Eu sacudia minha minha perna pensando que toda a ansiedade iria sair por ela, de cabeça baixa para não encarar o reflexo desnutrido e pálido do espelho a frente.
Hoje irá ser minha primeira seção de quimioterapia, o que significa mais alguns dias no hospital para ver como meu corpo irá reagir com o novo tratamento.
O que me assusta não é o tratamento em si, e sim os colaterais. Eu não estou pronta para perder meu cabelo, para ter enjôos, alteração em meus hormônios e o principal: eu não quero ficar infértil. Se bem que todos esses sintomas não acontecem em exatamente em todas as pessoas.
- Oi, está tudo bem? - ouço uma voz masculina e levanto meu olhar para a porta vendo Nate.
Sorrio.
- Oi, sim. Entra aí - me arrumo na poltrona tentando disfarçar a minha cena de fraqueza que ele presenciou.
Vejo ele se mover para dentro do quarto. Isso é totalmente fora das regras, mas ele parece não se importar com elas.
Nate para em minha frente jogando a a cabeça para o lado.
- Você não está bem - afirma.
- Lógico que estou - desvio o olhar.
- Sua cabeça baixa, sua ansiedade passando por sua perna, o medo estampado em seu olhos e agora você acabou de desviar o olhar de mim - o olhei com uma sombrancelha arqueada.
- Como?
- Eu gosto de analisar as pessoas e não. Eu não sou um maníaco - sorrio - Então, o que te faz ficar triste?
Quando nós nos conhecemos eu apenas disse que eu tinha imunidade baixa, não gosto de dizer que tenho câncer. Prefiro não dizer isso para as prssoas, não gosto de saber que as pessoas tem pena de mim.
Mas, algo me faz pensar que ele não sentiria pena de mim, afinal estamos praticamente no mesmo barco.
- Hoje eu vou começar a quimioterapia - sorrio sem graça.
- E você está com medo. - afirma.
- Você tem que parar com isso, não é legal ficar analisando os outros - Nate da de ombros.
- Você está com medo de um tratamento que vai te salvar? - pergunta.
- Olhando por esse ângulo é realmente muito estranho mesmo. Mas a real é que estou com medo dele não for o suficiente para me salvar - desabafo - Eu não tenho medo de morrer, todos nós vamos morrer. Eu tenho medo do que me minha morte pode causar para as pessoas que eu amo.
- Você foi a primeira essa que sorriu pra mim nesse hospital, e não sabe o quão estranho é te ver assim. Mas, Dianna medo é normal, é coisa do ser humano, eu te entendo. O que não pode fazer é deixar ele te dominar - ele sorri.
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Nossa História Daria Um Filme |Concluída|
Roman d'amourSe tudo fosse apenas um filme iria ser tão mais fácil. Não iria ter dor de verdade, e após as gravações eles teriam sua vida normal de volta. Mas a vida fez a história de Nate e Dianna serem o próprio filme. Nathaniel Simmons, consumido pela culpa d...