𝐁𝐘 𝐓𝐇𝐄 𝐌𝐎𝐎𝐍 || junhao.

Cores (e odores).

GUIA DE LEITURA.

Itálico em primeira pessoa = pensamentos dos personagens.
Negrito em primeira pessoa = pensamentos do lobo.
Itálico: citações/detalhes pertinentes.

Assim que Minghao pisou em casa, a primeira coisa que ele fez foi reunir Angel e Joanne em seu quarto para uma reunião de emergência — e o sinal que os Xu faziam quando precisavam conversar sozinhos era misturar o arroz com os vegetais, já que até mesmo os pratos daquela família tinham separações e organizações. No fundo do recipiente podia até ler, em letras bem desgastadas, o nome de cada tipo de alimento em cada separação do prato.

Quem se juntou primeiro foi Angel, já que a doméstica ainda tinha seus afazeres, mas em pouco tempo os três jovens estavam largados na cama do garoto enquanto ele procurava as palavras certas pra dizer sobre a vinda de Junhui na quinta-feira. No fim, ele acabou soltando tudo de uma vez, deixando tanto sua prima quanto sua amiga completamente em choque. A Xu mais velha agarrou o primo pela gola de sua camisa, o erguendo no ar.

— Você enlouqueceu de vez?! — Berrou dentro do campo à prova de som que fez, já que as paredes daquela casa tinham ouvidos. — Minghao, sabe que eu apoio você em todas as suas loucuras mas isso já é demais.

— Noona, por favor, é o meu TCC! — O mais alto choramingou, a garota sabia muito bem como pôr medo em qualquer um. — Eu sei que as famílias se odeiam, eu também não vou muito com a cara dele mas ele é a minha chance de conseguir me formar e mudar a cabeça dos meus pais!

— Minghao, você sabe o motivo das nossas famílias se odiarem e ele é muito maior que uma faculdade. — O que Angel dizia era verdade. A garota não estava brava, até porque ela dificilmente cultivava ódio pelas pessoas, mas sim preocupada com seu primo, a quem viu crescer e segurou no colo. — Você sabe que o primo Yang nunca foi fazer intercâmbio, ele...

— Casou com um Wen. Eu sei. — Completou a fala alheia. O primo Yang era um Xu que regulava idade com Angel e fazia parte do trio na infância, mas sumiu de casa depois de contar aos primos que estava namorando. Sabiam que era um Wen. — Eu não vou namorar com ele, nem sentir nada por ele, eu só preciso dele pra tirar uma boa nota e passar na faculdade. É só isso.

A garota, com longos cabelos castanhos, crispou os lábios e desfez o campo, fazendo Joanne encará-los e abrigar Minghao em seus braços carinhosos quando o garoto caiu na cama. As duas mulheres trocaram olhares e sorriram em concordância, pois sabiam que precisavam apoiar e confortar o jovem vampiro naquela situação tão estressante e perigosa. Afinal de contas, era o sonho dele que estava em jogo, e as duas sempre viram o chinês dançar com gosto desde que era uma criancinha, sempre virando o centro das atenções nos bailes chiques que frequentavam.

— Você tem certeza disso? Porque sabe que tem nosso apoio, mas não queremos que tome atitudes das quais pode se arrepender no futuro. — Joanne murmurou, alisando os cabelos escuros do vampiro, que estava com o olhar vago.

— Eu só acho tão errado não poder sequer fazer um trabalho por causa de uma briga. — O tom de Minghao era chateado, e ele se sentia um adolescente bravo porque os pais querem se mudar para o campo. — Mas eu vou dar meu jeito, sei que vou. Essa é uma oportunidade única e eu não vou deixá-la escapar por entre meus dedos por causa de uma briga que nem é minha.

A determinação de Minghao deixava as garotas orgulhosas, mas com medo.

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