"Eu só quero te explicar e te mostrar quem eu sou, por favor, não me ache um coitado depois disso.
Eu tinha um pai, uma mãe e muito dinheiro, não que eu me importasse ou me importe com isso, mas... Ah droga, você entendeu, mas vamos voltar ao foco.
Eu sempre fui uma criancinha irritante, que pulava de um lado pro outro sem parar de falar, eu lembro de ir a jantares chiques com meus pais e sem querer acabar pisando na barra de um vestido ou derrubando comida em alguém, eu nunca me dei bem com o mundo deles.
No meu aniversario de dez anos papai me levou em um show, em nem me lembro de quem, mas era com meu pai, então eu garanto que me diverti, nos voltamos cantando todas musicas que tocavam na radio e hora ou outra eu lhe contava coisas sobre a escola ou como eu acho unicórnios legais (afinal eles tem um chifre no meio da testa e são coloridos, alguns até voam). Mas, eu não me lembro direito o que aconteceu, uma hora estávamos conversando, então nos olhamos e rimos e logo depois tudo estava preto.
Meu pai morreu...
Era difícil eu lidar com pessoas depois disso, pois a que eu mais amava havia morrido e por talvez minha culpa, e droga, eu só tinha dez anos.
Minha mãe sofreu, ela estava preocupada comigo, eu me esqueci do numero de médicos e psicólogos que já passei, mas se eu não falo eles não podem me ajudar, eles eram malvados comigo Luke, eu não podia confiar neles, eles me faziam chorar e eu odeio chorar, eles só estavam ali por dinheiro, eles nunca se importam, pelo menos não os que conheci.
As coisas saíram do meu controle, as pessoas da escola, no começo me deixavam quieto, como eu queria, como deveria ser, mas no ultimo ano as coisas foram um pouco difíceis.
Não é como se eu simplesmente não quisesse falar, eu quero, eu quero falar, eu quero sorrir, cantar, mas eu tenho medo, eu tenho medo do que podem dizer, eu tenho medo de confiar em alguém e as coisas só piorarem, e tudo se quebrar mais uma vez,eu tenho medo de ser abandonado ou julgado, eu tenho medo das pessoas e do que elas são capazes de fazer, eu não quero que elas me machuquem, eu não quero que elas me olhem, por que elas me olham? Eu me sinto tão inseguro, tão fora de qualquer padrão, isolado e esquecido.
Eu sei que em parte o que acontece é culpa minha, mas eu já não tenho controle sobre mim, eu tento melhorar, mas eu não consigo, elas chegam perto de mim e eu me sinto com cinco anos, as vendo como monstros horríveis que vão me atacar em um descuido meu.
Meu amigo em todos esses anos foi Cat (qual é o problema em chamar um cachorro de gato? Eu gosto), meu pai havia o comprado um pouco antes do acidente, mas ele ainda era muito pequeno, então chegou um mês depois, como um novo apoio pra mim.
Mas você é como uma exceção, no começo, eu tinha medo de você, mas você foi bom comigo, você se importou, então eu percebi que você não iria me machucar, mas sim me ajudar, e agora eu quase dependo de você, afinal você me arranca sorrisos e até mesmo algumas palavras (me desculpe pela voz um tanto desagradável). E agora depois de alguns meses eu to contando minha vida pra você, parabéns, você conseguiu algo praticamente impossível.
Você me deu coragem o suficiente para me sentir um adolescente normal, me mostrou que tudo bem eu tomar atitude sobre as coisas, e tudo bem se as vezes elas derem errado, e que tudo bem eu gostar das pessoas, e ter amigos.
Seu abraço é bom, aconchegante e quente, seus olhos, seu sorriso, sua voz... Eu vou me calar por aqui, antes que mais coisas saiam do meu controle.
Bom, agora você sabe um pouco sobre mim, espero que não se assuste ou se decepcione, acho que é isso, eu não sei como terminar, eu te amo's são tão cliches, eu te odeio's são tão ridiculamente falsos, talvez um até logo, ou de blah blah blah, mas eu prefiro um...
Você é um idiota, mas ainda assim te quero na minha vida... Obrigado loiro."
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Depressing ** MUKE
RandomMichael não fala, mas Luke quer ouvir sua voz. Revisada e concluída (2020)