Anos após o ato heroico

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Anos após o ato heróico

O pequeno Lucas brinca na área de serviço enquanto ver o brilho da piscina. O sol que reflete nela a deixando mais tentadora de se mergulhar, embora ele não saiba o significado disso. Ele quer chegar até ela, não foi muito difícil ele conseguir destrancar o cercadinho que o impede de sair, pois perto dos cinco anos de idade um cercadinho para bebês não parece ser o suficiente para impedi-lo de sair.

— Tina! – Suas mãozinhas chacoalham no ar enquanto ele ver sua irmã mais velha tomando sol. — Tina!

Sua mãe sempre tem o cuidado de não deixá-lo sozinho, mas no momento ela prepara sua comida. Lucas ver sua irmã perto da piscina, e sua vontade de sair só aumenta. Apesar de receber o desprezo da irmã mais velha, ele não se importa, até porque seria estranho uma criança de quatro anos e alguns meses perceber essa indiferença vindo da adolescente megera e maldosa.

Enquanto isso, a garota de pele pálida exibe seu corpo magro e esbelto ao sol. A música The trooper – Iron Maiden – toca no volume máximo em seus fones de ouvido.

Lucas consegue abrir a frágil fechadura e caminha em direção à piscina. Ele se aproxima com seu lindo e inocente sorriso de criança levada; sua irmã está com óculos escuros, de olhos fechados e com seus fones num volume alto demais para se importar com o mundo, mas ela sente que não está mais sozinha. Ao abrir os olhos, ver entre as lentes escuras seu irmãozinho se aproximar da grande piscina. Qualquer pessoa normal em uma situação como essa rapidamente correria para evitar que a criança caísse e viesse a se afogar na piscina, mas Betina não é normal.

Ela observa o pequeno se aproximar mais e mais da água com uma sinistra ansiedade de vê-lo despencar lá dentro. Lucas deita na borda da piscina e toca na água. Ele aproxima seu pequeno tronco mais próximo do perigo iminente, e é quando a garota rebelde ouve o grito de Raquel.

_NÃO!

A mãe corre até o seu filho, tirando-o de perto daquele perigo. Raquel sente as lágrimas nos olhos devido ao susto e a sua pulsação acelerada com a repentina adrenalina. Aquilo seria demais para ela, como se já não bastasse perder o seu amado Luigi, então - obviamente - não quer o mesmo para o filho deles. Ainda abraçada com a criança, ela vê que Betina assiste a tudo e baixa os óculos até o nariz para dar a Raquel um olhar de indiferença. A ruiva já havia suportado a tudo; a indiferença, as brigas, as acusações sem sentido e os xingamentos, mas não faria o mesmo em relação ao seu filho.Querer atingir o pequeno Lucas com uma raiva da qual ninguém entende o motivo é demais, aquilo já não é apenas maldade, seria um crime por parte da garota insuportavelmente mimada e perigosa.

Raquel, ainda com Lucas nos braços parte em direção a garota em passos fortes. A enteada rapidamente se levanta, sabe que vem confusão à frente e está disposta a tudo.

A tudo mesmo.

Há muito tempo Betina provoca a mãe de seu irmão, já que expulsá-la não parece ser o suficiente a garota agora parece disposta a um confronto corpo a corpo.

— Porque você deixou o Lucas se aproximar da piscina, sua louca? — Raquel grita. — Porque você não o ajudou?

— Do que você está falando, sua neurótica? — A pergunta de Betina é irônica e com ar de deboche, o que só aumente a raiva de uma mãe protetora.

Mas a reação de Raquel é a altura. Com lado de trás da mão direita, a ruiva acerta em cheio o lado direito do rosto da garoto de olhos azuis e frios, fazendo-a cair no chão, junto com os óculos. A expressão de dor e surpresa estão estampados na face de Betina, porém logo dá espaço ao ódio.

Série Psicopatas Vol.01  - Incendiário (REVISADO).Onde histórias criam vida. Descubra agora