CAPÍTULO || 19

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Acordo sentindo dores por todo o meu corpo, mal conseguindo me mover

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Acordo sentindo dores por todo o meu corpo, mal conseguindo me mover. Eu estava sem roupa, então pude ver logo de cara as marcas nítidas em meu corpo. Mas o quê...?! Eu fui espancado e não percebi?!

Procuro por Álvaro, mas ele não estava no quarto. Devia estar no escritório. Me levanto, notando que já eram quase meio dia. Ok, eu definitivamente entrei em coma.

Tomo um banho rápido, agora pensando que o Ki poderia ter aparecido e... Álvaro deu seu jeito de controlá-lo. Ou em hipótese pior... Ki ter transado com outro. Busco por uma roupa em meu closet, buscando algo mais leve e que pudesse esconder em parte as marcas deixadas em meu corpo, mas não tive muito sucesso.

 Busco por uma roupa em meu closet, buscando algo mais leve e que pudesse esconder em parte as marcas deixadas em meu corpo, mas não tive muito sucesso

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— Papai!!! — Sol exclamou, correndo para meus braços assim que entrei no escritório de Álvaro. Ele estava com ela no colo.

— Oi, meu amor! Tudo bem? — Ela assentiu, sorrindo.

— Fiz para você e o papai. — Falou, me entregando um papel com um desenho que ela havia feito. Era ela de mãos dadas comigo e com Álvaro. Mas o que me deixou mais amolecido, foi ela ter desenho as minhas três personalidades de mãos dadas até no nosso estilo.

— Oh, meu amor... Está incrível. — Elogio, claramente emocionado, a beijando demoradamente no rosto. Ela sorriu, me beijando de volta.

— Eu vou mostrar para o tio Julian! — Exclamou, se soltando dos meus braços e correndo para fora do escritório. Sorri, voltando minha atenção para Álvaro, que também sorria que nem bobo.

— Temos uma menina incrível... — Comentou, e pude notar seus olhos marejados. Caminho até ele, me sentando em seu colo e depositando um beijo delicado em seu rosto.

— Sim... O Ki... apareceu, não foi? — Questiono, vendo ele sorri sem jeito.

— Sim...

— Você usou camisinha? — Questiono e ele me encara, parecendo espantado. Ah, não... — Álvaro...

— Estávamos na rua, não lembrei desse detalhe... — Balbuciou, me deixando desacreditado.

— Na rua?!!! — Exclamo, em total espanto.

— Não me culpe. Você que disse para eu pegar pesado com o Ki.

— Sim, mas se alguém tiver visto a minha própria imagem será arruinada! Olha, transar com a técnica bdsm é uma coisa, outra totalmente diferente é não se prevenir e ainda correr o risco das pessoas verem! — Álvaro riu, me deixando ainda mais bravo. — Do que está rindo?! Você quase me matou! Lembre que esse corpo também é meu!

— Desculpa, é que... ainda estou me acostumando com essa suas mudanças de personalidade. Vem cá... — Ele abraçou minha cintura, depositando um beijo suave em meus lábios. — Desculpa... mas foi necessário. O Ki... é bem provocador e eu tive que dá um jeito nessa marra.

— Ok, não preciso ouvir os detalhes! — Resmungo, fazendo careta. Ele riu, me abraçando mais forte.

— Inacreditável! Você com ciúmes de você mesmo. — Zombou, o que me fez revirar os olhos.

— É complicado... — Balbucio, cabisbaixo.

— Imagino que não deve ser fácil, amor... Mas estou aqui. Está tudo bem. Eu vou domar o Ki, e então vamos ficar em paz... todos os quatro. — Concluiu, o que me fez ri de imediato.

— Está sendo pesado para você?

— Não... eu só nunca sei como você vai acordar... Querendo falar com todo mundo e sair para todos os lugares, trabalhar comigo e ser responsável durante o dia todo, ou transar comigo ou com outro qualquer. — Falou, o que me fez suspirar, afagando seus cabelos.

— Tinha medo de que você me rejeitasse por isso... — Confesso, baixinho.

— Eu quase rejeitei, mas não foi por isso. — Comentou, rindo.

— Foi por causa do Kira extrovertido, não é?

— Sim... Ele me assustou no começo. Mas... depois eu fui me adequando, me acostumando com a alegria dele. É reconfortante. Aí eu me acostumei com sua racionalidade, com sua garra... Depois eu... conheci seu lado mais quente, e descobri o quão é difícil resistir a você. Eu me apaixonei por você de três formas diferentes. — Declarou, o que me fez sorri, encantado com suas palavras. — Mas... eu tenho curiosidade para saber... qual de vocês nasceu primeiro. Há algum original? — Questionou, me pegando de surpresa.

— Eu... eu não sei mais. Eu fui... me adequando e me tornando o que as pessoas queriam que eu me tornasse. Queriam que eu fosse alegre, que eu sorrisse para as pessoas... Assim o Kira nasceu... depois... me chamaram de fraco, de inútil... aproveitaram minha fragilidade para tentarem abusar de mim, e então nasceu eu e o Ki. Eu... por você ter sido o único a olhar em meus olhos... e ver que eu só me defendi. — Confesso, vendo ele me olhar confuso.

— Eu...?

— Não lembra? Bom, eu bem diferente naquela época, mas... Você e Julian estavam próximos quando eu matei o motorista que tentou me estrupar. Você estava lá, me abraçou e sumiu com o corpo. Depois... eu nunca mais vi minha tia. Você teve alguma coisa a ver com isso? — Questiono e ele arqueia as sobrancelhas, parecendo se lembrar de algo.

— Aquele garotinho era você?! Eu conhecia a sua tia... Ela tentou me passar a perna e eu acabei com ela. Aliás... não sei se você vai saber lembrar, já que era o outro Kira que estava presente, mas... eu era o cara que matou dois desgraçados em um beco, faz muito tempo, talvez uns 5 anos... Kira estava voltando de viagem ao Brasil. — Franzo as sobrancelhas, sorrindo.

— Então era você? Ah...

— Você lembra?

— Não... Não exatamente. Toda noite eu escrevo o que aconteceu no meu dia. Eu tiro fotos das minhas roupas, das atividades que eu faço... Assim eu não fico tanto no escuro quando... mudo de personalidade. Eu escrevo em uma espécie de diário. Busquei gravar esse hábito em todas as minhas personalidades desde que fui laudado com esse transtorno. E o Kira relatou esse acontecimento. Ele tem muita curiosidade em saber quem era. Então eu vou escrever em meu diário hoje o que você me disse... e quando ele ler... tenho certeza que vai enlouquecer. — Brinco e ele ri, me puxando para mais junto de si.

— Se... amanhã você, ele ou o Ki acordarem... Eu vou continuar de braços abertos, recebendo todos vocês e os amando igualmente. — Sorri, dando um selinho, que logo se tornou um beijo calmo. Eu estava muito dolorido então certamente não iria acontecer nada mais que isso.

E para o meu alívio, Álvaro compreendeu e não avançou durante nosso beijo.

NA TOCA DO LOBO -  Duplamente APAIXONADO - Livro II (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora