Suficiente

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Música do Capítulo = Trying my best.

Ao chegarem ao Rio de Janeiro na madrugada daquele Sábado, Gizelly e Rafaella dirigiram-se direto para a casa de Mariana. A mais velha insistiu que não era necessário que a atriz a acompanhasse, mas ela resistiu. Disse que iria apoiá-la e era isso que faria.

Chegando em seu destino, encontraram uma Mari visivelmente abalada acompanhada de uma Bianca com uma expressão ilegível. A empresária analisou Rafaella dos pés a cabeça, claramente desconfiada da presença da mineira, que não se importou nem um pouco com o gesto. Era acostumada a ser julgada por todos, e aguentaria mais uma pessoa o fazendo, ainda mais que dessa vez era para dar suporte a alguém tão importante para ela.

Em silêncio, entraram na bela casa do casal, e esperaram que a baiana desse alguma explicação a mais do problema, mas ela se manteve calada. Já impaciente com a enrolação da cunhada, Gizelly pressionou-a.

- São três da manhã e eu acabei de sair de um voo de última hora. Você disse que era importante... - Talvez ela pudesse ter sido mais delicada, mas os últimos acontecimentos haviam mexido com sua habilidade de ser agradável o tempo todo, e Mariana e Rafa compreendiam isso perfeitamente. O mesmo não podia ser dito de Bianca, que trincava a mandíbula e cerrava os punhos em claro sinal de descontentamento.

Ver alguém ter aquela postura com Gizelly despertou um instituto protetor em Rafaella, que sentiu a necessidade de envolver seu braço no da chefe, deixando claro para a irmã da mesma que ela não estava sozinha. Ninguém atacaria a capixaba, com palavras ou com força física, em sua presença, e não podia se importar menos se estavam na casa da empresária ou não. O mínimo que Bianca deveria ter pela caçula era respeito e empatia em um momento tão difícil como aquele, mas estava duvidando que ela fosse capaz disso.

- Você tem razão, Gi. Eu só estou nervosa... - A expressão envergonhada da sous chefe trouxe culpa para o peito de Gizelly, nada daquilo era culpa dela e não deveria tratá-la como se fosse.

- Tudo bem, só me diga o que descobriu novamente. Passei a viagem pensando no que poderia ter acontecido para recebermos uma crítica tão terrível como essa, mas não consegui pensar em nada... - A chefe sentiu um aperto em seu braço, e estranhamente soube o que aquela era a maneira da atriz lhe reafirmar que achava seu trabalho impecável. Não conseguiu conter o sorriso que aquele pequeno gesto lhe causou, Rafa sempre pensava em seus sentimentos, mesmo em situações tensas como essa, e amava isso nela.

- Bom, liguei para os responsáveis pelas postagens das críticas, perguntando quem a havia escrito e se o responsável tinha deixado alguma sugestão de melhora ou só estava com vontade de desmoralizar o Bicalho's - A indignação na voz da baiana era o mais próximo de raiva que ela chegaria, e isso chegou a espantar a capixaba. Mariana era sempre tão calma e paciente que as raras vezes em que a tiravam do sério assustavam qualquer um que a conhecesse - Mas o homem que me atendeu era um completo desinformado, e só ficava repetindo que ele não poderia me dar informação alguma, pois tudo era postado de maneira confidencial para proteger os críticos de possíveis ameaças.

- Então não temos nada? - A ideia de não saber por onde começar a arrumar essa bagunça a apavorava.

- Calma, vou chegar lá. Bia viu o quão chateada eu estava com essa porcaria toda, e resolveu cobrar alguns favores de pessoas importantes dentro do "O melhor de tudo". Com isso, conseguimos um nome - O coração de Gizelly parecia querer sair pela boca, e sua respiração aumentou consideravelmente de velocidade. Estava a segundos de descobrir o responsável por tudo isso. Os toques de Rafa em sua pele continuavam, não parando um minuto sequer. A mineira estava decidida a tornar aquela situação o menos desesperadora possível, e se para isso precisaria ficar grudada na mais velha, faria com gosto. Não é como se isso fosse algo que não lhe agradasse...

No Words - GirafaOnde histórias criam vida. Descubra agora