Desperto aos poucos, estranhando o fato de que não conseguia me mover. Abro os olhos, vendo que eu estava amarrado em uma poltrona, no quarto de Álvaro.
— Mas o que...?! — Tento me soltar, começando a me irritar. — ALGUÉM ME TIRA DAQUI!!! — Grito, nervoso. E se tiverem invadido a casa e levado minha filha?! Ah, não...
— Não precisa gritar! — Um alívio me consome quando vejo Álvaro saindo do banheiro, terminando de abotoar a camisa. Mas notei que ele estava com uma cara de poucos amigos.
— Por que eu estou aqui?! — Questiono, confuso, olhando para meu próprio corpo e vendo que eu usava uma calça moletom e uma camisa larga dele. Álvaro parou na minha frente, estreitando o olhar e me olhando desconfiado.
— Quem é você?
— Hã?
— Você... não, não... O “Ki” invadiu minha sala ontem, seminu, e por pouco não arrancou as roupas do Julian! — Exclamou, em fúria. Ah, não...
— Álvaro... me desculpa, mas... eu não consigo controlar.
— Não, não! Sabe o que é pior?! Eu passei a noite inteira sendo tentado e seduziu por aquele demônio da sensualidade. E você não faz ideia de como foi difícil resistir a isso. Eu espero, Sr. Kira, que você trate de me compensar, porque eu não estava preparado para aquilo! — Brigou, me deixando sem reação.
— Já pode me soltar? — Questiono, notando ele ficar hesitante, mas me soltou, olhando em alerta para mim e se mantendo afastado. Me levanto, suspirando. — Desculpa por ele, ok? Eu avisei a você.
— Ok, deixa eu perguntar uma coisa. Até quando eu vou ter que negar suas duas personalidades? Porque não sabe o que eu tive que passar em uma única noite, Kira!
— Até provar que me ama igualmente ao outro Kira. — Falo, vendo ele me olhar indiferente.
— Ótimo! Isso já aconteceu! Mas aquele... Aquele Ki... Não tinha alguém mais tranquilo para se transformar?! — Exclamou, ofegante e com uma cara de desespero. Sorri, meio sem jeito, me aproximando dele e tocando seu rosto, vendo ele entrar em alerta.
— Álvaro, calma... Eu sei que ele pode ser muito inconveniente, mas... por favor, não misture as coisas. O que ele faz, não condiz com a minha personalidade, ou a do outro Kira. Somos distintos. E... eu definitivamente não iria atacar o Julian e arrancar a roupa dele. — Falo, descontraído, rindo da minha própria conclusão. — O que estou tentando dizer é que você não jogue a culpa em mim ou no outro Kira. Somos fiéis a você, mas... O Ki... — Fecho meus olhos, respirando fundo. — ele definitivamente não conhece limites.
— Ok... Tudo bem... Estou tentando seguir sua linha de raciocínio e... ver três pessoas diferentes e uma mais louca que a outra.
— Exato. Hm... pense que está em um quadrisal, onde você namora com mais três pessoas. Quer dizer, no momento duas, já que o Ki não se considera em um relacionamento. De qualquer forma, peço desculpas por ele. — Abraço sua cintura, apoiando meu queixo em seu peito e o olhando. — Está tudo bem?
— Sim... — Balbuciou, ainda chateado. — Se arrume. Hoje você vai para a empresa comigo, daquele projeto que conversamos há algum tempo. — Sorri, animado.
— Ótimo! Eu vou acordar a Sol e então aproveito para levá-la à escola. — Álvaro assentiu, depositando um selinho em meus lábios, me olhando fixamente, parado por um bom tempo.
— Porra, você é muito gostoso! — Resmungou, se afastando de mim e saindo do quarto, me deixando ruborizado e sorrindo que nem um bobo.
Resolvo ir me arrumar às pressas. Agora eu estava trabalhando em um projeto e isso era realmente bom. Odiava ficar parado em casa sem fazer nada. Tomo meu banho, faço minha higiene e busco algo mais confortável em meu closet.
Após devidamente arrumado, faço o mesmo com a Sol, dando banho nela e vestindo seu uniforme da escola. Ela ainda estava sonolenta por se acordar há pouco tempo, mas nada que um bom café da manhã não ajudasse.
— Bom dia, pequena! — Álvaro exclamou, a pegando nos braços assim que entrei na sala de jantar, vendo ela bocejar, deitando a cabeça no ombro de Álvaro. Por um lado, fiquei mais tranquilo ao ver que eles estavam começando a ter intimidade, a ver que Sol estava permitindo ver Álvaro como alguém da família, alguém que iria protegê-la de todo e qualquer mal.
Tomamos café e seguimos para o carro, onde Julian nos aguardavam. Mas ao me ver, ele rapidamente se afastou, me olhando atento.
— Julian, desculpa... Eu não vou te fazer nada. Sou eu, o Kira. — Falo, vendo ele me olhar desconfiado.
— De qualquer forma, prefiro manter distância... — Ditou, o que me fez suspirar. Entro no carro, no banco passageiro, e Álvaro coloca Sol no banco detrás a ajudando com o cinto de segurança e ocupando o banco do motorista. Os soldados e Julian, iriam em outro veículo, atrás de nós, fazendo a segurança, especialmente para a Sol, que era vigiada durante todo o horário na escola. Três seguranças a vigiavam de longe, mantendo-a longe de qualquer ameaça ou perigo.
— Tchau, papai. — Sol se despediu, beijando meu rosto, e então olhou para Álvaro, sorrindo timidamente. — Bom dia, papai... — Falou, beijando o rosto de Álvaro, saindo às pressas do carro e correndo para dentro da escola.
Álvaro me olhou, sorrindo que nem bobo, desacreditado do que acabara de acontecer.
— Ela me chamou de papai... — Balbuciou, em choque.
— Sim. — Afirmo, sorrindo para ele.
— Ela me beijou... — Ditou, emocionado. Eu apenas ri, afirmando novamente.
— Sim.
— Oh, merda... — Ele desviou o olhar, abaixando a cabeça. O olho, preocupado.
— Álvaro? Álvaro, você está chorando? — Questiono, e ele rapidamente seca as lágrimas, balançando a cabeça.
— Não... Eu só... Porra... — Ele me puxou para um abraço, chorando em meu ombro. Eu apenas sorri, retribuindo e esperando ele se acalmar. Eu também estava emocionado. Presenciar essa cena foi uma das coisas mais lindas do mundo.
E pensar que tentei fugir disso...
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NA TOCA DO LOBO - Duplamente APAIXONADO - Livro II (ROMANCE GAY)
Romance"Ele era uma farsa, eu sou o verdadeiro eu. Aquele que fará da sua vida uma completa bagunça. E então? Está preparado para essa relação explosiva, amor?" PLÁGIO É CRIME! CRIE, NÃO COPIE :3