capítulo trinta e um

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Fazem duas semanas, duas merdas de semanas.

Não como. Não durmo. Não tomo banho.

Minha vida não existe mais, eu bebo, e nem assim eu a esqueço. A bebida só me faz lembrar, do seu sorriso, beijo, seus olhos.

Deveria ser crime abandonar uma pessoa assim.

Eu já aceitei minha vida sem ela. Quer dizer, eu finjo que aceitei. Na verdade eu choro, até Bublles está triste.

Dianna entrou na minha vida sem pedir permissão e saiu da mesma forma.
A cada dia que passa eu me afundo mais nesse mar de tristeza que me afundo mais e mais.

Falei pro meu chefe que estou de atestado, menti é óbvio. Eu não seria capaz de trabalhar desse estado que eu Estou.

– Isso tá pior que chiqueiro – ouço a porta ser aberta e a voz de nojo de Elliot soa pela sala.

Não me dou o trabalho de olhar para o mesmo. Estou ocupado demais fitando a parede na minha frente tentando não pensar nela.

– Cara, não acredito que você está bebendo.

– Estava – suspiro – Mas não deu certo.

– Vamos, levanta daí – nego – Não quer ver ela?

Em um piscar de olho eu estou de pé e próximo do meu amigo.

– Não brinque com isso – falo sério.

– Não estou brincando idiota, vai tomar um banho. Está fedendo

– Sabe onde ela está? – pergunto e a esperança brota em meu peito quando ele anui – Como?

– Tenho meus contatos.

Pego seu rosto e dou um beijo em sua testa e dois tapinhas em sua bochecha.

– Te amo cara – saio correndo em direção ao banheiro.

Se isso for apenas uma desculpa para eu tomar banho eu o mato.

Tomo um banho de longos minutos, passo meu melhor perfume e coloco uma roupa apresentável.
Ao sair do quarto vejo Bublles deitado na cama.

– Eu vou ir buscar ela, filho.

Saio correndo e puxo Elliot até meu carro.

– Calma, Nate. Precisa saber de algumas coisas antes – fala chamando minha atenção – Ela não está bem.

Minha garganta forma um nó.

– O tratamento de quimioterapia fez o efeito reverso destruindo as células dela, principalmente as células troncos... Ela só vai viver se conseguir um doador.

Ela está morrendo.

– Merda, o que tá esperando? Me leva até ela logo – falo quase pulando em cima dele.

Em alguns quarteirões eu já estou no meu destino, uma hospital velho que não tem um terço do atendimento que ela tinha no outro.

Pulo do carro e literalmente corro para a recepção. Não estava em horário de visitas mas com algumas notas de cem eu consegui entrar normalmente.

– quarto 204 – repito o número enquanto olhava as portas.

Respiro fundo em frente a porta que eu queria, coloco a mão trêmula na maçaneta. Fecho os olhos e abro a porta que range com o ato.

E lá está ela. Magra, pálida, olheiras e aparentemente fraca demais para ter notado minha presença.

Me aproximo perto da cama que está sendo iluminada pela luz da lua da pequena janela que havia na parte de cima do quarto.

O quarto está em silêncio, exeto pela máquina que media seus batimentos cardíacos.

– Linda? – meus olhos se enchem de lágrimas ao me por em sua frente.

Seus olhos se abrem devagarinho quando eu deposito minha mão em sua bochecha.

– Nate? – Sua voz sai rouca e quase saio pulando de alegria ao ouvi-la – O que está fazendo aqui?

– Uma carta não iria me fazer distanciar – seus olhos brilham por contas das lágrimas.

– Não Nate, você não entendeu – ela é interrompida por uma tosse seca – Não pode..

– Não me expulsa da sua vida, não agora – peço fechando os olhos com força – Não agora... Eu te amo mais que tudo, e eu vou ficar.

Sua mão segura a minha e eu a levo até os lábios deixando um beijo.

– Estou morrendo, eu só não quero te ver sofrer – a olho e balanço a cabeça.

– Vamos dar um jeito, vamos vencer isso juntos. Assim como foi comigo, lembra? Você estava lá quando eu voltei a andar e eu vou estar aqui também... Com você.

– Desculpa – ela começa a chorar descontroladamente.

– shiii, tudo bem amor – a abraço com cuidado – Estou aqui.

– Desculpa, Nate – fala repetidas vezes – Eu sou uma covarde por ter fugido.

– Esquece isso.

Seguro seu rosto com as duas mãos.

– Eu não quero morrer – meu coração se parte.

– Eu não vou deixar isso acontecer. Por que está nesse hospital? – pergunto.

– Meu pai foi demitido, não tínhamos mais dinheiro para me manter lá  e né para fazer o pedido da medula– volto a abraça-la.

– Eu vou cuidar de você – beijo o topo de sua cabeça – Não fuja mais, por favor.

Eu não posso perda-la.

– Estava com saudade – admito e sinto seu aperto aumentar mas não faço o mesmo. Tenho medo de machucar-la

– Eu também estava.

Dianna me puxa me fazendo deitar com ela.

Fecho os olhos apreciando sua presença e seu cheiro que tanto gosto.
Não vou deixa-la partir.

°°°
Continua...

Vai conseguir um doador ou não? Eis a questão.

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