Capítulo 1

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Olá, mais uma estória, estou realmente feliz em poder expandir minha escrita para algo novo.
Você que já conhece meus outros dois livros, sabe que o mocinho nunca ultrapassou o limite do que é perdoável.
Theodor não é nada parecido com Aquiles ou Antoni. Se você está aqui é por que tem capacidade de aguentar, assim espero.
No mais, desejo uma ótima leitura, já escrevi o próximo capítulo e postarei assim que obtiver a aprovação de vocês 💕

Cecília

Me chamo Cecília, tenho vinte e cinco anos. A dois anos atrás eu tomei a melhor decisão da minha vida. Saí de um relacionamento tóxico, não foi fácil, mas conquistei minha liberdade. Luiz me traía com sua amiga de trabalho, foram tempos difíceis, tempos em que eu me perdi de mim, só quem já teve sua autoestima atacada dessa forma pode entender o quanto machuca. Ele obviamente não foi fácil, tentou me prender com aquela conversa de que tinha mudado, de que precisou perder para compreender o quanto eu era importante para ele, isso nunca me convenceria, mesmo eu estando tão fragilizada. Sua traição me marcou e me fez acordar.

Desde então, me fiz uma promessa, viveria a liberdade que sempre foi minha. Nascemos livres, era esse o meu lema. Foi realmente surpreendente me ver deixando meus amigos, meus pais, minha casa. Morava em São Paulo e foi um pouco assustador no começo, não sou uma garota ingênua, tenho uma PT-51 e um punhal embaixo do meu acento e eu sei usá-los muito bem.
Eu tinha trancado a faculdade de medicina ainda quando estava casada, tinha percebido que não era aquilo que eu queria, o que era motivo de muitas discussões, Luiz sempre jogava na minha cara, dizia que o meu trabalho era uma merda, eu batia o pé, minhas jóias eram lindas, meu design tinha apreciadores em muitos pontos de São Paulo.
Hoje posso dizer que minhas jóias ganharam o país, eu vivo da minha arte, e sou realmente muito feliz.

Tinha ficado umas duas semanas em Rio Grande do Norte, já fazia um tempinho que tinha estado em Fortaleza e pretendia ficar por umas duas semanas. O sol dessa cidade nunca decepcionava, aproveitei o pouco fluxo dos carros e segui em direção ao litoral. Aumentei o volume do som da minha Valentina.

Upside Down tocava. Eu já conseguia sentir a brisa do mar tocando minha face. O vento bagunçado meus cabelos.

Era dia de semana, algumas poucas pessoas estavam no calçadão da praia de Iracema. Um grupo de jovens gritou para mim, Valentina chamava atenção por onde passava, eu tinha feito uma pintura de florais e pássaros nas laterais. Sorri e acenei para aquele grupo de adolescentes, percebi que estavam fardados e constatei que estavam fugindo da escola.

Dirigi mais um pouco a procura de um estabelecimento para comer, encontrei uma barraca muito a minha cara, por sorte havia uma vaga alí perto. Seria bom esticar o corpo, minhas pernas realmente estavam reclamando. Desci da minha companheira, meu vestido soltinho estava voando com a brisa, meus cabelos estavam em toda parte. Ouvi um assobio, mas ignorei, estava acostumada a toda a atenção que recebia, tinha ciência do quanto era exótica, eu não seguia os padrões de beleza impostos pela sociedade, mas tinha uma beleza diferente e era autêntica em não me esforçar para ser o que esperavam de mim. Some isso ao fato de sair de uma Kombi colorida. Atenção em dobro.

Caminhei em direção a senhora de cabelos brancos. Ela vendia cachorro quente e o cheiro estava de dar água na boca.

— boa tarde, que coisa bonita essa sua Kombi!

Meu sorriso já se alargou e eu me vi agradecendo aquela senhora.

— ela é. Minha companheira a dois anos.

Aprisionando PássarosOnde histórias criam vida. Descubra agora