is it love? Ryan a maloqueira e o mauricinho

Ice

Capítulo com trilha sonora!

POV-Alessa

Naquela manhã bem antes das oito eu já estava acordado encarando o teto branco de um dos quartos de hóspedes. Ontem a noite depois da discussão eu decidi dormir sozinha. Eu sabia que esse gesto poderia tomar proporções gigantescas e até mesmo caminho sem volta, porém lá no fundo eu talvez não me importasse mais tanto... Não do jeito de antes, era como se algo em mim tivesse esfriando. Inacreditavelmente era isso que eu estava sentindo, e está acontecendo tudo do mesmo jeito que um dia aconteceu com o Daryl.

Eu o amava loucamente, inconsequentemente éramos como gasolina e fogo. Ninguém dizia que aquele casal ardente algum dia iria se separar no entanto aconteceu. Então entrei na Carter e conheci o Ryan que automaticamente me fez reviver uma paixão intensa que doia a alma, que me fazia refém, que me desconcertasse de uma maneira maquiavélica. Tudo tão intenso como o oceano e terrivelmente agressivo como as ondas do mar. E inacreditavelmente isso tudo estava se desmanchando como um castelo de areia que as ondas insistem em derrubar.

Coloquei o rosto nos joelhos e abracei minhas pernas com força, pressionei os lábios numa tentativa de feri-los, talvez aquela maneira seria fácil de suportar do que a dor que estão sentimento no peito. Embora parecesse ser forte eu não tinha aquela estrutura emocional para essa gangorra de relacionamento. Eu preciso conversar com alguém, preciso desabafar ou eu vou acabar enlouquecendo.

Soltei o ar com força e levantei da cama, amarrei os cabelos num coque e peguei o celular. Enviei uma mensagem pra Lisa, vou passar na pensão hoje, preciso conversar com alguém. Se tinha alguém que poderia me ajudar era a Lisa, mesmo admitindo que suas ideias são uma furada, ela era a única que eu me abria de verdade.

Peguei meu robe preto e vesti-me. Fui até o quartinho do Otto que estava acordado com os olhinhos arregalados pra mim. O peguei nos braços e dei um cheirinho na sua cabecinha e abracei contra meu peito. Tendo aquele corpinho tão pequeno e indefeso contra o meu me fez chorar. Esses últimos meses eu estava me sentindo tão solitária.

— Senhora está tudo bem?

Eu enxuguei as lágrimas rapidamente e encarei Marrie, que estava á minha frente. Tentei limpar a garganta antes de falar:

— Está tudo ótimo.

Encarei meu bebê que sugava a chupeta com precisão, me parecia faminto e eu não era mais capaz de alimenta-lo. Há uma semana todo o meu leite havia secado do nada, acho que o estresse contribuiu com isso e a partir de então Otto já fazia sua alimentação a base de leite industrializado.

— Eu trouxe o leitinho dele quer dar?

Eu fiz que sim com a cabeça ela me estendeu a mamadeira. Eu sorri ao vê-lo agarra com força e sugar de maneira veloz o líquido de dentro. Marrie me encarava sorridente, engoli em seco antes de perguntar:

— Marrie você acha que eu sou uma boa mãe? Mas fala a verdade eu preciso saber.

— Que pergunta senhora você é muito dedicada com esse menino. Está trabalho duro esses últimos meses quebrou o resguardo para dirigir a Carter depois que o Ryan ficou depressivo. Você está fazendo tudo que esteja ao seu alcance.

— Marrie por favor me chama só de Alessa, acho que já temos intimidade pra isso. Você é mais que uma governanta dessa casa é como se fosse uma mãe pro Ryan, e agora está cuidado do meu filho melhor que essa babá de quinta.

Revirei os olhos ao pensar na babá. Encarei Marry e refiz minha pergunta mais uma vez.

— Eu estou sendo uma mãe ausente na vida do meu filho?