Se tudo fosse apenas um filme iria ser tão mais fácil. Não iria ter dor de verdade, e após as gravações eles teriam sua vida normal de volta.
Mas a vida fez a história de Nate e Dianna serem o próprio filme.
Nathaniel Simmons, consumido pela culpa d...
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Ele sumiu, ou melhor, ele fugiu.
Eu sabia que mais cedo ou mais tarde ele não iria aguentar a barra de ficar com uma garota como eu. Mas não esperava que seria tão rápido.
– Prontinho, Dianna– Lisa a enfermeira, diz.
Me olho no espelho e não me reconheço, parece que só agora a ficha caiu, só agora eu me toquei do que está acontecendo.
Minha autoestima abaixou cento e um por cento, pois só agora vi que já estava ficando sem sombrancelha.
Lisa me ajuda a levantar e me sentar na cama. Eu não tenho forças nem para chorar mais, é muita informação para meu cérebro.
Em um momento eu estava feliz, ao lado de Nate e no outro eu estou careca e sem Nate ao meu lado para me chamar de linda.
Fiquei sozinha no quarto por alguns minutos, já estava disposta a me levantar e ir para casa sozinha quando a porta se abriu.
– Nathaniel - sinto meus olhos se encherem - O que você fez?
Ele se aproxima de mim se sentando ao meu lado pegando meu rosto com as duas mãos.
– Eu disse que estaríamos nessa juntos - diz e uma lágrima solitária escorre em sua bochecha.
– Eu gostava do seu cabelo - digo analisando a careca dele.
Não consigo conter um riso.
– E eu gosto mais de você – deposita em beijo em minha testa – Desculpa por sair daquele jeito.
– Pensei que tivesse fugido – falo envergonhada.
– Não seria nem doido de te deixar sozinha - diz e me dá um selinho rápido.
– Você raspou o cabelo – digo ainda desacreditada.
– Eu faria tudo por você – ele me abraça forte.
Não tinha necessidade dele fazer isso, eu não tinha pedido. E eu realmente amava o cabelo dele. Só que o medo e vergonha que eu estava de sair do quarto passou no instante em que ele entrou.
– Com certeza meus planos foram água a baixo - ele resmunga.
Nate se levanta ficando na minha frente entre minhas pernas.
– Dianna.. - diz e toma fôlego – Não me ache doido por estar fazendo isso.
O olho sem entender.
– Como assim?
– Você com certeza é a pessoa mais importante que tenho. Por isso eu quero fazer as coisas certas com você - meus olhos se arregalam quando ele pega uma caixinha preta de veludo do bolso – Não tinha como eu não me apaixonar por você.
Ele sorri abrindo a caixinha revelando dois anéis pratas finos.
– Quero você do meu lado, Dianna. Você é importante demais pra ficar fora da minha vida, quero te levar pra conhecer lugares, quero te fazer feliz... Caraca tô nervoso.
Gargalho sentindo as lágrimas se acumularem.
– Namora comigo, Dianna?
Resmungo um "sim" antes de puxar a gola de sua camisa e nos juntar em em beijo que foi interrompido pelo nossos sorrisos.
Nate coloca o anel em meu dedo e eu no dele.
Eu estou namorando.
Saimos do hospital de mãos dadas recebendo alguns olhares, mas pela primeira vez eu não me importei. Eu estava feliz, feliz de verdade.
Quando recebi a notícia do câncer, o primeiro pensamento que veio na minha mente foi: minha vida acabou.
Pensei que nunca encontraria alguém de novo, mas encontrei, e sei que ele é o cara certo pois nenhum ficaria quando soubesse o que eu carrego no sangue.
Ele, ao contrário dos outros me ajudou e ficou.
No começo pensei que seria só mais uma, só mais uma diversão. E agora estou com um anel no dedo.
Antes, eu queria parar de respirar apenas para a dor passar. Mas agora eu quero lutar pelo ar porque eu quero ficar ao lado dele.
