CAPÍTULO 49

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TEMPOS DEPOIS

SARA

Tento conter o riso ao ter Clarice passando de leve os dedinhos em minha barriga de seis meses. Meu coração se aquece deliciosamente dentro do peito ao ver o quanto Clarice está amando a ideia de ser a irmã mais velha, os lindos olhinhos verdes que enchem meu peito de amor, brilham como um céu estrelado toda vez que ela vem para acariciar minha barriga enquanto faz planos para o futuro.

Levi e Clarice estão explodindo de alegria, os dois vivem babando em minha barriga, beijando, tocando... E Clarice, como uma boa menina sapeca, faz do seu irmãozinho ou irmãzinha sua tela preferida ao colocar em prática seu talento com os pincéis.

Muito orgulhoso, Levi segue registrando o talento da nossa linda ruivinha em meu ventre enquanto ela corre para todos os cantos atrás do cachorrinho fofinho, mas sapeca, que continua dando muito trabalho para Levi toda vez que a bolinha de pelos resolve por sua arte de fuga em prática.

Acaricio a mão de Clarice ao vê-la olhando curiosa para minha barriga saliente. Se bem a conheço, nesse exato momento as engrenagens do seu cérebro devem estar trabalhando a todo vapor, formulando uma pergunta para ser jogada até mim.

- Mamãe... - Sorrio ao escutá-la me chamando daquele jeitinho manso, a prova perfeita de que acertei em cheio ao pensar que ela me faria uma pergunta. - Quantas sementinhas foram plantadas aqui mesmo? - Cutuca minha barriga, deixando um beijinho ali para depois vir se aninhar à mim na poltrona.

- Você já esqueceu meu amor? São três, lembra?

- Ah é mesmo mamãe! Eu vou ter três irmãozinhos. Sabe o que eu acho engraçado?

- O quê?

- Agora eles são três feijõezinhos, mas depois serão três bebês fofos.

- Você não existe, Clarice. - Sorrio diante da sua total inocência, os bebês não são mais feijõezinhos, agora estamos prestes a descobrir o sexo.

Prendo ela em um abraço, arrancando uma chuva de risos quando começo a fazer cócegas. Esperta como é, Clarice consegue escapar e, sem pensar duas vezes, se agarra em Levi que acaba de aparecer na sala e prontamente, pega no colo a sapeca que ainda ri sem parar.

- Meu Deus, Clarice. Você está vermelha!

- A mamãe, ela estava fazendo cócegas em mim.

Levi desvia o olhar para mim, sorrindo lindamente enquanto a põe no chão e vem até onde estou. Se ajoelha em minha frente e beija três vezes minha barriga, que, segundo ele, precisa obrigatoriamente ser assim, pois é um para cada bebê.

- Estou louco para eles nascerem logo. - Pega em minha mão, acariciando meus dedos sem pressa.

- Eu também, assim como estou ansiosa para saber o sexo deles. Mal posso esperar até a tarde.

- Eu estou mais ansioso que você, e nervoso também, não posso ser pai só de meninas, eu morreria antes da hora. Até porque, Clarice daqui alguns anos será uma mulher e obviamente terei que por muito marmanjo pra correr.

- Não seja bobo, Levi, Clarice ainda será nossa menininha por muito tempo.

- O tempo passa rápido, meu amor....

- Então, é só você aproveitar muito comigo enquanto sou criança pai Levi. - Clarice se junta a nós, fazendo Levi sorrir de uma forma exagerada, como sempre acontece quando ela o chama de pai.

Lembro-me bem da primeira vez em que Clarice acordou chamando Levi de pai. O homem grandão que agora beija a bochecha dela quase se afogou em suas próprias lágrimas enquanto se perdia em uma gostosa onda de risos que acabou contagiando a nós duas.

Tudo Começou Com Um Olhar #2 Onde histórias criam vida. Descubra agora