Porque Odeio Oscar Scott

《Capítulo 39 | Diário 20》

"Você sabia que todos aqueles "eu te odeio" foi na esperança de ouvir um "mas eu te amo"?"

- Érica Caroline -

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Chego ao fim dessa história dizendo que o maior arrependimento que podemos ter em nossas vidas é ficar com aquela pergunta na cabeça: "E se eu tivesse feito diferente".

  Depois da festa na casa de Luca Jhonson, Oscar foi para a faculdade e não nos falamos mais. Apesar de ele ter tentado falar comigo eu nunca mais quis vê-lo e me convenci de que era o melhor para todos. Nunca contei para Peter sobre mim e Oscar e nosso namoro foi difícil nos primeiros anos devido a essa omissão de um parte importante da minha vida. Oscar foi uma parte mais do que importante e eu tentei sufocá-la, mas obviamente algo assim não daria certo. A verdade é que eu percebi ao longo dos anos que se eu tivesse superado Oscar de verdade e amasse Peter, eu teria falado sobre ele sem problemas. Feridas curadas não doem mais. Acontece que eu nunca fiz o correto para me curar de Oscar e isso estragou tudo.

  Quando eu fui para a mesma faculdade que Peter e Oscar frequentavam foi difícil, mas coloquei na minha cabeça que Oscar não era mais importante e que estava tudo finalizado. Não estava, e esse foi o problema. O ignorei com todas as minhas forças durante os quatro anos da minha vida universitária e no fim, Oscar aceitou minha distância. 

  Hoje eu vejo que talvez tudo pudesse ter sido diferente.

  Nunca esqueci Oscar e não teria como esquecer. Nossos caminhos se divergiram ao longo da vida e nunca mais nos falamos ou nos vimos. Até que recentemente, em meus plenos quarenta e cinco anos, uma mulher alta e magra, de cabelos castanhos extremamente escuros entrou na editora para trabalhar juntamente comigo. Joanna é seu nome. Ela é uma mulher inteligente e linda. Segura de si. Eu a invejei um pouco por ser assim. Ao longo dos meses enquanto trabalhávamos juntas, fomos expondo pequenos detalhes de nossas vidas particulares e descobri que ela têm três filhos. Os gêmeos, e uma menina caçula. Ela me mostrou fotos e eram crianças lindas, mas nenhum dos três se pareciam com ela. Achei que estava ficando louca, mas os filhos de Joanna, principalmente os meninos, me pareciam extremamente familiares. Os olhos deles ... eram tão expressivos e lindos. 

  Uma dia perguntei se Joanna queria carona para casa, porque o carro dela tinha quebrado e estava na oficina. Joanna aceitou a carona e fomos conversando sobre o trabalho na editora e algumas banalidades da vida. Quando estacionei em frente a sua casa, uma casa grande e bela no subúrbio, elogiei o bom gosto. Ela sorriu e disse que foi seu marido quem projetou a casa e afirmou que ele era muito bom no que fazia. Ela perguntou se eu queria entrar para tomar um café e eu aceitei.

- Acho que meu marido já chegou com as crianças da escola. Você vai poder conhece-los.

  Durante os seis meses em que trabalhávamos juntas, Joanna e eu desenvolvemos uma grande amizade uma pela outra. Ela era o tipo de pessoa que todos gostam. Educada, neutra, discreta e acolhedora. Imaginei que seus filhos poderiam não ser fisicamente parecidos com ela, mas se tivessem puxado seu gênio, seriam crianças encantadoras.