CAPÍTULO 35

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L E V I

Como fazer para solta-la? Como deixá-la ir? Como parar de beijá-la a cada segundo? Eu sinceramente não sei como. Quando estou perto dela é como se minha necessidade em tê-la fosse ainda mais forte e desesperadora.

Sara é completamente dona de mim, porque além do meu coração gritar como um louco por ela, meu corpo quer apenas o dela. Minhas mãos querem apenas acariciar sua pele, assim como minha boca que nesse exato momento está colada sobre os lábios de Sara que leva seus dedos delicados a tomarem espaço entre meus fios medianos, os puxando de leve.

Como um um desesperado eu aperto mais ela em meus braços, fazendo esse meu gesto trazer a certeza que sim, ela está mesmo aqui me beijando e me abraçando. Tudo isso é real e eu estou completamente entorpecido de alegria.

- Eu não consigo manter minha boca longe de você, Sara. - sussurro em seu ouvido, deixando uma leve mordida por ali que faz meu anjo arfar.

- Oh, Levi. Eu também não consigo. Ainda não deu para matar a saudade. - sorrio como um bobo quando ela prende meu rosto em suas mãos e me beija mais uma vez, de uma forma rápida, porém gostosa de mais. - Eu queria muito ficar aqui com você, mas acontece que... Preciso ir para a casa, Dora está com Clarice, não posso abusar da boa vontade dela.

- Não quero que você vá. Quero te-la aqui, comigo.

- E eu não quero ir, mas eu sou mãe, não posso esquecer da minha filha.

- Você não tem noção como seus olhos brilham quando você fala a palavra filha.

Ganho um sorriso bonito capaz de me dar forças para mover mundos e montanhas se preciso for. É tão lindo ver o quanto Sara ama aquela pequena ruivinha que de uma forma bondosa me apelidou de príncipe.

Clarice além de uma criança esperta e graciosa é um verdadeiro anjo que entrou tanto em minha vida quanto na vida de Sara. De certa forma a ruivinha tagarela foi nosso pequeno cupido. Ela cuidou de Sara por mim e seguiu à risca o trabalho que dei a ela sem depositar muita esperança.

Antes de deixar a cidade eu fui até o orfanato para me despedir dela e sem mais nem menos pedi para que ela cuidasse do meu anjo, para que não deixasse outra pessoa a machucar como eu machuquei, mas também pedi para que ela não deixasse Sara me esquecer e Clarice fez tudo perfeitamente bem.

Aquela garotinha esperta guardou nosso segredo a sete chaves e isso é algo admirável quando estamos falando de uma criança. Contei para ela que eu estava indo embora para me cuidar, para poder voltar saudável e fazer Sara feliz, sempre muito esperta ela me questionou e agora sorrio ainda mais quando lembro das suas palavras há quase dois anos atrás.

- Mas príncipe, Levi, você está dodói? Sempre quando eu fico dodói o tio Rodolfo me dá um remédio e passa, depois a tia Sara vem e me dá um beijo e eu logo fico boa, se você quiser posso te dar um beijo poderoso também.

- Não seria nada mal ganhar um beijo de uma princesa, talvez eu venha a virar um príncipe de verdade e ser digno de ter você me chamando assim.

- Esse beijo é para curar o seu dodói. - fala me olhando com seus grandes olhos verdes após deixar um beijo em minha bochecha e me olhar com um olhar sapeca. - Você já é um príncipe, não precisa que uma princesa beije você.

- Obrigada, mas agora eu preciso ir pequena princesa. Você não irá se esquecer da nossa conversa, certo ?

- Nunquinha. Vou fazer tudo certinho, como se fosse a lição de casa que a tia Rebeca passa. Mas você também precisa me prometer alguma coisa. - leva as mãos à cintura de uma forma engraçada, me olhando cheia de expectativas.

Tudo Começou Com Um Olhar #2 Onde histórias criam vida. Descubra agora