14.3 Liberdade.

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12 de setembro de 2014, sexta-feira.

Como diria uma saudosa música brasileira, "liberdade liberdade, abre as asas sobre nós!" E se Becky a conhecesse, provavelmente sairia daquela delegacia cantando a mesma ao ritmo do samba por finalmente ser livre daquele inferno gradeado ao qual se encontrava desde domingo.

Mas era melhor assim, não a conhecer afinal havia alguns repórteres na porta da delegacia esperando a sua soltura para tirar uma casquinha da moça para as reportagens ao vivo matinais, com certeza não pegaria bem para a imprensa.

Sua tia tinha conversado com Thales para que ele a buscasse na delegacia aquele dia visto que se sentia mal em lidar com público e não queria que Ella se envolvesse o menos com isso possível, já que até na sua escola primária ela estava sendo chamada de "prima da assassina" na maior maldade juvenil.

E ao invés de ir com o carro de Bruce como tinha pensado inicialmente, como o garoto não respondeu suas mensagens, resolveu pedir a Ethan o carro emprestado, que cedeu, mas brincou ameaçando dar uma surra nele se ele amassasse ou não devolvesse com o tanque de gasolina como estava antes do carro ser emprestado, e o de chapéu logo concordou com a ideia, dando a sua palavra que o carro voltaria intacto.

— É um pouco frustrante — Louis falou ao ver a moça descendo as escadas da frente da delegacia —, mas é o certo a se fazer, não temos nada que a incrimine, não encontramos nada que justifique aquela denúncia anônima e, nesse meio tempo o assassino já agiu de novo, não dá para sabotar o carro daquela forma dentro do presídio, se fosse feito antes dela ser presa provavelmente o moleque daquele carro teria morrido mais cedo.

— Sim... — Paul respondeu dando um tapa no peito dele — bom, vamos voltar a procurar o verdadeiro culpado, a gente deveria é ter pedido desculpas a ela.

— Pode crer — o outro policial riu, voltando para dentro da delegacia.

Não eram muitos degraus até chegar no nível da rua, e quando viu Thales esperando na porta, ela simplesmente saltou os últimos dois e pulou para o seu braço, que meio receoso do impacto a segurou com um sorriso, exatamente como se ela fosse uma criancinha, apenas... bons centímetros a mais, e mais pesada também.

— Louca — ele falou quando a segurou.

— É o meu jeitinho — riu — não quero passar mais nenhum segundo aqui — e então falou no ouvido dele — me leva para a sua casa? Estou com saudades.

— Becky Willians. — O garoto precisou encarar o rosto dela por um instante, rindo daquela enorme audácia — tinha me esquecido como você consegue ser podre as vezes!

— Eu sei que você curte uma pegada cretina — sorriu, mas logo desfez seu semblante alegre — por favor, sei que deveria ir para casa, mas com certeza não vou conseguir relaxar por lá.

— Okay — suspirou vencido. Era realmente bom que ela fosse para a casa dela, mas depois do que passou... teria dificuldade de dizer não para Becky pelos próximos dias. — Vamos lá antes que a gente vire capa dos noticiários.

***

— Desculpem pelo tempo fora — Dom falou assim que chegou em sua casa ligando a luz do corredor e trancando a porta atrás de si.

Por causa daquele estúpido do Jacob, tinha passado os últimos dias juntando dinheiro em segredo para entregar para ele.

Estava muito irritado com isso, principalmente com o fato daquele otário ter envolvido questões pessoais dentro das políticas da gangue, ainda mais por ter feito a sua família de refém.

Autumnfall (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora