— Sol, já se levantou...? — Questiono, entrando em seu quarto, mas meu corpo gela ao não vê-la ali. — Sol?! — Chamo mais alto, entrando em desespero e a procurando por todo lugar da casa, até que Álvaro entra na sala, com a minha filha nos braços me fazendo soltar todo o ar que prendia. — Onde você levou minha filha?! — Exclamo, tentando acalmar meu próprio coração.
— Nossa filha. — Corrigiu, me entregando ela. — Eu saí um pouco com ela. Fomos ao parque.
— Olha o que eu ganhei, papai! — Sol exclamou, mostrando o chapéuzinho de panda e brinquedos que estavam em uma sacola.
— São lindas, meu amor. Que tal ir guardar no seu quarto? — Falo e ela assente. A coloco no chão e ela corre para o quarto. Volto a encarar Álvaro. — Podia ter me avisado! Eu fiquei preocupado, sabia?! — Exclamo, vendo ele suspirar.
— Eu tentei, mas você resolveu trancar a porta do seu quarto. — Alfinetou, me olhando seriamente.
— Tenho minhas várias razões para isso, não é?! — Rebato, impaciente. — Olha, não importa em que situação eu esteja, eu devo ser avisado quando minha filha for sair daqui. Ou você acha que eu vou adivinhar que ela está com você e não com un maluco qualquer?! — Álvaro suspirou, se aproximando e segurando meus braços, me fazendo entrar em alerta.
— Tudo bem... Desculpe não ter te avisado. Eu queria sair um pouco com ela, fazer ela se acostumar com minha presença. Ela ainda me vê como um estranho, Kira. Sabe como eu me sinto com isso? — Questionou, em um tom baixo. Desvio o olhar, abraçando meu próprio corpo.
— Pretende me culpar de novo? — Questiono, o fazendo me soltar.
— Não pode negar que você errou. Mas agora, eu só quero que a gente se entenda, Kira. Temos uma filha juntos, não podemos viver assim, brigados um com o outro. Que exemplo iríamos levar para ela? — Questionou e eu o encarei.
— Não use minha filha como meio de tentar se redimir. — Falo e Álvaro suspira, me encarando.
— Não estou usando ninguém. Estou falando o que eu acho. Por favor, Kira... me perdoa. Eu não sabia da sua condição... — Ditou e eu rapidamente me afastei.
— Não fale disso! É um problema meu! — Exclamo e ele se aproxima, puxando meu braço, fazendo meu corpo bater contra o seu.
— É um problema nosso! Eu sou seu marido, esqueceu?! Estamos juntos até a morte quer você queira ou não. Então por que não facilitar nossa convivência? Estávamos tão bem no início, Kira... — Balbuciou, acariciando minha bochecha. Droga...
— Não... não me toque... — Minha voz falha, mas ele me ignora e continua, depositando beijos em meu pescoço e orelha, pousando a mão livre em minha cintura e me puxando para mais perto dele. Fecho meus olhos, extasiado. Eu estava há tantos anos sem sexo, que ter seus toques de volta estavam me maltratando demais, quebrando todas as minhas defesas que construí contra ele.
— Não sabe o quanto esperei por você... para te ter de volta... te amar como fazíamos antes... — Álvaro sussurrou ao meu ouvido, me deixando ainda mais perdido e afundado em sua sedução, sua voz...
Que poder era esse que ele tinha de me deixar tão fraco aos seus toques?!
— Não... Álvaro... — Balbucio, tentando afastá-lo, mas ele foi mais rápido, erguendo minhas coxas e me levando até a mesa da sala de jantar, me deixando sentado sob ela e se colocando entre minhas pernas, cobrindo minha boca com a sua em um beijo voraz.
Droga, aquela boca...!
Sinto meu vestido ser erguido. Era um soltinho e que eu usava para dormir.
— Álvaro... pare! Não moramos mais sozinhos! — Exclamo, tentando pará-lo, e logo pude notar o volume em sua calça, me deixando com mais vontade de continuar.
— Eu sei que não... mas... não consigo raciocinar com você tão perto de mim... — Balbuciou, beijando a ponta do meu nariz e em seguida depositando um selinho em meus lábios, colando sua testa com a minha. — Eu senti tanta a sua falta. Senti saudades da sua boca... do seu abraço... — Murmurou, me fazendo engolir em seco.
— Você sentiu falta do outro Kira. Não de mim... — Murmuro, vendo ele suspirar, me olhando no fundo dos olhos.
— Então me deixe te conhecer, me deixe recomeçar. Não fique me afastando assim. Não vai adiantar de nada. Estamos juntos e você terá que entender isso. Eu não vou desistir, Kira. — Fico calado, abaixando o olhar. Álvaro me abraçou fortemente, depositando um beijo no topo da minha cabeça.
— Sabe o que aconteceu quando eu apareci na vida de muitas pessoas? — Questiono, vendo ele me olhar atentamente, balançando a cabeça em negativa. — Eles se cansaram. Me culparam por tudo. E então me abandonaram. Você fará o mesmo. Porque todos gostam do Kira burro, alegre demais, que precisa de cuidados. Mas quando eu apareço, ninguém consegue suportar. — O afasto, descendo da mesma e subindo para o quarto onde Sol estava brincando. Me juntei a ela, sorrindo fracamente. E não demorou para Álvaro aparecer, se sentando no chão, à minha frente.
— Posso me juntar a vocês? — Questionou, o que fez Sol sorri, entregando uma das bonecas dela para ele e outra para mim.
Não sei mais no que acreditar... Se nele, ou em mim mesmo.
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NA TOCA DO LOBO - Duplamente APAIXONADO - Livro II (ROMANCE GAY)
Romans"Ele era uma farsa, eu sou o verdadeiro eu. Aquele que fará da sua vida uma completa bagunça. E então? Está preparado para essa relação explosiva, amor?" PLÁGIO É CRIME! CRIE, NÃO COPIE :3