1(8) - Home?

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O despertador toca, mas ao invés de desligá-lo, eu apenas me encolho na cama e o observo tocar. Já havia amanhecido, e aqueles malditos pássaros estavam cantando. Não consegui dormir, apenas cochilava por exaustão. Como conseguir dormir depois de parecer acordar em outro mundo? Com a sensação que tudo que eu conhecia era uma mentira? Sem nenhum dos meninos me acordarem, ou me dar uma bronca por ter dormido demais? Me sinto sozinho, sem animo.

Me forço ao menos sentar na cama, e logo em seguida olho a janela. Sinto aquele ar fresco entrando e circulando pelo quarto, ouço os passarinhos cantarolar como toda manhã, nunca pensei que acharia isso, mas sinto falta dos barulhos de buzias e carros passando na rua. Pessoas falando alto na rua e prédios enormes onde escondem toda a visão da cidade. Mas aqui não tinha nada disso, era apenas passarinhos e uma linda visão da natureza, pela primeira vez, eu achei isso triste.

Com toda força que existia em meus músculos, eu me levanto. Meu corpo luta contra, me diz pra ficar ali, até tudo isso passar. Fechar meus olhos o mais forte que conseguir, e quando eu abrisse, tudo não passaria de um sonho. Mas isso não adianta, eu tentei isso durante a noite toda, e nada aconteceu.

Ando em direção ao banheiro, jogo uma água no rosto e me encaro no espelho. Minha expressão era triste, minhas olheiras pareciam conversar comigo. Meus olhos pesados de tanto chorar tentavam me consolar, rolado lagrimas sem mesmo eu querer, eles pareciam ter vontade própria, eu apenas a deixava cair.

Eu não tenho mais forças para tentar lutar, pra tentar provar o contrario. Eu já não sabia mais da verdade, não sabia se aquilo tudo era mentira, invenção da minha cabeça, tudo apontava contra mim. O que passa na minha cabeça, são apenas imagens deles, dos dias que nos divertimos. Ao pensar naquilo eu soco a pia, e sinto as lagrimas rolarem mais ainda. Tento me manter forte, controlá-las mas elas insistem em sair, e então eu as deixo. 

Tento me recompor e seco as lagrimas. Então me dirijo até a cozinha. É quando eu escuto alguém bater na porta. Será que era Jimin novamente? Eu disse que não queria vê-lo.

Sigo em direção a porta, ao abri-lá, antes mesmo que ver quem era, eu digo:

- Eu disse que não queria vê-lo. - digo sussurrando de cabeça baixa.

- Oi, sou eu. - diz Vicky um pouco acanhada com uma cesta na mão, com algumas frutas dentro dela. Ela tinha um olhar preocupado, tentando encontrar meus olhos. - Eu trouxe isso pra você, querido. Posso te fazer companhia? 

Eu aponto pra dentro da casa e me afasto da porta, deixando-a entrar. Ela entra e põe a cesta na mesa de centro da sala. Encosto na parede e a pergunto:

- O que veio fazer aqui?

- Eu fiquei preocupada com você, depois que nos falamos ontem. Imaginei que tivesse acontecido de novo. - ela diz e logo depois anda em minha direção.

Eu apenas bufo e viro o rosto. 

- Por que todos acham que eu sou louco e inventei tudo isso? Eu to falando a verdade. - digo.

- Eu não o acho louco, acho que você está sob muito estresse. Tudo o que aconteceu foi realmente traumático, passar por tudo aquilo eu sei que foi realmente difícil, querido. - diz ela enquanto acaricia meu braço.

Me afasto assim que sua mão toca em mim. Ela estava agindo como se fosse muito intima, mas nós nunca fomos tão próximos.

- Por que você não para de me chamar de "querido"? Por que você me acaricia dessa forma?

- Ah... você não lembra? Jungkook, nós estamos juntos. Nós namoramos há 3 anos, antes do acidente dos seus pais, á um ano atras. - ela diz.

Como assim? Isso não pode ser verdade. Eu não contento a risada, isso claramente é algum tipo de piada.

Spring Day • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora