradley

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— O que? — Ross disse incrédulo com o que estava ouvindo, cruzando os braços com o cenho franzido. — Nada feito.

— Por favor cara — Alec comentou em súplica, quase implorando para o outro jovem. — Me ensine! Como eu faço para chegar na Elen?

Tinha imaginado que era algo do tipo, Alec Ford era caidinho por Eleonor Laurence desde quando havia visto aquela mulher pela primeira vez, só foi botar os olhos nela e... pronto, nunca mais conseguiu esquecê-la.

Mas aí é que está, em algum momento o garoto se permitiu cair na friend zone, e de lá nunca mais saiu, mesmo depois de ter coragem para ela — bêbado, diga-se de passagem — de dizer como se sente em relação a moça, nada adiantou.

A pior época para ele fora quando Elen se engraçou com Jacob, considerado o pior dos piores da escola, e devido ao seu namorado ser extremamente possessivo, começou a desconfiar que os dois se pegavam no clube de dança — o que não é mentira, mas apenas como par nas coreografias, o que ele acabava fazendo com outras meninas também visto o pouco interesse do público masculino em dança nessa escola —, e fez questão de fazer ela escolher entre seu sonho ou o namoro; claramente Jacob se arrependia disso até hoje.

Estavam do lado de fora da escola perto da arena de futebol americano, onde por perto também era o estacionamento. Logo logo o treino iria começar, mas enquanto não, o lugar estava bem vazio.

— Desculpa cara — Ross disse suspirando —, quanto menos homens da minha área sabendo essas coisas melhor para mim.

— Eu faço qualquer coisa, qualquer coisa mesmo! — Alec era um moço grande, do estilo 1,85 de altura, o que de certa forma podia ser considerado bem intimidador para um cara mais baixo como Gibson. Porém, não era isso que fazia Ross querer voltar atrás e falar alguma coisa, mas sim o fato de que ele estava quase chorando por ajuda.

Odiava ver mulheres chorar, agora homens já chegava a ser bizarro, pelo menos em seu consentimento. Bom, claro que dependia do motivo para ter levado ao choro, mas um como implorar o dava nos nervos.

— Você sabe o que ela gosta? — Ross disse por fim, derrotado. No final o seu bom coração sempre acabava-lhe traindo.

— Rosas e lírios, perfume de criança, mas não da criança em si, sapatilhas de dança, café da manhã com ovos benedicts, uma boa massagem nas costas... — Alec dizia como uma metralhadora, tópico por tópico orgulhoso de si enquanto dizia. — Também gosta de pintar com as próprias mãos, sentir a textura da tinta nos dedos sabe?

— O que você é? — Ross riu. — Um catálogo? Um manual?

— Okay — Alec disse cruzando os braços — e o que você queria de resposta?

— Vou mudar um pouco para facilitar — ele disse levantando um dedo para que o menino tomasse atenção. — O que você, Jacob e eu temos em comum?

— Porra nenhuma? — responderia diferente se não tivesse ficado um tanto ressentido e raivoso com a última cortada que recebeu, ele tinha um profundo orgulho de ter coletado tantas informações assim da garota que gostava.

— Exatamente — sorriu — e mesmo assim dois de nós ficaram com ela, logo — com o polegar levantado ele contou "um" — Jacob Handsen — levantando o indicador contou "dois" — Ross Gibson — e levantando o dedo médio contou "três" — uhmm — Apontou o indicador para ele — você é o problema, Alec Ford.

— Vai ficar me humilhando ou vai me ajudar?

— O professor Ross tem ensinamentos muito duros. — Então o garoto deu uma gingada. — A primeira coisa é andar como se tivesse com uma arma incomodando a cintura, observe — e imitou exatamente o andar do personagem Jerome de uma série adolescente.

Autumnfall (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora