Série Psicopatas Vol.01 - Incendiário (REVISADO).

Cara à cara

— Venha comigo! — grita Moisés arrastando Daniel pelo braço, que por sua vez geme de dor devido a perna machucada. Isso só os atrasa.

Os internos já estão em alerta, quando despertam com os gritos de Daniel. Nenhum deles tenta impedir o estranho de levar o colega de alojamento.

— Eu não posso ir com você, cara. Tá maluco? Você acabou com minha vida. — Daniel manca enquanto tenta se soltar de Moisés inutilmente.

Percebendo que não terá ajuda dos outros garotos — alguns deles já correm para fora do alojamento —, que ninguém o iria ajudar, atira-se contra seu raptor em um ato de desespero, lhe acertando dois socos na face. Moisés fica surpreso em relação a tudo — não só pelo fato de ter deixado que algo atrapalhasse sua caçada, mas o atrevimento do coelhinho que parece disposto a lutar contra o lagarto.

Moisés limpa o sangue que escorre pelo nariz, quando Daniel tenta mais um golpe, e dessa vez o homem mais velho esquiva-se, pegando o moleque por trás.

— Sua bicha, você acabou com minha vida, me solta! — Daniel grita e se debate em fúria.

Um som de arma sendo destravada chama a atenção do homem que segura o garoto em sua frente como um escudo humano, apertando-lhe o pescoço. Samantha está bem na frente do incendiário, finalmente cara a cara enquanto o restante dos internos saiam do local às pressas.

Os olhos dos velhos inimigos se cruzaram, e o homem pôde vê e sentir um brilho satisfatório no olhar da mulher à sua frente. Ele conhece aquele olhar, pois ele tinha o mesmo quando está diante de uma de suas obras incendiárias. Era o tão conhecido olhar assassino.

— Finalmente, seu filho da puta desgraçado. — Samantha reconhece o homem das imagens enquanto lhe aponta a arma. — Finalmente, Moisés.

****

Antes.

Desta vez, Samantha não conseguiu se livrar do golpe de Sanguessuga e foi jogada longe quando o covarde lhe deu um forte escorão que a faz rolar no chão, mas logo para de joelhos. Ela tentou se levantar, mas foi surpreendida por um forte chute em suas costelas que a fez gritar de dor e desabar com a face no chão de areia, da qual ele encheu a mão e jogou nos olhos do seu agressor, que tropeça alguns passos para trás enquanto a mulher o acertava com um soco no estômago.

_Canalha!

E quando ela se preparou para o segundo golpe, foi surpreendida quando o homem conseguiu impedir seu punho.

_Deveria ter metido uma bala na sua cabeça quando tive a chance.

Ela sentiu a pressão dos dedos do Sanguessuga contra os nervos de seu pulso e gemeu em dor. Logo, recebeu um golpe do homem bem na sua face, o que a fez desabar de costas no chão. Ela se arrasta no chão sentindo o líquido quente e viscoso descer por suas narinas, estava tonta e sua visão parecia escurecer aos poucos.

Longe dali, atrás de uma das árvores, Luigi apertou o punho quando viu sua irmã ao chão e sangrando. Por instinto fraternal, o sargento deu um passo à frente, mas logo recuou ao lembrar-se do que ela havia dito enquanto eles traçavam a emboscada:

Ele é meu, entendeu? — advertira a sargento. E completa: — Eu consigo derrubar aquele cretino sozinha.

Então, por que você precisa de mim? — perguntou Luigi, preocupado com a irmã.

Sua presença me fortalece, mano. — Ela segura a mão de Luigi, e ele correspondeu colocando sua outra mão em cima da de Samantha. — Até porque, se eu me enganar e ele levar alguma vantagem, aí, sim, você intervém.