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Cᴏʟᴇ Sᴘʀᴏᴜsᴇ

Passaram-se cerca de duas semanas desde o acidente da Lili.
Ela voltou para o colégio hoje. Fiz questão de ir buscá-la e irei deixá-la em casa também.
Foi um pouco difícil matriculá-la aqui novamente.
Mas o reitor da Universidade conseguiu.

ㅡ E aí? Você vai aparecer na festa da Trinity? ㅡTravis perguntou. Balancei a cabeça em negação, acendendo um cigarro.

ㅡ Quem é Trinity, cara? ㅡIndaguei confuso.

ㅡ A Trinity, porra. A garota com quem você se envolveu há um tempo atrás. ㅡExplicou.

ㅡ Não lembro. Realmente não lembro.

ㅡ Caralho. ㅡMurmurou, olhando por cima do meu ombro. ㅡ Que porra aconteceu com a Reinhart? ㅡQuestionou de olhos arregalados. Eu ainda não havia o dito nada sobre isso.
Virei para trás também, vendo minha loira se aproximar, ao lado dos seus amigos.
Os cortes em seu rosto ainda são visíveis. Ela tem leves hematomas em sua pele pálida, o braço não está mais enfaixado, mas a perna ainda está imobilizada, por isso ela está utilizando muletas.
Seus cabelos dourados estão soltos e bagunçados por conta do vento.
Ela sorriu suavemente ao ver que eu estava a encarando.
Parou na minha frente e então eu passei uma mecha de cada lado do seu cabelo para trás das suas orelhas, a livrando dos fios rebeldes e me dando total acesso a todo o seu rosto perfeito.
Beijei seus lábios cheios e suspirei ao sentir seu gosto.

ㅡ Ei! Ainda estamos aqui. -Camila reclamou.

ㅡ Sabemos disso. ㅡFalei, abraçando Lili pela cintura.

ㅡ Oi, Mills. ㅡMadelaine cumprimentou meu amigo docemente. Abri a boca, surpreso.
Uau.

ㅡ Ruivinha, está linda hoje. ㅡVi Lili franzir o cenho, mas sorrir ao mesmo tempo.

ㅡ Cole, hoje, depois do colégio, você pode me levar até o abrigo? Eu quero ver a Rillary e a Emma.

ㅡ Claro, amor. ㅡCheirei seus cabelos e me deliciei com a sensação de tê-la em meus braços. Puta merda! Essa garota é o meu ponto fraco.

Lɪʟɪ Rᴇɪɴʜᴀʀᴛ

Entrei no carro do Cole, o qual eu só soube que ele tinha, esses dias.
Ele ligou o som e deu partida até o abrigo.
Estou com tanta saudades da pequena Emma e da Rillary. Não as vejo desde a confusão com a minha... mãe.
Nossa. Ainda é estranho lembrar que agora ela está morta.
Mas, mais estranho ainda é eu não conseguir sentir nada.
Essa mulher foi tão amarga comigo que não me dói lembrar que ela morreu?

ㅡ Lil, chegamos. ㅡCole apertou suavemente minha coxa, me fazendo sair do transe.
Ele me auxiliou com as muletas e então entramos no grande edifício.
Há várias caixas pelo mesmo. Pelo visto a mudança para a nova casa está próxima.
Senti mãozinhas rodearem minhas pernas e sorri instantaneamente.

ㅡ Lil, Lil! Você voltou! ㅡMe abaixei com dificuldade e beijei o rosto da pequena. ㅡ Pensei que não quisesse mais me ver.

ㅡ Eu já disse que jamais pensaria assim, Emma. Só aconteceram alguns probleminhas comigo...

ㅡ Você está machucada! Quem fez isso? ㅡEla perguntou, preocupada e brava. Ri suavemente da sua mudança de humor.

ㅡ Calma, pequena. Foi apenas um acidente. Ok? Mas a tia Lil está bem. Onde está sua mãe?

ㅡ Logo ali! ㅡApontou para a mulher que estava a dobrar algumas roupas no canto do enorme cômodo.

ㅡ Eu brinco com a Emma enquanto você conversa com a Rillary, Lil. ㅡCole murmurou, beijando minha bochecha.
Assenti e caminhei até a mulher.

ㅡ Psiu, Rillary! ㅡEla virou para trás e levantou rapidamente. Um misto de emoção, surpresa e assim como sua filha, muita preocupação ficaram estampados no seu rosto.

ㅡ Lili, que saudades! ㅡEla me abraçou forte. Retribui da mesma forma. ㅡ O que aconteceu com você, querida? ㅡQuestionou, me analisando.

ㅡ Um acidente de carro. Mas está tudo bem agora. Pelo visto já vão se mudar para a nova casa do abrigo... ㅡFalei, sem conseguir evitar a tristeza no meu tom de voz.

