CAPÍTULO || 09

8.2K 1K 179
                                    

Me olho no espelho, trajado em um conjunto de alta qualidade: uma saia lápis vermelha, contornando todas as minhas curvas até dois dedos abaixo do joelho, uma blusa de mesma cor, mais justinha e curta, mostrando apenas uma linha da minha barriga e...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Me olho no espelho, trajado em um conjunto de alta qualidade: uma saia lápis vermelha, contornando todas as minhas curvas até dois dedos abaixo do joelho, uma blusa de mesma cor, mais justinha e curta, mostrando apenas uma linha da minha barriga entre a blusa e a saia. Nos pés coturnos nude de uma marca famosa e exclusiva. Um bolsa branca com alguns detalhes em ouro e um casaco comprido branco. Eu estava pronto para jantar com Álvaro.

Respiro fundo, passando meu perfume e descendo as escadarias, vendo Manuela já no sofá da sala, brincando com a Sol.

— Nossa! É só um jantar mesmo?! Você está lindo! — Manuela exclamou, vindo até mim e me abraçando, na qual retribuí.

— Sol, não dê trabalho a ela. E nada de ficar acordada até tarde, ouviu? — Falo e ela assente, sorridente.

— Sim, papai! — Álvaro logo desceu as escadarias,  me olhando de cima abaixo. Quando ele vai parar de fazer isso?!

— Hey... vem cá. — Álvaro se abaixou, chamando Sol, que mesmo hesitante foi até ele, que a ergueu nos braços, beijando seu rosto. — Eu vou lembrar de trazer um docinho para você. Mas precisa se comportar e ser uma boa menina. — Ditou, fazendo o sorriso de Sol crescer rapidamente.

— Eu prometo que vou me comportar! — Álvaro sorriu, se despedindo dela e a colocando no chão, me olhando em seguida.

— Vamos? — Assenti, caminhando na frente e seguindo até o carro. Mas antes que eu entrasse, Álvaro abraçou minha cintura, fazendo nossos corpos se juntarem e seus lábios tocarem minha orelha. — Eu preciso dizer que você está fodidamente gostoso nessa saia, que marca muito bem suas curvas mais divinas... — Meu coração deu um só lavanco ao ouví-lo, fazendo de repente o que estava frio esquentar de imediato, mas tentei me manter firme.

— Pare de ser um pervertido e entre no carro. — Resmungo, tentando abrir a porta do veículo, mas ele a empurrou, a fechando novamente. Me viro de frente para Álvaro, o que foi certamente uma péssima alternativa, já que ele estava próximo demais e facilmente me colocou contra a lateral do carro, com suas mãos possessivamente em minha cintura.

— Eu não sei mais por quanto tempo vou aguentar, Kira... colabore comigo... Ver você assim está me matando! — Ditou, mas logo o afastei.

— Nada vai acontecer até esclarecermos tudo. Vamos logo... — Entro rapidamente no carro, respirando com certa dificuldade. Ele não está facilitando para o meu lado...

Álvaro ocupou o banco do motorista, sorrindo para mim e dando partida no carro, pousando a mão em minha coxa, enquanto a outra permanecia no volante. Olho para sua mão, com o olhar estreito e tentando entender quais eram suas intenções, mas resolvi ignorar e deixar que ele ficasse com sua mão ali. Não era ruim sentir seu calor...

. . . .

Quando chegamos ao restaurante, nos acomodamos na mesa reservada, um de frente para o outro, aguardando em silêncio enquanto o garçom já nos Sérvia o vinho branco como cortesia da casa.

— Muito bem... como... funciona isso? — Álvaro questionou, me olhando atentamente. Respiro fundo, tomando um pouco do vinho para tomar coragem.

— Acredito que cada pessoa seu ponto de vista em relação a isso. Mas eu... eu vejo cada personalidade minha como uma pessoa completa. Ela tem idade, gostos, hobbies, orientações sexuais... Cada uma diferente da outra. Até onde eu sei, minhas personalidades mudam apenas seu ponto de vista em determinadas situações. Um exemplo óbvio sou eu, aqui, resistindo a você porque não acho certo transarmos em meio a um caos que está nossas vidas. Já o outro Kira, nem iria se tocar do que está acontecendo e aceitar você facilmente. Nossas maneiras são completamente diferentes. Você se apaixonou pelo Kira extrovertido. Mas eu não sou assim. Pelo contrário. Odeio chamar atenção, e detesto que me toquem sem motivo. Eu sou... o que todos odeiam. — Falo, dando de ombros.

— Então você só tem duas personalidades? — Questionou, querendo entender. Mordo meu lábio inferior, agora não sabendo como explicaria isso.

— É... não exatamente. Tenho três, até onde eu saiba...

— E como é essa sua terceira personalidade? — Engulo em seco, bebendo uma boa quantidade do vinho para tomar coragem.

— A pior. Eu diria que você não vai querer conhecê-la. Ela é extremamente sexual. Iria seduzir você e... outros dez. Essa minha terceira personalidade não ama, ela apenas faz tudo para o próprio prazer. Você não significaria nada mais que um corpo sarado. — Falo, vendo ele arregalar os olhos.

— Você... Essa sua personalidade apareceu depois que nos casamos?

— Quando nos casamos? — Questiono, vendo ele arquear uma sobrancelha em questionamento.

— Há três anos.

— Não. Você casou com o outro Kira.

— Ok, será que podemos fazer isso de uma maneira menos confusa?! Você é uma pessoa só! Eu não consigo separar. — Suspiro, me recostando na cadeira e cruzando os braços.

— Eu vejo dessa maneira. Quando você está com o Kira extrovertido e que todos amam, é como se... eu tivesse observando vocês de longe, em um lugar escuro, apenas aguardando uma porta especial para poder sair. Não somos a mesma pessoa. Temos visões e trejeitos diferentes. — Álvaro suspirou, assentindo.

— Ok, eu vou tentar acompanhar isso. Mas... se por acaso uma dessas suas personalidades surgissem para mim e eu me envolvesse com elas, seria traição para você? — Penso a respeito, molhando meus lábios.

— Não exatamente, mas você precisa conquistar todas elas e amá-las igualmente. Sabemos que o Kira extrovertido conquista todos facilmente. Ele tem muito a questão da lábia. O Kira... ninfomaníaco eu diria, seria fácil dormir com ele, mas conquistar seria uma tarefa árdua. Talvez impossível. — Álvaro suspirou, apoiando os cotovelos na mesa e entrelaçando seus dedos à frente da boca, me olhando fixamente.

— E você? Como faço para te conquistar? — Penso bem antes de falar, o fitando.

— Não precisa. Eu nasci por sua causa. Eu sempre amei você, Álvaro...

NA TOCA DO LOBO -  Duplamente APAIXONADO - Livro II (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora