CAPÍTULO 31

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L E V I

Ao vez Sara deixando meu quarto sinto um vazio no peito semelhante ao que eu vivia sentindo enquanto estava internado, contando os dias para poder voltar e te-la como eu sempre quis.

Sei que soa hipócrita da minha parte falar assim, até porque eu fiz tudo errado com Sara. Eu a machuquei tão profundamente que até hoje essa ferida ainda dói, foi ela quem transformou o amor de Sara por mim em ódio.

Dói como o inferno saber que a mulher que tanto me amou um dia, hoje não suporta nem olhar na minha cara. Sara não consegue sustentar seus olhos em mim por muito tempo e isso é doloroso demais. Olhar para mim parece machucá-la.

Me sento na cama de cabeça baixa, ficando por incontáveis minutos assim, respirando fundo, tentando manter a calma e não quebrar tudo oque vejo pela frente como sinto vontade de fazer agora.

Sorrio sem humor diante da minha idiotice. Estava mais do que claro que Sara não iria se jogar em meus braços quando me visse, que ela não iria me beijar até o mundo se acabar e mesmo isto estando escancarado em minha cara eu assumo que cheguei a nutrir a esperança de chegar aqui e encontrar a mesma Sara que me amava no passado.

A mulher de sorriso doce não existe mais. A franja que tanto era apreciada por mim hoje já não faz mais parte do visual dela e apesar de muitas coisas terem mudado, ainda vejo um pouco da doce e encantadora Sara de antes e querendo ou não, uma pitada de esperança me faz continuar firme na missão de conseguir o perdão e o amor dela de volta.

Uma mão pequena toca meu ombro, me fazendo levantar o olhar e encontrar Lola que sorrir enquanto lágrimas rolam dos seus lindos olhos verdes. Me levanto a puxando para um abraço apertado, me sentindo em casa por estar podendo abraçar minha irmã estando sóbrio e não bêbado com as roupas fedendo a bebida como no passado.

Acaricio seus fios longos enquanto ainda a abraço com força, tentando mandar a saudade embora. Lola está tão linda, tão encantadora quanto antes.

- Você voltou, irmão. Oh meu Deus!! Você está tão diferente. - um sorriso escapa de mim quando Lola começa a me apalpar, como se isso fosse a confirmação de que sou real e estou mesmo aqui.

- Estou livre, Lola, não sou mais um alcoólatra, não irei mais fazer você chorar.

- Você não sabe o quanto isso me deixa feliz. Seu sumiço foi por isso? Você foi em busca de tratamento ?

- Sim...

- Por que não me disse ? Eu queria tanto poder estar do seu lado para te dar forças.

- Por medo, Lola. Quando tomei essa decisão eu escolhi não falar com você ou com Sara por medo de decepcioná-las caso eu não conseguisse.

- Mas você conseguiu, irmão, olhe para você!!

- Consegui, mas não foi fácil, Lola. Tive 4 recaídas e assumo que pensei em desistir, mas eu lembrava de você, da Sara e minhas forças voltavam a surgir e eu novamente voltava para clínica. Na última vez que me internei eu só saí de lá quando me senti pronto e mesmo assim esperei alguns meses para poder voltar.

- Você foi guerreiro, Levi e eu estou muito orgulhosa por isso. - ganho mais um abraço apertado repleto de alegria que me faz sorrir verdadeiramente mesmo que por dentro eu esteja em ruínas por causa da Sara. - Ainda não acredito que você é aquele mesmo homem magro que sumiu sem deixar pistas.

Escolho pelo silêncio quando um pensamento traiçoeiro chega até mim, me fazendo respirar com dificuldade quando cogito a ideia de que Sara pode estar com Rodolfo. Ele gostava dela e Sara por ter ficado fragilizada pode ter encontrado a cura para suas dores nele.

Tudo Começou Com Um Olhar #2 Onde histórias criam vida. Descubra agora