Tão distante!

157 19 5
                                    

Capítulo com trilha sonora!

POV-Alessa

Quando o expediente acabou eu fui direto para casa, não via a hora de tomar um banho e ver meu filho. E me caía os cabelos só de pensar que Ryan poderia estar mais uma vez bebendo caído pelo sofá do escritório. Aquela cena deprimente infelizmente se repetia corriqueiramente ao passar dias. Quando entrei em casa dei uma passada no escritório estreitei os olhos com a cena que via. Ryan segurando meu filho todo desajeitado, parecia bêbado e a Jade rindo de alguma coisa que acabou de acontecer há minutos antes de eu chegar. Eu entrei rapidamente e tomei o Otto dos braços do Ryan que me encarou confuso.

— Me devolve você vai derrubar ele Ryan.

—Ele é meu filho eu tenho direito de pegar a hora que eu quiser Alessa.

— Você tá bêbado, e você deveria cuidar melhor do meu filho. Você não vê que o Ryan não tem condições de segurar o Otto.

Falei brava.

— Eu estava de olho não ia acontecer nada.

Tentou se justificar. Eu já muito bolada e de saco cheio do comportamento infantil do Ryan não tava nem ai pra ouvir qualquer explicação. Coloquei o Otto no carrinho e mandeia a Jade leva-lo dali. Quando finalmente saiu eu encarei o caco de homem derrotado a minha frente.

— Ryan? Está me ouvindo? Ou você para com essas atitudes ou eu vou mandar você pra um psicanalista. Por cara sinceramente eu não estou mais te reconhecendo.

— Eu que não estou te reconhecendo Alessa. Você está muito chata pegando no meu pé, querendo me dar lição de moral o tempo todo. Me deixa em paz para de me irritar.

Falou expressivo, incomodado talvez. Colocou o copo de wiski com toda força na mesa e se levantou irritado.

— Eu tou te irritando?  — Ri sem humor — A única pessoa que tem o mínimo direito de ficar com o saco cheio nesta casa aqui sou eu. Eu? Ryan! Que estou dando o sangue pra assumir o teu lugar na presidência, que estou tendo que cuidar do nosso filho, enquanto você tá socado nesse escritório dando risadinha com a babá.

Já muito irada, coloquei a mão na cintura e a outra na cabeça tentando não estourar de vez. O Ryan estava me tirando a pouca paciência que eu tinha. Acabei deixando ele lá sozinho e corri para o nosso quarto, chegando lá me enfiei no banheiro e entrei de baixo do chuveiro com roupa e tudo. Lá deixei todo o esgotamento do dia sair para fora, e acabei não impedindo as lágrimas descerem.

Sentir que está perdendo a conexão com alguém que você ama muito machuca, doí, é desesperador. E era exatamente isso que estava acontecendo. E eu não sei como nem quando foi acontecer, em que momento eu estava perdendo o cara que eu mais amei na vida.

Levei as mãos ao rosto, os lábios trêmulos pelo choro faziam meu corpo inteiro se contrair. E mais uma vez eu me sentia sozinha, sem apoio, sem ele.

Eu não faço a mínima ideia de quanto tempo demorei naquele banheiro, tentando acabar com a infelicidade que eu estava sentindo. E mais uma vez, ela continuava ali dentro do meu peito e só o carinho dele poderia me aquecer; me tirar dessa agonia. Mas, mais uma vez ele parecia distante no seu próprio mundo onde eu não era convidada a entrar.

Peguei a primeira roupa que vi no guarda-roupa, sequei os cabelos e fui dar uma olhada no meu bebê. Eu estava sentindo falta dele, passava o dia na empresa sobrecarregada de trabalho. O único momento que tinha pra curtir meu bebê era a noite e consequentemente era a hora que ele já estava dormindo. Quando entrei no quarto do Otto, Marie estava saindo com a mamadeira nas mãos, e sorriu quando me viu.

is it love? Ryan a maloqueira e o mauricinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora