CAPÍTULO || 17

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— Como está? — Vick questionou

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— Como está? — Vick questionou. O encaro, dando de ombros, saboreando as panquecas que ele havia feito. Estávamos sentados no chão, na varanda daquele quarto vazio, exibindo uma vista linda dali. Era um local deserto, dando ainda mais holofote para a natureza.

— Está boa... — Admito, tomando um pouco da água. Não transamos no banho. Ele tentou me assustar, me provocar, mas percebeu que eu não tinha nada a ver com o problema dele com Kira, então me poupou de uma complicação maior com minha família. Me emprestou uma camisa dele para vestir e preparou algo para comermos, já que estava anoitecendo. — Por que continua insistindo no Kira?

— Você sabe que ele tem transtorno de personalidade? — Questionou, me fazendo erguer uma sobrancelha em questionamento.

— Não...

— Pois é... Ele tem três personalidades distintas e completas vivendo dentro dele. A que eu conheci... tornou minha vida um inferno... É o diabo na forma mais sedutora que existe. — O encaro, mais espantado ainda.

— O Kira?! Sedutor?! Ele não me parece ser esse tipo de pessoa. Apesar de que... o estilo dele mudou desde a última vez que eu o vi... — Comento, lembrando o fato de que zoava ele pelas roupas despojadas, e depois ele me aparece com os looks mais elegantes do País. Até a mídia estava o elogiando e expondo suas vestimentas por todos os lugares.

— Suponho que você conheceu o Kira mimado, extrovertido e que se veste como um adolescente. E agora conheceu o Kira mais racional, responsável e com um estilo mais adulto. Reze para não conhecer o Ki... Aquele... desgraçado devasta qualquer um! — Arregalo os olhos, não conseguindo imaginar o Kira sendo assim.

— Bem, ele se casou com Álvaro. Imagino que ele não vai permitir essa terceira personalidade ser tão soltinha. Ele vai querer domar a fera. — Comento, suspirando ao imaginar ele fazendo isso comigo...

— Boa sorte para ele. Um passo em falso... e ele vai enlouquecer como eu... — Balbuciou, o que me fez olhá-lo.

— Amor é uma droga, não é? — Comento, respirando fundo.

— Foi a coisa mais sensata que eu ouvi de você até agora. — Eu ri, me arrastando para o lado dele, me encostando na parede.

— Eu sempre gostei do Álvaro... Sabe, Vick... viver na máfia é perigoso em todos os sentidos, principalmente quando você não tem poder suficiente para decidir seu próprio futuro. Eu fui treinado e educado, mas... a qualquer momento eu posso receber uma ligação do meu pai dizendo: “Ei, encontrei seu noivo. Arrume suas coisas, você vai viver com ele”. É um dos pensamentos mais devastadores que tenho frequentemente... Quando eu conheci Álvaro, eu me encantei, e que se fosse para casar com alguém da máfia, que fosse alguém bonito e poderoso como ele. Eu o admirava... Mas eu entendi que essa jogada eu já perdi... — Desabafo, sentindo meus olhos marejados, mas não permito que as lágrimas caiam. Vick pousou a mão em meu joelho, chamando minha atenção. Ele me olhava de uma forma acolhedora.

— Eu entendo... Mas quando você se apaixona pela pessoa errada, parece que... Seu mundo vira de ponta cabeça. Eu fiz tantas coisas por um cara que... ficou comigo e mais outros 30! E pensar que quase violentei o Kira por um desejo de... de rever o Ki, aquele garoto quente e sensual... mas ele nunca será domável. É um ser livre... Livre de qualquer um que tente prendê-lo... — Comentou, com o olhar preso em algum ponto, com o pensamento distante.

— Não acredito nisso. Kira ama o Álvaro, e independente de como essa terceira personalidade dele seja... uma hora ou outra ele vai se entregar também. Ao menos é o que eu acho...

— Bom, já não é mais da minha conta... eu quero sair dessa lavagem cerebral que ele me colocou... — Ditou e eu o encaro, sorrindo.

— Então eu estou livre? — Questiono e ele me olha, sorrindo levemente, descendo seu olhar para o meu corpo.

— Sua roupa foi lavada... Espere até amanhã para secá-la. Não vou te dá minha camisa. — Ditou, voltando a olhar para frente e bebericando seu uísque. Eu ri preguiçoso, pegando mais um pedaço da panqueca, o mordendo.

— Tudo bem... vou deixar você me sequestrar por mais algumas horas... — Comento, vendo ele ri, me olhando em seguida, bem mais relaxado.

— Desculpa te envolver nisso. Mas serviu para você abrir meus olhos sobre o que eu estava fazendo... Não faz nem sentido. — Comentou e eu suspirei, pegando o copo de bebida da sua mão, provando do líquido, sentindo minha garganta queimar, mas nada que fosse insuportável.

— Ok, então vamos dedicar essa noite à dois homens chutados e descartados do amor. — Falo e ele ri.

— Você falando parece engraçado...

— Pode devolver meu celular? Caso contrário a máfia vai aparecer aqui e fuzilar você. — Falo e ele apenas suspira, tirando meu celular do bolso da sua calça e me devolvendo. — Obrigado. Eu vou ligar para Álvaro e dizer que estou bem. Amanhã você me leva de volta? — Vick assentiu, pegando o uísque de volta e o bebendo. — Ótimo, vou ligar para ele então...

De todos os momentos que vivi, esse certamente foi o mais inesperado...

NA TOCA DO LOBO -  Duplamente APAIXONADO - Livro II (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora