capítulo um

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Minha cabeça doída, era como se um martelo estivesse batendo nela freneticamente

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Minha cabeça doída, era como se um martelo estivesse batendo nela freneticamente. Levo minha mão até minha testa que contém um líquido que descia até meus olhos.

Sangue.

Olho ao redor, me assusto ao perceber que não estou no carro. Estou deitado no asfalto, não muito longe posso ver o carro de Maycon de cabeça para baixo.

Flashbacks do acidente invadem minha mente. O caminhão. Bebida. Balada. Meus amigos..

Tento me mexer mas falho miseravelmente. Minhas pernas simplesmente não obedecem meus comandos. Fecho os olhos com força ao sentir uma pontada forte na coluna.

Minha garganta está seca, não consigo emitir um som qualquer dela.

Não sei quanto tempo eu fiquei ali, no frio, com dor e sem conseguir me mexer. As luzes vermelhas e azuis invadem meu campo de visão.

Ambulância, viatura de polícia e bombeiros.

Não demora para os paramédicos descerem dos veículos e virem até mim.

Um homem de meia idade se agacha ao meu lado com uma laterna em mãos que iluminam meu olho. Ele diz algo para alguns que ainda estão dentro da ambulância e se vira para mim novamente.

- Ok, eu sou Tyler - ele ouve meu coração.

- Sabe seu nome? - anuo e ele suspira parecendo aliviado - Consegue se mexer?

Tento novamente mas, é em vão. Nego.

- Imobilizem! Possível fratura na coluna vertebral - o homem se afasta dando espaço para as pessoas que vinham em minha direção com uma maca.

Eles me colocam em cima da mesma me fazendo sentir um desconfortável horrível, em seguida colocam algo em meu pescoço me impedindo de mexer.

Sou levado até a ambulância, mas no caminho eu consigo ver um dos polícias caminharem até o outro lado do carro com um saco preto nas mãos.

Não, por favor não.

O desespero toma conta de mim, era como minha vida estivesse se desmoronando. Isso não pode ser real.

Mesmo imobilizado, tento me mexer. A angustia não me deixaria ficar parado sabendo que um de meus amigos morreram.

Por minha causa.

- Você precisa ficar parado - uma voz feminina diz.

Minha respiração está mais acelerada que o normal, minhas mãos trêmulas e eu já nem sinto as dores por meu corpo. Eu só consigo sentir culpa.

A primeira lágrima cai.

- Ele está nervoso, devemos sedar - e no mesmo instante sinto a agulha penetrar minha pele.

🎥🎥

Dor.

A claridade machuca meus olhos, coloco a mão sobre o rosto tentando amenizar o incomodo em minha visão.

- Olha ele acordou - ouço uma voz doce que reconheço de longe.

Alice.

Tiro a mão dos olhos vendo minha irmã de cabelos dourados me olharem com os olhos verdes repletos de alívio me encararem.

A porta se abre revelando um médico, já sem a presença de cabelos na cabeça. Logo atrás minha mãe. Os cabelos loiros naturais chamam a atenção, as olheiras denunciam a noite mal dormida, com as mão sobre o coração ela se aproxima de mim.

- Água - resmungo sentindo minha garganta arranhar.

O doutor se aproxima segurando um copo de água em suas mãos. Inclina a cama e com sua ajuda bebo a água. Era como estivesse limpando toda minha garganta a deixando nova em folha.

- Nathaniel Simmons, me chamo Evans White. Sou seu medico responsável, ok? - anuo com a cabeça.

- Ele está bem doutor? - minha mãe pergunta.

- Vou fazer algumas perguntas e solicitar alguns exames - ela anui - Sabe quem são essas pessoas?

- Minha mãe Rute e minha irmã Alice - digo ainda meio rouco e ele anota algo em sua prancheta.

- Ok, como se sente?

- Dolorido - ele ri.

- Isso é perfeitamente normal, mas alguma coisa?

- Não sinto minhas pernas - seu sorriso se desmancha e minha mãe abaixa a cabeça.

- Sobre isso Nathaniel, você de fato fraturou a coluna. Mas com sorte e algumas seções de fisioterapia você voltará a andar. Realizamos uma cirurgia de reconstrução, logo está apto para as seções. - diz.

- Estou paraplégico? - pergunto.

- Temporariamente - diz e levo minhas mãos até meu rosto.

Isso só podia ser brincadeira, eu teria que depender de alguém para absolutamente tudo. Eu sou um cara independente, não sou acostumado em receber tudo na minha mão, e agora até para me locomover precisarei de alguém.

O médico me deu algumas recomendações e pediu os exames antes de sair da quarto. Minhas fisioterapias começariam daqui alguns dias quando minha coluna estar recuperada da cirurgia.

Alice, minha irmã gêmea sobe na cama ficando ao meu lado.

- Aí - resmungo ao sentir o tapa no meu rosto.

- Isso é por me assustar - ela me abraça - Isso é por fazer mais que sua obrigação e não morrer.

Morrer.

- Mãe? - a chamo e ela me olha se aproximando - Qual deles?

Ela suspira e fecha os olhos inclinando a cabeça para cima.

- Deixe essa conversa para depois, você precisa descansar - nego com a cabeça.

- Não faça isso comigo, mãe. Me fale.

- Filho.. o Jonathan.

O meu mundo literalmente parou, eu não ouvia nada que minha mãe dizia. Só sentia dor, a pior dor do mundo. Preferia mil vezes sentir a dor aguda na coluna que sentir meu coração sendo amassado pela notícia.

Jonathan era meu melhor amigo, desde o jardim de infância, ele sempre esteve comigo a minha vida toda. E agora ele está morto.

Sinto minha visão ser embaçada pelas lágrimas que acumulam em meus olhos e que logo caiem em minhas bochechas.

Eu sou o culpado.

Olho ao meu redor e vejo que estou sozinho no quarto, a porta está aberta me dando  a visão do corredor e todas as pessoas que passam.

Entre médicos, enfermeiros, parentes sorrindo outros chorando. Uma morena passa em frente a minha porta arrastando um suporte que segura um bolsa com um líquido transparente.

Seu olhar negro é direcionado a mim e um pequeno aceno com a cabeça acompanhada com um sorriso no rosto ela sai do meu campo de visão.

°°°
Continua...

- não sou médica então não sei se vou falar certo, por isso imaginem  que tudo foi tirado do meu conhecimento raso adquirido por meio de filmes e da minha cabeça o que não é mentira.

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