Se tudo fosse apenas um filme iria ser tão mais fácil. Não iria ter dor de verdade, e após as gravações eles teriam sua vida normal de volta.
Mas a vida fez a história de Nate e Dianna serem o próprio filme.
Nathaniel Simmons, consumido pela culpa d...
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Já faz uma semana que estou tendo essa relação com Dianna. Eu quero ela comigo oficialmente, por isso depois da quimioterapia irei pedi-la em namoro. Não há o que nos impede de ficarmos juntos, sou apaixonado por ela, ela disse ser apaixonada por mim e seu pai já não me olha como se fosse me matar.
- Olha ele, todo arrumadinho - Maycon diz se jogando na minha cama.
- Não enche - falo enquanto penteava meu cabelo.
- Não acredito que até Elliot arrumou uma mulher, me deixou sozinho nessa vida - Maycon faz drama.
- Arruma alguém também - digo e ele faz careta.
- Sabe que eu gosto dessa vida, festas, bebidas, todas as mulheres que eu quero - da de ombros.
- Quero ver de camarote quando você se apaixonar - digo e ele me mostra o dedo do meio.
- Espere sentado, meu amigo.
Reviro os olhos e me foco em certificar se a aliança está no meu bolso.
Saio do casa indo em direção ao hospital sentindo minhas mãos soarem, estava tão nervoso que se acontecesse algo que não está nos meus planos é capaz de eu desistir.
O trânsito não colaborava também, a cada sinal ficava quase dez minutos parados. Gastei o dobro do tempo que eu costumo gastar. Depois de quase meia hora eu consigo chegar ao hospital, eu poderia ter passado na casa dela e a buscado mas o pai insiste em dizer que não precisa.
Já feito o meu adesivo de visitante vou até a sala de tratamento onde Dianna está. A encontro já sentada na poltrona lendo algum livro de romance clichê. Me aproximo recendo seu olhar e seu mais belo sorriso.
O nervosismo toma conta de novo.
- Oi linda - falo depositando um beijo em sua testa.
Comecei a chama-la de "linda" depois da sua demonstração de insegurança, não quero que ela de esqueça o quanto a acho a garota mais linda do mundo.
Me sento ao seu lado já me preparando para lhe apoiar quando o medicamento for aplicado.
- É impressão minha ou você se arrumou ainda mais hoje? - ela pergunta e eu desvio o olhar.
- Acho que é impressão - ela resmunga algo mas não continua no assunto.
📽️📽️
É agora ou nunca.
Observo Dianna se aproximar da cama do quarto, ela veio buscar algumas coisa que ficaram aqui da última vez. A mesma se senta na cama e eu respiro fundo antes ser me desencostar da porta e andar em sua direção.
Bato a mão no bolso apenas para confirmar se o anel está lá Já na frente dela dou um sorriso nervoso. Acho que nunca me senti assim antes.
- Dianna.. - Passo as mão no seu cabelo - Eu..
Paro de falar e encaro o tufo de cabelo que saiu em minhas mãos, era muito cabelo. Dianna encara a mesma coisa que e seu olhar calmo é trocado por um que refletia desespero.
No mesmo instante uma enfermeira entra na sala e vê toda a situação.
- Dianna - a chama - Está na hora.
Ela balança a cabeça negativamente, os olhos se enchem de lágrimas.
A única coisa que posso fazer é abraça-la e assim faço. Dianna rodeia meu tronco, ela não diz nada mas eu posso de alguma forma sentir sua dor.
- Vai ser melhor - a enfermeira diz e Dianna me encara.
- O que for melhor pra você - digo.
Dianna concorda com a enfermeira que logo sai em busca de uma máquina de raspar cabelo. Não demora muito e ela volta segurando algumas coisas.
Sinto meu coração se apertar quando Dianna se senta em uma cadeira e um avental é posto em sua frente.
- Vai ficar tudo bem.
Me agacho na sua frente apoiando minha cabeça em suas pernas, enquanto ela olhava para o espelho em sua frente. O barulho da máquina enche nossos ouvidos fazendo ela caçar minhas mãos para segurar.
Aperto uma de suas mãos, com a mão livre limpo as lágrimas compulsivas que começaram a cair.
Soluços saem de sua boca. Era como eu sentisse seu medo, sua dor, sua tristeza pois lágrimas começaram a brotar em meus olhos também.
Seu cabelo começa a encher o chão, seus olhos já não estão mais abertos. A cada lágrima, a cada soluço que saia dela um pedaço meu se desmanchava.
Queria que fosse eu , queria que eu tivesse sofrendo, queria que eu tivesse sofrendo todos os efeitos colaterais.
Me levanto de repente e apenas dou um beijo em sua bochecha antes de sair do quarto e ir para o estacionamento saindo do hospital.
