Maestrine

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- vamos Beatriz, nós vamos nos atrasar de novo. - Helena, minha melhor amiga gritou lá de baixo. Eu não sei como ela me suporta. Eu a conheci a alguns anos atrás quando fui em uma padaria e ela derramou café em mim, por sorte estava frio e eu não me queimei, confesso que no momento eu quis descer a mão na cara dela, mas ela parecia tão arrependida que eu até senti pena. Desce então a gente se falou todos os dias e olha só, descobrimos que estudamos na mesma universidade.

- já acabei, só falta achar a bolsa-  gritei e me olhei no espelho. O vestido que eu escolhi tinha realmente caído bem em mim. Era um vermelho vivo que abraçava com gosto todas as minhas curvas e me deixava mais sensual, deixei meus cabelos loiros soltos e fiz uma make básica. Peguei a bolsa encima da cama e desci.

- aleluia Beatriz, vamos.

Pegamos um táxi e seguimos até a tal festa que Helena tanto falava. Não demoramos a chegar e uau! O campus da universidade estava todo decorado e me parecia mais um evento de gala a uma festa de universidade tradicional.

Entramos e meu queixo caiu mais uma vez. A aparência por fora daquele lugar me enganou totalmente. Lá dentro era bem diferente, tinha alunos dançando com seus tradicionais copos vermelhos na mão e pessoas se pegando sem o menor pudor de quem estivesse olhando. Quando dei por mim estava sozinha, ótimo agora vou ficar com o título de " forever alone" oficial da festa.

Segui para o bar que tinha mais a direita e pedi uma vodka dupla. Depois de quatro doses eu estava rindo até do vento. Eu sentia um calor pelo corpo e não resisti. Fui pra pista de dança. Comecei a dançar e rebolar ao som do Calvin Harris-  Summer.  Algumas pessoas ficavam me olhando, mas eu nem ligava e descia até o chão. Do nada eu sinto vontade de vomitar e fui correndo até o banheiro, não foi fácil chegar até o mesmo mas cheguei. Depois que vomitei, lavei a boca e decidi que era hora de ir embora. Nem me importei em avisar Helena, pois, a mesma já parecia ter ido embora também. Sai e já era 04:15 da manhã as ruas estavam caladas, sem ninguém, escutava somente o barulho dos meus saltos. Continuei a andar na esperança de passar algum táxi, mas nada. De repente surgiu um carro preto e passou lentamente ao meu lado. Eu confesso que me tremi toda e logo acelerei os meus passos. Estava quase correndo quando o carro parou e de dentro saiu um homem. Ele era alto, tinha olhos verdes, cabelo encaracolado e pele clara. Ele veio caminhando até mim e eu parei, nem sei por que mas parei.

- quer carona? - ele tinha uma voz rouca que me fez arrepiar toda.

- já estou perto de casa, obrigada.

- esta muito frio e é perigoso andar a essa hora sozinha. Vamos, eu não vou te fazer mal e nem te pedir um beijo porque te dei uma carona- ele disse com um tom descontraído que me fez sorrir.

- tudo bem então-  disse e fui caminhando até o carro.

- onde você mora?

Disse meu endereço e fomos conversando o caminho todo até que chegamos próximo a minha casa e ele não diminuiu a veloidade. Estranho.

- a minha casa é aqui. Pode parar. - disse mas ele pareceu não me ouvir e apenas sorriu diabólico. - heey, você passou da minha casa. Para o carro. - disse já um pouco alterada. Mas nada se comparou ao meu desespero quando ele passou o quarteirão. Eu tentei abri a porta, mas estava travada. Eu gritava e me debatia dentro do carro até que ele parou o mesmo olhou pra mim e tirou uma arma de sua cintura e me deu uma coronhada. Apaguei.

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