ㅡ Tenho ótimas novidades. Eu vou permanecer na cidade, Lil! ㅡFranzi o cenho, mas sorri largo.

ㅡ Como assim?

ㅡ Então... sabe o Paul? ㅡPerguntou sem graça. Sorri de forma maliciosa e assenti. ㅡ Ele... ele me pediu em namoro. E eu e Emma estamos indo morar junto com ele. ㅡMal controlei animação e acabei gritando. ㅡ Shhh! Sem alvoroço.

ㅡ Isso é maravilhoso! Maravilhoso! Bom ver que está conseguindo seguir, Rillary, isso é mais importante para mim do que você pode imaginar. E... como andam as consultas médicas? ㅡO seu sorriso largo me fez suspirar aliviada. Ela procurou por algo em sua bolsa.

ㅡ Isso é uma tomografia. Da minha primeira quimioterapia, até a última que fiz. Olhe só a diferença, Lil. ㅡNão pude conter minha emoção.
De fato é uma diferença absurda.
O tumor é quase inexistente.

ㅡ Jesus, Rillary! Graças a Deus! ㅡA abracei forte.

ㅡ Eu já sei, Lil. Eu já sei. ㅡFranzi o cenho e a encarei confusa.

ㅡ Sabe de quê?

ㅡ Que foi você quem pagou pelo meu tratamento. ㅡEngasguei com minha própria saliva.

ㅡ Quem... quem te falou isso?

ㅡ O Paul. Ele é simplesmente péssimo mentindo. Ele não falou por mal, Lili. Deixou escapar acidentalmente. Mas esse não é o caso. ㅡRillary respirou fundo e pegou minhas mãos. ㅡ Só Deus sabe onde eu estaria agora se não tivesse te conhecido e ter sido uma das pessoas que você iluminou com o seu coração tão bom. Lili... eu fiquei sem palavras. Você nem sequer me conhecia. Sabe... eu sei de toda a sua situação com a sua mãe. E eu sei, que você sofre com isso. Saiba, que para mim você é uma filha. Uma filha que me salvou e me deu mais uma oportunidade de viver! ㅡSenti o nó na minha garganta e as lágrimas quentes escorrerem pela minha bochecha.
Mais uma vez estávamos abraçadas.

ㅡ Eu... eu te amo, Rillary.

ㅡ Também te amo, anjo. Quero que vá me visitar sempre na minha casa nova.

ㅡ Mas é claro!
...

ㅡ Podemos ir ao cinema amanhã? Ou para a praia. É domingo e quero um tempo com você. ㅡSussurrei, beijando o queixo quadrado de Cole e subindo pelo seu maxilar, até encontrar o lóbulo da sua orelha.

ㅡ Ok, linda. Eu vou organizar tudo. Deixe comigo.

ㅡ Uau! ㅡFalei animada, olhando para ele.

ㅡ Você é tão linda que dói. ㅡEle sussurrou, acariciando meus cabelos.
Só não cai por conta dos seus braços na minha cintura e da muleta me ajudando. Mas juro que minhas pernas estavam bambas.

ㅡ Você também.

ㅡ Prometo que amanhã vai ser um dia muito especial. ㅡAfirmou, e nem me deu tempo de responder.
Me beijou, e eu deixei sua língua quente invadir minha boca.
Suas mãos fortes desceram mais, até parar na minha bunda, apertando a carne com força e me fazendo gemer enquanto mergulhava meus dedos nos seus cabelos macios.
Mordi seu lábio inferior e voltei a beijá-lo, chupando sua língua, e mesmo que eu estivesse sem fôlego, eu tentei permanecer mais um pouco no beijo. ㅡ Você é incrível. ㅡO moreno sussurrou, cheirando meu pescoço.

ㅡ E você é mais! Agora, me deixa ir, se não é capaz de o meu pai aparecer e te chutar daqui. ㅡAlertei, vendo seus olhos quase saltarem para fora do rosto.

ㅡ Meu Deus! É melhor eu ir. ㅡMe afastei dele e ri alto o vendo correr até o seu carro e dar partida no mesmo. ㅡ Tchau, amor da minha vida! ㅡEle gritou, me mandando beijos no ar. Sem conseguir parar de rir, eu retribui com beijos no ar também.
Observei seu carro se afastar e respirei fundo.
Eu sou louca por esse garoto. É tarde demais para querer negar.

...

ᴛʜᴇ ɢᴏᴏᴅ sɪᴅᴇ ᴏғ ᴛʜᴇ ᴄᴏɴᴛʀᴀᴅɪᴄᴛɪᴏɴ ➳ sᴘʀᴏᴜsᴇʜᴀʀᴛ (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora