capítulo vinte e sete

228 26 4
                                    

Nada melhor que acordar ao lado dele, seu rosto tão calmo e sereno. É a melhor coisa de se ver.

– Me analisando, Dianna? – fala ainda de olho fechado.

Me encolho em seus braços por ter pegado no pulo.

– Bom dia, linda – ele beija minha cabeça.

Sinto algo pular na cama e logo em cima de mim, olho por cima do ombro vendo Bublles lamber o rosto de Nate.

Nathaniel segura o cachorro e sorri.

– Bom dia filhão – diz e o cachorro sai feliz como tivesse ganhado na loteria.

Nathaniel se baixa ficando testa a testa comigo, suas mãos vão para minha cintura me abraçando.

– Não sei se vou conseguir dormir sem você aqui comigo – fala me fazendo rir – Você fez macumba né?

– Acho que o único que fez macumba aqui foi você – ele dando de ombros resmungando um "talvez".

Nos levantamos da cama e fomos para a cozinha tomar café da manhã.
Com muito custo ele deixou eu ir para casa vestir uma roupa decente, afinal eu ia na casa dos pais deles.

Sou recebida em casa com abraços da minha família. Josh foi o único que não entendeu o motivo de eu estar sem cabelo, mas acho que ser comparada com o the rock foi um elogio.

– Como que foi lá? Ele é bom? – minha mãe pergunta assim que entra no meu quarto.

– Mãe, não fizemos nada – falo analisando minhas roupas.

– Ah – diz desanimada me fazendo rir – Se eu tivesse um homem daquele não esperaria não.

– Eu tenho vergonha – falo baixo e ela de aproxima de mim.

– Vergonha de quê, meu doce?

– Por mais que ele me chame de linda e me elogie, ele só vê meu rosto – respiro fundo – É possível contar minhas costelas, não tenho curvas e meus seios parecem uma azeitona – desabafo.

– Meu amor, se ele realmente gosta de você ele não vai se importar com isso. Sabe, quando eu era da sua idade eu não tinha esses peitos ou esse quadris largos – ela sorri – E seu pai não ligou, me amou.

Ela me abraça alisando minhas costas.

– Eu tô tão feliz de te ver com alguém que realmente goste de você, nunca fui com a cara do Arthur – rio – Lembra? Seu sonho era encontrar seu príncipe e agora que encontrou está com medo dele não gostar de você? Você é linda minha filha, mas... Só faça quando estiver completamente a vontade.

A porta é aberta revelando meu pai.

– O que as mulheres da minha vida estão falando – pergunta se aproximando.

– Sobre como sua filha não deve se sentir envergonha em.. – coloco a mão sobre a boca da minha mãe.

– Por favor, mãe – ela ri contra minha mão e anui me fazendo retirar a mão.

– Estávamos falando em como ela está linda nessa roupa – diz ela me dando um imenso alívio.

– Está mesmo – meu pai concorda – Comprei uma coisa pra você.

Connan me entrega uma caixa azul com um laço preto. Desfaço o laço e abro a caixa pegando o presente.

– Um turbante – falo animada – Obrigada.

O abraço forte.

Coloco o turbante preto sobre minha cabeça e me sinto bem mais confiante agora.

📽️📽️

– Uau, eu tenho a namorada mais linda do mundo – Nate me puxa para um beijo assim que entro no carro – Ansiosa?

– Nervosa – ele ri e da partida.

Em uma das paradas em um semáforo percebemos que estávamos em frente ao cemitério da cidade. Nate olha para o lugar e vejo tristeza em seus olhos.

– Quer ir lá?

Ele me olha e parece pensar um pouco antes de anuir.

– Não teve como eu me despedir dele – diz enquanto entravamos  no lugar que me dava calafrios – E nem depois que eu saí do hospital, não tive coragem...

Ele segura minha mão forte ao chegarmos no túmulo.

Jonathan White
Grande filho, irmão e amigo
1997x2020

Nathaniel se ajoelha em frente a lápide e posso ver uma lágrima cair, dou alguns passos para trás ficando em uma distância para dar privacidade.

Era horrível vê-lo assim, triste, frágil.
Mais horrível é vê-lo que ele se culpa por algo que não teve como ele saber que iria acontecer.

Acredito que tudo tem um por quê, até mesmo uma morte tão dolorosa.

Nada nessa vida é em vão, tudo tem um motivo. Talvez nunca saberemos o porquê daquilo ter acontecido, apenas temos que aceitar e superar por mais difícil que seja.

Meu celular vibra e vejo que é uma mensagem do hospital.

– Linda? – desligo o celular sem dar tempo de ler a mensagem.

Me aproximo dele e o mesmo me puxa para um abraço.

– Obrigada, por tudo – sua voz falha – Obrigada por sempre me ajudar, sem ao menos me conhecer.

Me afasto apenas o suficiente para encara-lo. Limpo seu rosto banhado por lágrimas.

– Você é tudo para mim, faria tudo de novo se preciso.

– Será que ele me culpa? - pergunta apontando para lápide.

– Não foi sua culpa, e ele sabe.

°°°
Continua...

Nossa História Daria Um Filme |Concluída|Onde histórias criam vida. Descubra agora