Se tudo fosse apenas um filme iria ser tão mais fácil. Não iria ter dor de verdade, e após as gravações eles teriam sua vida normal de volta.
Mas a vida fez a história de Nate e Dianna serem o próprio filme.
Nathaniel Simmons, consumido pela culpa d...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
A luz do sol adentra meu quarto me fazendo acordar com a claridade, olho para o lado vendo Nate dormindo em uma posição nada confortável. Ele dormiu aqui?
Tentando não fazer barulho, desço da cama devagar e ando em direção ao banheiro, ao me olhar no espelho vejo o quanto estou pálida, meu rosto está fundo e já vejo a presença de alguns hematomas presentes em meu braço. Estou acabada.
Após fazer minha higiene volto ao quarto vendo que Nate já está acordado. O mesmo para de esfregar o olho e me olha oferecendo um sorriso sonolento.
– Bom dia! – diz com a voz rouca.
– Bom dia, Nate. Dormiu aqui? – pergunto me sentando na cama novamente.
– Estava tão cansado, acabei perdendo a hora – sorri sem graça e passa a mão na nuca em um ato tímido.
Seu cabelo estava bagunçado deixando algumas mechas caídas em sua testa, seus olhos um pouco inchados deixando ele estranhamente fofo.
– Vamos tomar café? – ele pergunta e eu anuo calçando minhas pantufas.
Antes de sairmos ele foi ao banheiro, não demorou muito e ele voltou parecendo novo em folha.
Caminhamos até a cantina do hospital, eu estava quebrando uma regra do hospital não comendo o café que eles oferecem mas já devem perceber que eu não ligo para regras. Fizemos o pedido para a moça que trabalhava ali e nos sentamos em uma das mesas do canto, logo nosso pedido chegou.
Era incrível como a presença dele era tão boa, eu nunca achei que poderia conhecer alguém como ele, a maioria das pessoas que conheci me abandonaram quando descobriu que não estava na minha melhor fase. Elas simplesmente me deram as costas me deixando sozinha mas, ele não.
Ele me conheceu na minha pior fase e bem por isso me deixou quando teve oportunidade, apesar de não querer que ele vá embora eu não quero vê-lo triste se o pior acontecer, não me perdoaria se eu fosse um motivo de suas lágrimas.
Quando eu o conheci eu achei que ele seria só mais um, apenas mais um conhecido. Mas infelizmente isso não aconteceu, ele se tornou bem mais que isso.
Dizem que a gente se apaixona pela forma que somos tratados, nunca ninguém me tratou como ele me trata, eu não vejo que ele olha com dó ou pena, ele me olha como se eu fosse um guerreira que enfrenta todos os desafios.
Mas eu não sou assim, e não posso deixa-lo entrar na minha vida. Não agora, ele acabou de perder uma das pessoas mais importantes da vida dele. E se eu me tornar uma pessoa importante e ter que partir? O que seria dele?
– Está me olhando assim por quê? – ele pergunta tomando um gole de café.
Dou um sorriso sem graça, nem percebi que estava o encarando.
– Só estava pensando – digo.
– Pensando em quê? – pergunta.
Em fugir dos meus problemas, talvez. Mas é meio difícil quando seu problema tem belas esferas azuis, e um cabelo de dar inveja. Eu não quero o perder.
– Em como seria minha vida se eu não fosse doente – falo e ele me olha de uma forma tão diferente.
– Ótima coisa para se pensar enquanto toma café da manhã – diz me arrancando um sorriso pequeno – Não faço ideia de como estaria sua vida, Dianna. Mas uma coisa eu sei: Não estaríamos tomando café juntos em uma cantina de hospital.
– Será que teríamos nos conhecidos? – ele da de ombros.
– Gosto de pensar que sim. Poderíamos ter nos conhecidos em uma festa, ou em uma lanchonete ou até mesmo poderíamos ter nos esbarrados no meio da rua. Nunca se sabe.
Acho que preferia ter o conhecido em uma lanchonete em que um hospital.
– Acho melhor eu ir, daqui a pouco o doutor irá no meu quarto – digo me levantando e em seguida ele faz o mesmo.
– Até a amanhã, Dianna – diz me dando um beijo na bochecha. Ele vira as costas caminhando até a saída do hospital.
Minha vontade era simplesmente sumir de sua vida, talvez assim eu não sofra e nem ele. O grande problema é que eu simplesmente não consigo, eu não consigo sair de perto dele.